Atenção à bactéria da tuberculose

Os infectados podem viver durante anos com a bactéria sem o desenvolvimento da doença, porém, ajudam na disseminação do bacilo

Postado em: 03-01-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Os infectados podem viver durante anos com a bactéria sem o desenvolvimento da doença, porém, ajudam na disseminação do bacilo

A tuberculose é a doença infecciosa que mais mata no mundo, afetando um terço da população mundial, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU). No Brasil, a mortalidade pela doença caiu em 38,7% nos últimos 17 anos, mas continua sendo uma epidemia que notifica anualmente 70 mil novos casos e 4,6 mil óbitos. A detecção precoce, realizada antes mesmo da manifestação dos sintomas, é a melhor forma de prevenção, evitando o risco de desenvolvimento da patologia.

De acordo com a Dra. Tatiana Veloso, pneumologista que integra o corpo clínico do laboratório Atalaia, é importante identificar pacientes que vivem com a bactéria de forma latente, ou seja, sem manifestação da doença. “A bactéria pode ficar muito tempo sem desenvolver a patologia e a pessoa pode viver sem saber que está infectada, pois não apresenta nenhum sintoma da tuberculose”. Segundo ela, a doença se desenvolve posteriormente com uma queda do sistema imunológico, proveniente de um câncer, AIDS ou, por exemplo, idade avançada.

O diagnóstico da presença da bactéria latente no organismo pode ser feito por meio de um simples exame de sangue, denominado Quantiferon. “O teste é muito sensível e identifica proteínas específicas liberadas pelos bacilos, bactéria específica da doença, como resposta imune do organismo à infecção. A partir desse diagnóstico, é possível tratar o quadro infeccioso, antes mesmo de qualquer sintoma, por meio de medicamentos. Com isso conseguimos conter a bactéria e impedir o desenvolvimento da doença”, destaca a pneumologista.

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Dados indicam que 85% dos brasileiros com a doença são afetados pela infecção pulmonar. Porém, outros órgãos também podem ser acometidos como, por exemplo, a pleura (membrana que envolve o pulmão), os gânglios linfáticos (as ‘ínguas’), os rins, ossos, intestino e meninges. “As vias aéreas são as principais portas de entrada para a doença. Uma pessoa com doença pulmonar, em atividade, expele, pela tosse ou fala, gotículas, que contém alguns bacilos viáveis. Uma vez inaladas por outra pessoa, essas partículas se instalam no pulmão, e ela pode ser contaminada”, reforça.

Casas com pouca iluminação, baixa ventilação e falta de saneamento básico facilitam a contaminação pelo bacilo de Koch – microrganismo transmissor da doença. Além disso, o alcoolismo e a desnutrição são aliados de seu aparecimento. Por isso, além da preocupação com essas questões, a especialista alerta para os principais sintomas da tuberculose pulmonar. “Se você tiver tosse crônica, por mais de duas semanas, com secreção ou não; febre vespertina baixa de menos de 38,5ºC; suor excessivo ou emagrecimento, um médico deve ser consultado”, conclui a pneumologista. 

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