Espetáculo ’12 homens e uma sentença’ estreia hoje em Goiânia

Aclamado no cinema, o texto de ‘12 Homens e uma Sentença’ ganha adaptação do Núcleo de Teatro do Centro Cultural Gustav Ritter

Postado em: 25-08-2016 às 06h00
Por: Redação
Imagem Ilustrando a Notícia: Espetáculo ’12 homens e uma sentença’ estreia hoje em Goiânia
Aclamado no cinema, o texto de ‘12 Homens e uma Sentença’ ganha adaptação do Núcleo de Teatro do Centro Cultural Gustav Ritter

Júnior Bueno
O diretor norte-americano Sidney Lumet (1924 – 2011), apesar de uma carreira prolífica no cinema, onde dirigiu mais de 50 filmes, foi, antes disso, diretor teatral off-Broadway. Talvez por isso seu primeiro filme – e também o mais célebre –, 12 Homens e uma Sentença, seja totalmente teatral, passado 97% dentro de uma mesma sala. O roteiro de Reginald Rose, que surgiu originalmente para uma série de TV nos anos 50, é talhado para ser encenado como uma peça de teatro e estreou nos palcos do mundo em 1963. No Brasil, há uma bem-sucedida montagem pelo Grupo Tapa, em cartaz desde 2010, e agora Goiânia é uma das capitais que remota a peça por meio do Núcleo de Teatro do Centro Cultural Gustav Ritter.   
A história é bem simples. Doze jurados devem decidir se um jovem, acusado de assassinar o seu pai com uma facada no peito, é culpado ou inocente. Só que 11 deles têm a certeza de sua culpa, enquanto o outro não quer votar por culpado apenas por cogitar a possibilidade do réu ser inocente. Não tem a clara certeza de sua culpa, algo que os outros possuem tão claramente. Como a jurisdição americana indica que só deve-se votar pela culpa do réu caso não haja nenhuma dúvida de sua acusação, e como todos os outros 11 estão doidos para irem embora e acabarem com aquela ‘chatice’, o filme começa a criar os seus conflitos. 
Só que esse pouco caso de seus companheiros de júri acaba servindo de inspiração para que o jurado de número 8, que no filme foi interpretado por Henry Fonda, busque cada vez mais a certeza dos outros jurados, tentando convencê-los a terem a mesma opinião que a sua, afinal, trata-se de uma vida humana que está em jogo, não um item qualquer.
A adaptação do diretor Edson Fernandes que estreia hoje no Teatro Goiânia mantém a mesma aura dos anos 50. “Nós deixamos o figurino com referências da época e optamos por tirar das falas os vícios de linguagem, mas é tudo neutro, sem uma referência específica”, diz Edson. Porém algumas liberdades podem ser notadas na escolha do elenco goiano em relação ao filme norte-americano. Entre os jurados da peça, há atores negros e pardos, o que para os Estados Unidos da década de 1950 seria impossível, dada a segregação racial que assolava aquele País. Existe uma adaptação para a TV, em 1997, em que aparecem dois atores negros. Se fosse feita uma em 2016, com certeza haveria juradas, também, o que tornaria obsoleto “homens” do título. 
O elenco conta com 12 atores, os jurados que dão nome à peça, dos quais o diretor destaca Jônatas Torres, como o principal antagonista e Marcos Barbosa, no papel do jurado número 8, que é a voz dissidente e cuja dúvida acaba por desencadear a ação da peça. “O Marcos é advogado, o que deu ainda mais veracidade ao personagem”, explica Edson. 
O diretor destaca ainda a riqueza do texto, que ele acredita que pode levar o público à reflexão sobre como as nossas opiniões são moldadas pelos meios de comunicação, pelos estereótipos: “É interessante como os jurados já decidem os rumos de uma vida sem se preocupar de fato com isso; todos querem acabar logo com a sessão para resolver seus problemas: um tem um jogo de beisebol, outro tem uma casa para pintar. E, de repente, tem esse homem que traz essa dúvida, e faz os outros homens refletirem, debaterem”.
O Núcleo de Teatro do Gustav Ritter é um dos berços do centro cultural e conta com cerca de 350 alunos, de todas as idades, em turmas matutinas, vespertinas e noturnas. As aulas são gratuitas; os inscritos só precisam pagar pela taxa de matrícula, realizada a cada semestre, e pelo uniforme.
O Centro Cultural Gustav Ritter é uma unidade da Secretaria de Estado de Educção, Cultura e Esporte (Seduce), ligado à Superintendência de Ação Cultural, onde funcionam as Escolas de Dança e Música do Departamento de Formação Artística e a Orquestra de Violeiros do Estado de Goiás. Criado em 1988, o Centro funciona na antiga. 
Atualmente, a Escola de Dança possui cerca de 400 alunos e oferece aulas de balé, jazz e sapateado, possuindo o Balé Jovem e Balé Juvenil do Centro Cultural Gustav Ritter. Trabalhando dentro da linha educacional inclusiva, mantém um grupo de dança com crianças portadoras da síndrome de down. 
A Escola de Música possui aproximadamente 2.000 alunos e oferece aulas de iniciação musical, teoria, canto e dos seguintes instrumentos musicais: piano, violino, viola, violoncelo, contrabaixo, flauta, clarineta, saxofone, trompa, trompete, trombone, tuba, percussão, bateria, violão, acordeom e teclado.
Possui ainda uma Orquestra Jovem, uma Banda Sinfônica Jovem, uma Banda Jovem e vários conjuntos de câmara. Desenvolve também atividades com crianças portadoras de necessidades especiais, oferecendo aulas de bateria e formação de uma bandinha rítmica.

SERVIÇO:
‘12 Homens e uma Sentença’

Quando: De 25 a 28 de agosto
Horário: 20h
Onde: Teatro Goiânia (Av. Tocantins, esquina com Av. Anhanguera)
Ingresso: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia-entrada)

Veja Também