MAG abre exposição de Telma Alves

A mostra ‘A Pintura/Corpo’ fica aberta para visitação até o próximo dia 8 de maio

Postado em: 29-03-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa

O Museu de Arte de Goiânia (MAG) abre, hoje (29), às 19h, a exposição A Pintura/Corpo, de Telma Alves. São 45 obras da artista plástica natural de Morrinhos (GO). A maioria faz parte do acervo do museu. O organizador da exposição, Enauro de Castro, define a mostra como uma crítica ao processo de dominação e exploração “virtual” do sujeito, através da presença física do corpo. “Por meio da exposição da carne e do sangue vivos, o expectador é confrontado com a presença “real” do corpo mutilado. A intenção é arrancá-lo, por meio do choque, do estado hipnótico em que ele se encontra, mergulhado no universo digital, para que, assim, ele possa reestruturar sua integridade mental e, consequentemente, o sentido da sua existência”, diz Castro.

Telma vê a tela como “corpo” e, as tintas, como “carne” – que aos poucos vai se decompondo. “Daí, ela investe sobre o plano pictórico, riscando a pele da pintura, com símbolos e signos que remetem ao seu próprio passado, buscando revelar suas entranhas”, explica o oganizador, que completa: “Porém ela faz isso de uma maneira muito sutil, apenas desenhando, sem jamais cortar ou mesmo arranhar, de fato, a superfície da pintura. Evita, inclusive, camadas muito espessas de tinta. Para representar o drama do corpo da mulher, da mãe, da dona de casa e o da própria artista – umas vezes de forma trágica, outras lírica –, ela prefere uma tinta aguada, fluida, quase como aquarela”.

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Mas até que ponto essa presença impactante do corpo na performance, só ela é capaz de, verdadeiramente, arrancar o sujeito desse estado de torpor e reconstituí-lo como um ser pensante, devolvendo-lha a razão? Essa é, talvez, uma questão para a filosofia da arte. 

Enauro diz: “Segundo Lacan, o que verdadeiramente importava para Freud, em sua prática psicanalítica, era a reconstituição do sentido. “Assim, o que deve ser levado em conta, na análise, não é propriamente a narrativa ou o ato de rememoração em si, mas a ‘reconstrução da história’. Ou seja, em todo caso, não é nem o corpo na performance nem a imagem, isto é, o quadro. O que deve nos interessar é a linguagem. Somente a linguagem permite ao sujeito reencontrar sua integridade, reestruturar-se. Portanto, no processo de reconstrução das identidades, a linguagem é que conta, acima de tudo, pois é através dela que se revela o sentido”, finaliza. 

SERVIÇO

Exposição ‘A Pintura/Corpo’, de Telma Alves

Abertura: Hoje (29 de março) às 19h

Visitação: De 30 de março a 8 de maio 

Horários: De terça a sexta-feira das 9h às 12h e das 13h às 17h / Sábados, domingos e feriados das 10h às 16h

Onde: Museu de Arte de Goiânia (Rua 1, nº 605, Bosque dos Buritis, Setor Oeste)

Entrada franca

 

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