Vem do oriente para mexer com a gente

Goiânia recebe simpósio de dança-teatro oriental com palestras e apresentações de artísticas

Postado em: 16-09-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Goiânia recebe simpósio de dança-teatro oriental com palestras e apresentações de artísticas

Não se sabe ao certo quando a dança surgiu, mas é quase unânime entre estudiosos que foi durante um processo evolutivo anterior ao homo sapiens, ou seja, a dança surgiu antes mesmo de o homem ser homem. Na pré-história, era uma das principais formas de expressão e de aproximação dos deuses, e durante toda a história humana a dança estava ali, considerada divina ou maldita, mas sempre fazendo parte da vida cotidiana de todas as sociedades. O que há de certo é que a dança faz parte da vida de todos, fornecendo alegria e prazer, dentre tantos benefícios. 
Os benefícios que a dança pode trazer são muitos: terapêuticos, culturais, sociais, educacionais a científicos. Além disso, como em toda atividade física, o cérebro libera serotonina, substância que traz a sensação de alívio, melhorando o humor e o sono. A atividade age involuntariamente de forma terapêutica na pessoa que a pratica e faz com que haja foco no movimento, desempenho, ritmo e percepção do corpo, influenciando diretamente no aumento da autoestima, já que a atenção de problemas externos e preocupações são desligadas.
Mas, além desses benefícios, o maior dele pode ser o de ser uma expressão artística capaz de ligar o passado ao presente. Um exemplo disso é o evento Se Oriente Goiás  – Simpósio Ser e Não Ser. O Espaço Sonhus, localizado no Colégio Lyceu, sedia o simpósio com palestras e oficinas sobre dança-teatro e lutas orientais. O encerramento do evento ainda terá uma feira oriental com comidas típicas, mangás, artesanato e demonstrações de kung fu, karatê, jiu jitsu, além de apresentação do leão chinês e de tambores japoneses taikô. Tudo isso será oferecido gratuitamente.  
O evento é voltado para dançarinos, atores, performers, público, em geral, interessado no pensamento e na cultura oriental. Dentre os palestrantes, está Gustavo Collini Sartor, vindo da Argentina para falar da dança butoh. Também vem para Goiânia o professor Ricardo Gomes (Ufop) para compartilhar sobre dança indiana. 
O evento é realizado pelo Grupo Sonhus Teatro Ritual, único em Goiás, atualmente, que pesquisa a dança, o teatro e a cultural oriental de modo amplo. “Desde 2006, pesquisamos e praticamos a dança butoh japonesa, tendo viajado para oito países em busca de mestres dessa arte, incluindo o Japão, em 2010, quando passamos um mês e meio em Tóquio. Desde 2008, também praticamos kung fu com o sifu Marcelo Gabriel, proponente do projeto Se Oriente Goiás. Também praticamos swàsthia yôga desde 2005”, comenta Nando Rocha, diretor e ator do grupo. 
Para o grupo, mais do que realizarem pesquisas neste tema, produzirem obras a partir disso, é fundamental o trabalho educacional. Por isso acreditam na importância da realização de simpósios, como esse, em que os conhecimentos são compartilhados e novas trocas acontecem. “Acreditamos no poder transformador da arte. Pensamos que a arte também precisa alargar seus horizontes. Como estamos no centro do centro do mundo, vimos com alegria compartilhar tudo o que aprendemos a àqueles que quiserem atender ao chamado. Buscamos expandir para, na vastidão, nos enxergar, nos perceber melhor e quem sabe daí, revelar o que há de mais autêntico em nós, através de nosso trabalho artístico”, comenta Nando.

Travessia
Dentro dessa programação, o grupo ainda apresentará o espetáculo Travessia,  nos dias 24 e 25 de setembro, no Teatro Goiânia. O espetáculo é resultado da investigação da linguagem da dança-teatro butô japonesa que durou oito anos. Travessia, um dos mais novos trabalhos do grupo (estreado em 2015) é o resultado da junção e síntese de outros três espetáculos. Hoje, eles estão extintos do repertório, mas já participaram de mais de 20 festivais, em todo Brasil, além de ter passado pela Alemanha, Itália e pelos Estados Unidos. Também ganhou, por duas vezes, o Prêmio Funarte de Teatro Miriam Muniz além de dois editais da Lei Municipal de Incentivo à Cultura e um da estadual – Goyazes. A entrada é um quilo de alimento não perecível.

Programação:
Sexta, 6/9 
8h – Credenciamento
8h30 – Abertura
8h45 – Demonstração de dança Kathakali com alunos do workshop
9h – Palestra A Importância do Orientalismo na Contemporaneidade com Valdir Guimarães – PUC-GO
9h45 – Chá-break
10h – Palestra: A Dança Indiana com Ricardo Gomes – Ufop
10h45 – Bate-papo com professores de dança
11h30 – Prática coletiva Tai Chi Chuan – com professora Nathália
15h – Palestra com professor Pedro Adalberto – UFG
16h45 – Chá-Break
17h – Palestra – O Kung Fu como Estética para a Existência com professor Marcelo Gabriel – PUC-GO/Espaço Lai Kung Fu
Sábado, 17/9
9h30 – Chá da manhã
9h45 – Palestra: O Tango Butoh com Gustavo Collini Sartor – Argentina
10h45 – Bate-papo sobre o butoh com Gustavo Collini (Argentina) e Nando Rocha (Grupo Sonhus Teatro Ritual)
11h45 – Apresentação de cena butoh com Grupo Sonhus Teatro Ritual – Pablo Angelino, Jô de Oliveira e Lorrana Flores
14h – Palestra Entre Kodai e Gendai: Uma Problematização em Torno dos Conceitos de Tradicional e Moderno para Gramático Estético Marcial  com o prof. Diego Avelino
14h45 – Palestra Kung Fu e Tai Chi Chuan: Uma Abordagem Voltada aos Artistas da Cena com a professora Sanântana Paiva – DF
15h15 – Chá-break
15h30 – Bate-papo com o público – Diego Avelino e Sanântana
16h30 – Demonstração de Dança do Leão Chinês 
 

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