Segunda-feira, 01 de julho de 2024

Adoráveis coelhinhos

Eles podem até parecer um brinquedo de pelúcia, mas exigem atenção e cuidado como qualquer outro pet

Postado em: 05-05-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Adoráveis coelhinhos
Eles podem até parecer um brinquedo de pelúcia, mas exigem atenção e cuidado como qualquer outro pet

Luisa Guimarães/Especial para O HOJE

Tão fofinhos que parecem de mentira. Apesar disso, os coelhos não são de pelúcia e precisam de cuidados básicos diários como qualquer outro animal de estimação. Mesmo que não sejam tão dependentes de atenção como os cães – nem tão barulhentos –, são extremamente sociáveis e carinhosos, pedem carinho e dão muito afeto. Existem várias raças, de diversos tamanhos e tipos de aparência e pelagem. Há, inclusive, uma versão bem pequena, denominada minicoelho.

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São ótimos companheiros e representam um longo compromisso; a expectativa de vida de um coelho varia entre 6 e 8 anos, com casos chegando aos 12. Sem parar para pensar nesse detalhe, muitas pessoas agem por impulso ao levar um para casa ou na hora de presentear alguém. O período da Páscoa, geralmente, é o escolhido. Levados pela emoção da data e aproveitando da figura do coelho como símbolo, os pais, namorados, primos ou até mesmo as escolas escolhem presentear o próximo com o animalzinho.

Paula Machado não foi consultada antes de ganhar um coelho de estimação de seu melhor amigo, há três anos, mas confessa que foi amor à primeira vista. “Eles são apaixonantes”, revela. “Meu cachorro havia morrido há poucos meses, depois de 13 anos com a gente lá em casa. Foi um baque muito grande, achei que nunca mais iria querer um bichinho!”. Ela havia acabado de se mudar para um apartamento na cidade de São Paulo, “mil vezes menor do que a casa que eu morava em Goiânia com meus pais”, explica. Como presente de casa nova, seu amigo César apareceu com o minicoelho Benjamin – Ben, para os íntimos – dentro de uma caixa de sapato.

A escolha do amigo foi justamente pelo fato de o pet não precisar de tanto espaço como outros animais. Paula lembra que, no começo, Ben tinha os hábitos noturnos e a acordava no meio da noite com a agitação dentro da gaiola. Hoje em dia, os horários estão mais alinhados com os da ‘mãe’. A veterinária Kellen de Sousa Oliveira, professora da Escola de Veterinária e Zootecnia da UFG, explica que essa adaptação aos hábitos dos seres humanos é comum aos coelhos domésticos, já que são bem sociáveis. Ela dá algumas dicas de cuidados que estes animaizinhos exigem: 

Saiba como cuidar do seu coelhinho de estimação 

1. Alojamento

Esses animais podem ser criados tanto no interior, quanto no exterior da residência. Alguns cuidados, no entanto, devem ser tomados – como com fiações de eletrodomésticos e plantas tóxicas.

Caso o animalzinho tenha que ser mantido em gaiolas, é importante observar o tamanho. Sugere-se uma gaiola de 90 x 60 cm, com 45 cm de altura para animais criados sozinhos.

Evite deixar seu bichinho em áreas com muita passagem de corrente de ar ou em áreas de alta incidência de temperatura. Os coelhos suportam melhor o frio do que o calor. Como cama, pode ser utilizada maravalha (um tipo de serragem sem perfume) ou mesmo jornal aglomerado. É necessária uma troca dessa cama pelo menos duas vezes por semana. 

Os comedouros ou bebedouros devem ser de material que eles não possam roer, sendo os mais indicados de barro, que mantém a água sempre fresca. A ingestão de água em coelhos é alta: 50 a 150 ml de água/kg.

2. Comportamento

Machos adultos não castrados podem desenvolver um comportamento agressivo contra seu proprietário. Quando em companhia de outro de sua espécie, o coelho tende a se sentir melhor.

3. Alimentação

A alimentação à base de mistura de cereais pode produzir fezes amolecidas, além de levar à desnutrição, pois estes produtos são pobres em cálcio e vitamina D. As rações granuladas podem constituir uma base equilibrada para a alimentação de coelhos anões (ou minicoelhos). 

O feno deve ser incluído na dieta, pois são as fontes de fibras que auxiliam no trânsito intestinal do animal. Algumas verduras, como alface, abobrinha e pepino, devem ser evitadas, pois podem provocar diarreia, assim como o abacate, batata crua e feijão, que são tóxicos para os coelhos. 

Pode-se fornecer sem preocupação: cenoura, nabo, rabanete, espinafre, brócolis, salsinha, hortelã, chicória – dentre outros alimentos. As frutas recomendadas são as que possuem menos açúcar (açúcar promove uma fermentação excessiva) como maçãs em pequenas quantidades. 

Em resumo, a alimentação de seu coelhinho deve ser à base de ração comercial, vegetais frescos, feno e água sempre limpa, fresca e à vontade.

O coelho é um herbívoro monogástrico (possui apenas um estômago) que possui um rápido trânsito gastrointestinal, por isso pode não aproveitar bem os nutrientes do alimento ingerido. Esse fato os leva a ingerir suas próprias fezes, permitindo com isto um melhor aproveitamento dos alimentos.

4. Reprodução 

A maturidade sexual é atingida entre 4 e 7 meses – de acordo com a raça. As fêmeas são férteis por até 4 anos e, os machos, até os 6 anos. A fêmea pode entrar em ciclo reprodutivo a cada 15 dias, durante o ano todo, e a gestação dura de 28 a 34 dias. Podem nascer de dois a quatro filhotes a cada vez – portanto, cuidado ao adquirir um casal dessa espécie.

5. Aspectos sanitários

Coelhos devem ser vermifugados, frequentemente, além de ser vacinados contra doenças virais como o mixomatose e a doença hemorrágica viral. O médico veterinário deve ser sempre consultado para o estabelecimento de medidas de saúde de seu bichinho de estimação. 

No Brasil, os estudos apontam que cerca de dois milhões de animais, entre répteis e pequenos mamíferos, são criados como pets – fora cães, gatos, peixes e aves. Não existem estatísticas específicas para coelhos, que são os lagomorfos. Lembrando que os coelhos não são roedores! 

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