Pampulha: Patrimônio Mundial da Humanidade

Com título o internacional, ganha mais força o potencial turístico do Conjunto Moderno da Pampulha

Postado em: 19-07-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa

Leo Rodrigues/Correspondente da Agência Brasil

O Conjunto Moderno da Pampulha conquistou o título de Patrimônio Mundial da Humanidade no último dia 17 de julho. A decisão foi tomada durante a 40ª sessão do Comitê do Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), realizada entre os dias 15 e 17 de julho, no Centro de Convenções de Istambul, na Turquia. A indicação da Pampulha foi ratificada pelos 21 países integrantes do comitê, por consenso, informou o Ministério da Cultura. Com essa decisão, o Conjunto da Pampulha, em Belo Horizonte, passa a ser o 20º bem brasileiro inscrito na Lista do Patrimônio Mundial.

Encomendado pelo então prefeito de Belo Horizonte Juscelino Kubitschek ao arquiteto Oscar Niemeyer, o conjunto modernista também contou com Roberto Burle Marx, que assina o paisagismo, e Candido Portinari, autor do painel externo de azulejos da Igreja de São Francisco de Assis, que é um dos principais cartões-postais de Minas Gerais, lembra o ministério.

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Também participaram do projeto original o engenheiro Joaquim Cardozo e os artistas Paulo Werneck, Alfredo Ceschiatti, August Zamoyski e José Pedrosa. Construído nos primeiros anos da década de 40, o conjunto antecipa conceitos arquitetônicos que viriam a ser aplicados anos mais tarde na construção de Brasília.

O valor dos edifícios é reconhecido por suas inovações. “O Conjunto Moderno da Pampulha é uma referência na arquitetura mundial pela utilização do concreto armado, que ainda não havia sido utilizado em construções semelhantes. Causou assim um impacto no mundo inteiro”, acrescenta Leonardo Castriota, professor de arquitetura da UFMG e presidente do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios no Brasil (Icomos), órgão que assessora e dá pareceres à Unesco.

Compõem o Conjunto Moderno da Pampulha a paisagem que se forma com a integração entre a Lagoa da Pampulha e sua orla, os jardins de Burle Marx, a Igreja de São Francisco de Assis, o antigo Cassino (atual Museu de Arte da Pampulha), a Casa do Baile (atualmente Centro de Referência em Urbanismo, Arquitetura e Design de Belo Horizonte), o Iate Golfe Clube (atual Iate Tênis Clube) e a Praça Dalva Simão (antiga Santa Rosa).

O Conjunto já era tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pelos poderes estadual e municipal. Com o título internacional, ganha mais força o potencial turístico do Conjunto, que já é hoje uma das principais atrações para quem visita a capital mineira.

A candidatura vinha sendo representada pela arquiteta e urbanista Luciana Feres, diretora do Conjunto Moderno da Pampulha, que é vinculado à Fundação Municipal de Cultura (FMC). Era o único representante brasileiro na disputa. Além das obras de Niemeyer, a paisagem do Conjunto também é composta por jardins projetados por Roberto Burle Marx, painéis em azulejos do pintor Cândido Portinari e esculturas de artistas reconhecidos, entre eles, Alfredo Ceschiatti e José Alves Pedrosa.

O presidente da FMC, Leônidas Oliveira, comemorou por meio das redes sociais. “É muita emoção, é um sentimento de agradecimento, porque foram anos de trabalho, como um atleta para uma Olimpíada: treinamos, treinamos, treinamos e depois ganhamos”, postou. 

O Ministério da Cultura lembrou que o reconhecimento da Pampulha traz também o compromisso dos governos federal, estadual e municipal de valorizar, conservar e divulgar o patrimônio da humanidade.  

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