Quinta-feira, 01 de agosto de 2024

Após 5 anos da morte, Steve Jobs é lembrado em livros e filmes

O mito do homem que marcou a história da computação se mantém

Postado em: 05-10-2016 às 06h00
Por: Redação
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O mito do homem que marcou a história da computação se mantém

Da redação

Steve Paul Jobs. Este nome é capaz de causar reações adversas a quem o ouve. De uma aversão que beira quase a indiferença por parte de seus críticos a uma adoração quase religiosa de seus apoiadores, o fato é que quem está de alguma maneira envolvida no mundo da tecnologia dificilmente fica indiferente ao nome do cocriador da Apple, uma das empresas de computação mais importantes do mundo. Há cinco anos, no dia 5 de outubro de 2011, Jobs morria, aos 56 anos. 

Dono da maior empresa de capital aberto e do estúdio de animação Pixar, Jobs foi um dos grandes defensores da popularização da tecnologia ao lutar para que computadores e gadgets fossem fáceis de serem manuseados por qualquer pessoa. Seu estilo de liderar casava com seu visual: calça jeans, camisa preta com gola rolê e tênis – este conjunto, aparentemente,  vindo direto da máquina do tempo. O visual discreto e econômico dava corpo às ideias de inovação e a modelos de gestão de negócios; são ambos – roupas e estratégias – copiados por pessoas em todo mundo. Jobs ainda é um guru. Ao longo dos últimos cinco anos, sua empresa continuou firme, crescendo, e cada vez mais lucrativa.

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Sua carreira – iniciada em 1972 quando Steve Jobs, então um nerd de 17 anos, consegue um emprego na Atari até sua morte por câncer no pâncreas – foi contada algumas vezes em livros e filmes. Seu sucesso, alguns fracassos e passagens polêmicas de sua biografia, como a relação tumultuada com a família e acusações de lesar o sócio em mais de uma ocasião, estão sendo contadas e recontadas.

Steve Jobs – A Biografia, livro de Walter Isaacson, é baseado em mais de 40 entrevistas com Jobs, ao longo de dois anos e entrevistas com mais de cem familiares, amigos, colegas, adversários e concorrentes.  Embora tenha cooperado com esta obra, Jobs não pediu nenhum tipo de controle sobre o conteúdo, nem mesmo o direito de lê-lo antes de ser publicado. E não estabeleceu nenhum limite. Pelo contrário: incentivou seus conhecidos a falarem com franqueza. “Fiz muitas coisas que não acho louváveis, como ter engravidado minha namorada, aos 23 anos de idade, e a maneira como encaminhei a questão”, disse ele.

“Mas não tenho nenhum segredo a esconder.” Jobs fala com franqueza – e às vezes com brutalidade – sobre os companheiros de trabalho e os concorrentes. Seus amigos, inimigos e colegas apresentam um painel com as paixões, os demônios, o perfeccionismo, os desejos, o talento artístico, as manias e a obsessão controladora que formaram sua atitude empresarial e os produtos inovadores que criou. 

Jobs era capaz de levar à fúria e ao desespero quem está perto dele. Pelo menos isso é o que fica evidente no filme Steve Jobs, em que a interpretação de Michael Fassbender lhe rendeu uma indicação ao Oscar de Melhor Ator neste ano. A primeira coisa a ser dita a respeito do filme do diretor Danny Boyle é que não se trata de uma cinebiografia convencional, daquelas que acompanham o personagem do berço à tumba e se propõem a esmiuçar a vida do personagem. Boyle se propõe traçar um perfil impressionista do criador da Apple. 

Ou seja, procura o retrato pelas bordas, vamos dizer, flagrando-o em três situações bem delimitadas, sempre precedendo o lançamento de um dos seus produtos. A opção obedece a um traço de personalidade de Jobs, o de homem do espetáculo, showman para quem não bastava a excelência técnica, mas contava a dramaturgia de apresentá-la ao público, que vibrava com ele como se fosse um popstar – e era mesmo. 

Outro filme, Jobs, é estrelado por Ashton Kutcher, que impressiona tanto pela semelhança física quanto pela ruindade de atuação. Mas o que emperra o filme é a superficialidade. O roteiro não se aprofunda na mente de Jobs e parece não estar mesmo muito preocupado em ser uma fonte fiel aos fatos da vida de Jobs. O que se vê na tela é uma ficcionalização em que informações são apenas pinçadas sobre sua passagem pela Índia, o drama de não conhecer seus pais biológicos, a parceria com Woz, e que não tem citação alguma à sua participação na Pixar, que o levou a ser o maior acionista físico da Walt Disney, por exemplo.

Apesar disso, quem assistir ao filme, em casa, depois tem tudo para se empolgar com a genialidade do ex-CEO da Apple, que é mostrado com a reverência de um fã – algo que Kutcher já provou ser ao conseguir reproduzir o seu jeito de andar e falar e amenizar as falhas de seu ídolo, focando mais no cara, que era apaixonado pelo que fazia.

Na época em que as sociedades de todo o mundo tentam construir uma economia da era digital, Jobs se destaca como o símbolo máximo da criatividade e da imaginação aplicada à prática. Conhecer sobre sua personalidade, para além dos produtos que ajudou a criar, é uma forma de se informar sobre como a tecnologia ajudou as pessoas a desenvolverem as relações no fim do século 20 e começo do século 21.

Se não fosse por Jobs, os computadores seriam apenas um equipamento para escritório. Sem a Apple no esquema, gigantes como a IBM e a Microsoft teriam transformado o computador pessoal em um equipamento para utilização dentro de empresas, como um grampeador, um quadro branco, ou um cesto de lixo. Jobs percebeu que o aparelho poderia ser uma arma para mudar o mundo, e não apenas para planilhar custos de uma empresa ou escrever propostas comerciais. 

Jobs em cinco frases:

1 – “Ser o homem mais rico do cemitério não me interessa. Ir para a cama falando que fizemos algo sensacional, isso que me importa.”
2 -“Se você faz algo muito bom, você deveria fazer outra coisa sensacional, não se gabe da primeira coisa por muito tempo.”
3 -“Design não é como se parece. 
Design é como funciona.”
4 -“Eu tenho tanto orgulho das coisas que não fizemos quanto das coisas que fizemos. Inovação é falar não para milhares de coisas.”
5 -“As pessoas pensam que ter foco significa dizer sim para aquilo que você está focando, mas não é assim. Significa dizer não a outra centena de ideias boas que existem.

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