Segunda-feira, 01 de julho de 2024

O Rio não olímpico

Nem só de Olimpíada vive o Rio de Janeiro. Conheça dez lugares que mostram a Cidade Maravilhosa de antigamente e reviva a história da antiga capital do Brasil

Postado em: 08-08-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Nem só de Olimpíada vive o Rio de Janeiro. Conheça dez lugares que mostram a Cidade Maravilhosa de antigamente e reviva a história da antiga capital do Brasil

A cidade do Rio de Janeiro sofreu diversas mudanças nos últimos anos por causa da Olimpíada de 2016. Novas obras mudaram a paisagem fluminense, o fluxo de turistas, que já é imenso, aumentou bastante e a visibilidade do evento deixou os pontos turísticos mais visitados do Rio ainda mais concorridos. Porém ainda é possível fazer muitos passeios históricos pelo Rio Antigo e resgatar sua história.
Fundado em 1565 por Estácio de Sá, o Rio de Janeiro foi capital do Brasil de 1763 a 1960. Em 1808, a família Real Portuguesa fugiu de Portugal por conta das invasões de Napoleão e se estabeleceu na cidade, o que transformou o Rio na cidade mais importante do novo império português – e única capital europeia fora da Europa. Tendo o portal de turismo Momondo como fonte, o Essência indica dez lugares para conhecer o Rio de Janeiro de antigamente e ainda se divertir enquanto estiver na cidade.
Pouca gente conhece a Praça Floriano. Mas a Cinelândia, todo carioca conhece. O apelido pegou, pois a praça era o centro de entretenimento do Rio de Janeiro antigo. Na Cinelância, estão o Theatro Municipal (uma pequena réplica da Ópera de Paris) e o Cinema Odeon, a sala mais tradicional da cidade. Com esses nomes, dá para perceber que a praça foi inspirada em Paris como grande parte do Centro do Rio de Janeiro. Os lugares culturais na praça não param por aí – o Museu Nacional de Belas Artes e o Centro Cultural da Justiça Federal (CCJF) ficam também em torno desse lugar que é um dos mais emblemáticos do centro carioca.
Em seguida, um lugar requintado para saborear alguns acepipes. Entrar na Confeitaria Colombo, no Centro, é uma viagem aos tempos de art-nouveau no Rio de Janeiro. Provavelmente um dos cafés mais bonitos do mundo foi fundado em 1894 por imigrantes portugueses. A atmosfera, porém, é bastante parisiense. Os salões eram frequentados por grandes nomes, como Chiquinha Gonzaga, Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek. Hoje, a casa de chá e café continua a funcionar a todo vapor do coração do Rio, perto do Largo da Carioca.
A Quinta da Boa Vista era a residência oficial da Família Real Portuguesa no Brasil, entre 1808 e 1889, quando a República foi proclamada. O espaço foi doado à Família Real por um comerciante, que deu o nome de Quinta da Boa Vista, porque a vista para a Baía de Guanabara do alto da colina na quinta era estonteante. Hoje, o parque é frequentado por locais, que vem passar o domingo em família. Um passeio pelo Rio da época do império e fora do circuito clássico do Centro da cidade. Para quem visita a Quinta da Boa Vista, outra atração imperdível em São Cristóvão é o Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, programa perfeito para quem quer provar a culinária do Nordeste do País e dançar forró.
O Largo do Boticário, recanto encantado e escondido do Rio de antigamente era originalmente um terreno comprado pelo boticário (farmacêutico) da família real, por volta de 1830. Daí, veio o nome do local. No século 20, foram construídas casas de estilo neocolonial, que estão até hoje no local. O charme do Largo do Boticário, além das casas antigas e coloridas, é a localização, no bairro do Cosme Velho. Cercado pela Mata Atlântica, o verde das árvores contrasta com as cores das casas, dando um ar muito bucólico, mágico e único ao local. 
O Rio Antigo tem muitas influências francesas, como a Praça Paris, jardim que foi construído em 1930 para reproduzir os ares de belle-epoque de Paris na cidade carioca. Tinha sido destruído por conta de obras do metrô, mas em 1992 foi reinaugurado: um verdadeiro presente para o Rio de Janeiro. Hoje, a praça é bem-cuidada e tem lindas vistas para o Centro do Rio e o Outeiro da Glória. Se você visitar a cidade no inverno, a boa pedida na região é a tradicional Casa da Suíça, restaurante que, desde os anos 50, é o melhor lugar para comer fondue e outras delícias suíças.
Considerado o coração do Rio de Janeiro, o Largo da Carioca pode ser considerado o Centro do Centro do Rio. Olhando as milhares de pessoas que passam pelo largo hoje em dia, é difícil acreditar que no passado, ali existia a Lagoa de Santo Antônio. No morro de Santo Antônio, onde fica o largo, foi construído o famoso convento com o nome do mesmo santo. Em 1592, os frades franciscanos ganharam o terreno, e ali se estabeleceram. Hoje, além do convento, é possível visitar a Caixa Cultural, centro cultural da Caixa Econômica, com exposições interessantes. Para quem estiver pela área, uma boa pedida é tomar um chopp perfeitamente tirado no Bar Luiz. Um dos mais tradicionais da cidade e fundado em 1887 tem origem alemã e, por isso, além da cerveja, as salsichas são uma delícia.
Antes de virar Praça Tiradentes, esse largo no Centro do Rio foi chamado de Rossio (em uma referência à Lisboa), Campo dos Ciganos, Campo da Lampadosa, Campo do Polé e Praça da Constrituição. Só em 1890, ela ganhou o nome de Tiradentes em homenagem ao mártir da Inconfidência Mineira. A estátua enorme no meio da praça é de D. Pedro I, comemorando a independência do Brasil de 1822. A curiosidade da escultura fica por conta de quem idealizou o projeto: Louis Rochet e seu aprendiz na época, Auguste Rodin.
No início do século 19, a Praça Tiradentes já era uma área de muita atividade cultural, com os importantes Teatro Carlos Gomes e Teatro João Caetano. Para quem quer se divertir nessa área do Rio Antigo, vale a pena conferir a programação cultural da Estudantina Musical (antiga Gafieira Estudantina). Todo sábado tem o tradicional samba de gafieira que, há mais de 85 anos, ocorre no local.
O Paço Imperial é um dos lugares com uma fortíssima influência portuguesa no Rio de antigamente. Foi construído no século 18 funcionando como sede de decisões do Rio real e imperial. Hoje, o Paço é um espaço cultural com muitas atividades, e vale a visita para ver uma parte do Rio antigo. Falando em arte, a Rua Primeiro de Março, onde fica o Paço, tem outra atração imperdível na cidade – o Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB). Além de ser um dos principais espaços de arte no Rio, o edifício era a sede do primeiro Banco do Brasil e é parte da história da modernização do País.
A Lapa como um todo é um ponto obrigatório para quem vai ao Rio de Janeiro. Mas se esbaldar na boemia do bairro fica ainda mais divertido quando se conhece a história do local. Os famosos Arcos da Lapa, por exemplo, têm uma história interessante. Criado em 1750 para resolver o problema de falta d’água na cidade, o Aqueduto da Carioca, hoje é conhecido popularmente como Arcos da Lapa, um dos cartões postais mais famosos do Rio de Janeiro. O aqueduto foi feito para levar a água do Rio da Carioca até o chafariz do Largo da Carioca, ligando o Morro de Santa Teresa ao de Santo Antônio, no Largo da Carioca. Ao ver as pinturas da época, é possível visualizar um pouco o que era o lugar no início do século 19, totalmente diferente da área boêmia de hoje. Atualmente, dividem espaço diversos bares, boates e o comércio informal de rua vendendo bebidas.
As atrações gastronômicas são muitas, porém duas fazem parte da cultura carioca: o restaurante Cosmopolita, famoso por ter criado o Filet à Osvaldo Aranha, e o português Nova Capela e seu delicioso arroz com cabrito. O Circo Voador, que fica atrás do aqueduto, é uma das casas de espetáculos mais míticas da cidade. Vale a pena conferir sua programação.

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