MinC participa da abertura de campanha para popularizar teatro

Parte dos custos de realização provem de leis de incentivo fiscal, como a Rouanet

Postado em: 09-01-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa

O secretário de Infraestrutura Cultural, Raimundo Benoni, representou o Ministério da Cultura (MinC) na abertura da 43ª edição da Campanha de Popularização Teatro e Dança, realizada na noite dessa quarta-feira (4), no Teatro SesiMinas, em Belo Horizonte. O projeto, que teve início da década de 70, é realizado todos os anos entre os meses de janeiro e fevereiro, com os espetáculos teatrais e de dança que foram apresentados nos palcos mineiros no ano anterior. 

Para Benoni, a 43ª edição marca a continuação da maior ação de popularização das artes cênicas no país. “Com preços acessíveis, o programa vem, ao longo dos anos, garantindo a divulgação da vasta produção teatral de Minas Gerais. Além de ser um importante canal de inserção dos jovens na cena cultural mineira”, ressaltou. 

Benoni destacou ainda a relevância da campanha para a movimentação da economia de Belo Horizonte e de Minas Gerais. “A Prefeitura da capital contribui com aproximadamente R$ 90 mil para a realização do evento. Porém, com o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS), cobrado na venda dos ingressos, a campanha devolve R$ 200 mil aos cofres públicos. É algo realmente impactante”, disse.

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De acordo com o Sindicato dos Produtores de Artes Cênicas de Minas Gerais (Sinparc), entidade responsável pela organização do evento, neste ano, o público poderá conferir 192 peças, além de dezenas de espetáculos de dança. “Em 2016, foram promovidas 1801 apresentações no total, com a venda de mais de 290 mil ingressos. Nossa expectativa é que o número de espectadores de 2017 mantenha a média dos anos anteriores, cerca de 300 mil por edição”, destaca o presidente do Sinparc, Rômulo Duque.

Parte dos custos de realização da Campanha de Popularização é proveniente de leis de incentivo fiscal, como a Rouanet. “Sem os patrocínios da Lei Rouanet, a viabilização do projeto seria muito complicada, uma vez que campanha não visa lucro. E, sim, criar as condições necessárias para levar arte para diversas camadas da sociedade”, pontuou. 

Pioneirismo

Na avaliação do ator, diretor e produtor de teatro Pedro Paulo Cava, o projeto levado a Minas Gerais em 1973, é pioneiro na criação de uma cultura teatral na população. “Estou no projeto desde a primeira edição e pude ver como a campanha contribuiu para a mudança no perfil do público que assistia às peças”, afirmou.

Proprietário do Teatro de Cidade, importante casa teatral de Belo Horizonte, Pedro Paulo Cava já chegou a ter uma peça exibida por cinco anos consecutivos na campanha. Neste ano, Cava leva ao público o espetáculo A Paixão Segundo Shakespeare, com texto de Jota Dangelo. “A Campanha de Popularização tem uma história muito bonita de resistência. Sobreviveu a vários governos mesmo quando, em alguns momentos, perdeu apoios financeiros cruciais. Hoje, a campanha imprimiu um forte dinamismo à economia da cultura de Minas, pois movimenta diversos setores e, principalmente, a vida noturna das cidades onde o festival ocorre”, concluiu.

 

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