Quinta-feira, 28 de março de 2024

O poder da prevenção

Luisa Guimarães Os cuidados com os pets vão muito além de disponibilizar ração, água fresca, banhos e um lugarzinho para dor­mir. Estes

Postado em: 14-04-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: O poder da prevenção

Luisa Guimarães

Os cuidados com os pets vão muito além de disponibilizar ração, água fresca, banhos e um lugarzinho para dor­mir. Estes membros da família também merecem atenção especial no quesito saú­de. As idas ao veterinário devem se tornar um hábito, não ultrapassando os seis meses – mas se sinais de que algo não está normal com seu bichinho, não pense duas vezes antes de diagnosticá-lo. 

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Aquela velha história de que “prevenir é melhor que remediar” não é brincadei­ra. Criar o costume de realizar ‘check ups’ no corpo do animal pode evitar uma série de males, um deles o câncer de mama. A incidência da doença em cães e gatos pode ser igualmente alta e está na lista das mais temidas pelos donos.

Mais comuns em animais de estimação, os tumores da glândula mamária podem ser malignos ou benignos. De qualquer forma, ao perceber qualquer alteração nas mamas de seu animal, o recomendável é se consultar com um veterinário. O diagnóstico precoce e o início de tratamento imediato são fatores decisivos para o sucesso e a re cuperação dos pets. A incidência é maior nas fêmeas, mas os machos não estão livres dos tumores. Muitas vezes o paciente só chega ao consultório do veterinário quan­do já está doente.

Depois de diagnosticado através de exames realizados pelo veterinário, o mais indicado é a cirurgia para extração dos tumores ou das mamas. Em casos mais graves, além da cirurgia, pode ser recomendada a quimioterapia antineoplásica (tratamento que utiliza medicamentos no organismo do paciente a fim de combater as células cancerosas). É o caso da cadelinha Nina, de 14 anos. Ela passou por cirurgia na última terça-feira e vai precisar de quimioterapia “de 4 a 6 seções”, de acordo com o veterinário que está cuidando do seu caso, Rodrigo Cezar Ferreira, da clínica Pet Place.

Uma das formas de prevenção é a castração precoce do animal, diminuindo as chances de proliferação do câncer. A recomendação do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) é que seja feita antes do primeiro cio das fêmeas. Exames constantes e observação também são fundamentais: sempre apalpar a barriga do ani­mal e se atentar a caroços nas glândulas mamárias ou perto delas. Secreções saindo dos mamilos e feridas que não cicatrizam também podem ser sintomas.  

“Se a fêmea for castrada antes do primeiro cio, diminui para 0,5% as chances de apresentar câncer de mama. Após o primeiro cio, este risco aumenta para 8%; após o segundo cio, passa para 26% e, após o terceiro, as chances de ter tumor de mama são  estatisticamente iguais às de ca­delas adultas não castradas”, explica o veterinário Rodrigo Cezar. 

Ao contrário do que algumas pessoas acreditam, deixar a cadela ou a gata ter uma ou mais gestações não diminui as chances do aparecimento de tumores. O câncer de mama não conta com um grupo específico de raças para atingir; todas as raças estão sujeitas a sofrer com ele. No entanto, a idade avançada e a exposição à poluição são fatores de risco. As fêmeas que só foram castradas após diversos cios também entram neste grupo de risco. Rodrigo listou algumas vantagens da castração:

1.  Acabam as chances de se ter piometra (infecção uterina), tumores em úteros e ovários; de ter pseudociese e, possivelmente, mastite (gravidez psicológica, que leva ao aumento das glândulas mamárias).

2. Cadelas castradas tem uma ex­pec­tativa de vida maior do que cadelas não castradas ( vivem aproximadamente 26% a mais)

3. Evita que eles contraiam doenças sexualmente transmissíveis, como tumor venéreo transmissível (TVT)

4. Evita grande quantidade de latidos e, principalmente, de uivos, para atrair machos.

 

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