Verrugas: fácil de pegar, difícil de eliminar

Dermatologista explica como evitar o aparecimento de verrugas e pontua sobre as formas de tratamento e transmissão

Postado em: 06-09-2016 às 06h00
Por: Renato
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Dermatologista explica como evitar o aparecimento de verrugas e pontua sobre as formas de tratamento e transmissão

Elisama Ximenes

Quando a pele é afetada de alguma forma, o assunto deixa de ser somente de saúde e passa a ser, também, uma questão de estética. É o que ocorre, por exemplo, quando aparece alguma verruga na pele. Protuberância inesperada e inevitável, até certo ponto, é o terror de algumas pessoas que convivem com ela há tempos. O seu contágio se dá quase por um imprevisto. Um abraço, um aperto de mão, ou mesmo um esbarrar de pernas podem ser suficientes para que uma pessoa passe o vírus para a outra. Sua ocorrência é em lugares diversos e vai do joelho à face, da sola do pé à genitália.  
Cientificamente, as verrugas podem ser definidas como pequenas lesões da cor da pele ou ligeiramente marrons, com superfície ligeiramente filiforme, sendo causadas pela infecção por meio do vírus HPV. O médico Luciano Morgado, especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), explica que o contágio é tão fácil que a própria pessoa pode passar o vírus para outras partes de seu corpo. Os sintomas são quase que inexistentes, embora as pessoas que apresentam a verruga no solado do pé reclamem de dores, já que, por ser pressionada constantemente, a lesão penetra a pele. “Isso acontece porque, quando a verruga entra, acaba se comprimindo nas terminações nervosas”, explica.
A prevenção é complicada, porque, como já dito, o contágio ocorre de maneira muito simples. Entre os conselhos, pode-se falar em evitar andar descalço em saunas, clubes e, no caso de verrugas genitais, utilizar preservativos sempre. O dermatologista lembra que os locais da pele que estejam expostos de alguma maneira, ou seja, com feridas abertas ou sangramentos, têm mais facilidade de serem os receptores da transmissão. Por isso é importante ter cuidado dobrado com essas feridas. “Depende muito da imunidade também. Há pessoas que têm a imunidade boa e, mesmo entrando em contato com uma pele com verruga, não irá adquirir a lesão, porque a imunidade dá conta de inibir”, elucida.
A higiene do local em que a verruga se localiza é importante para evitar sua transmissão, mas não foge do normal e cotidiano. “O importante é lembrar-se de não encostar com a região lesionada em outras partes do corpo”, lembra. O dermatologista ressalta, também, o cuidado para não machucar o local em que está a verruga. “Quem tem verruga na face e for barbear, por exemplo, é importante tomar cuidado para não lesionar ainda mais a protuberância. O mesmo vale para depilações e qualquer interferência que lesione a pele de alguma forma”, reforça. Há ainda aqueles que optam por isolar a verruga com um band-aid ou micropólio para evitar o contato com o que é externo. A solução, que parece gambiarra, é aprovada pelo dermatologista.
Para o tratamento, aparecem diversas alternativas que se julgam preliminares à ida ao médico. É comum, na TV, aparecerem anúncios de remédios que têm o poder de congelar a verruga e, assim, deixá-la cair. Entretanto Morgado lembra que o dispositivo pode não ser eficiente em lesões maiores e, dessa maneira, nem sempre dá certo. O ideal mesmo é ir ao médico, porque o diagnóstico é essencialmente clínico. O principal tratamento se dá por meio da cauterização da verruga com aparelhos eletrônicos sob recomendação médica. Outro método é o uso do medicamento Imiquimod. Conforme o médico explica, ele estimula a reação imunológica do corpo e é mais recomendado para verrugas em mucosas como nas genitais. Há quem espere que ela caia sozinha, mas Morgado explica que isso vai ocorrer somente se a imunidade melhorar muito e a verruga pode permanecer por anos.

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