Espetáculo ‘E[cs]xtas[y]e – Uma história de Romeu e Julieta’ estreia hoje

Natália Moura

Entre os dias 17 e 31 de janeiro, a Fábrica Grupo de Teatro apresenta uma nova montagem para Romeu e Julieta, clássica obra do escritor inglês William Shakespeare. Em E[cs]xtas[y]e – Uma História de Romeu e Julieta são apresentados ao público, no formato opera-rock, três Romeus e três Julietas. Com direção de Wellington Dias, o espetáculo possui músicas originais e figurino atemporal. Segundo o diretor, a nova montagem é focada no amor. “A gente conta – e canta – o amor em suas diversas frentes: o amor fraternal, o amor parental, o amor romântico, e assim a gente vai desvendando um pouco esse sentimento”, afirma Wellington. 

O E[cs]xtas[y]e do nome surgiu de duas palavras parecidas na grafia. De acordo com o diretor, a palavra traz a ideia de euforia, felicidade e do amor maior, ao mesmo tempo em que evoca a ideia da droga, o ecstasy, porque o amor é viciante. “O amor, embora te leve ao êxtase, à essa sensação de maravilha, também tem o seu lado doloroso, e que todos nós acabamos conhecendo um pouco”, comenta Dias, que chama atenção para a forma como vivenciamos o amor hoje. Segundo ele, a grande questão da peça é fazer um paralelo entre o amor falado por Shakespeare e nossa vivência do sentimento na contemporaneidade. 

Os três pares de Romeu e Julieta surgem para representar três fases do amor na obra de Shakespeare: o conhecimento, a renovação de votos e o amor eterno. Dias conta que a ideia veio de um grande amigo, o preparador de elenco e diretor carioca Antônio Amâncio Cañaes. “Ele dizia que, quando eles se conheciam, parecia um amor adolescente. Depois de um determinado tempo, esse amor passava por uma prova – assim existia a renovação dos laços e de votos. Passada esta fase, eles entram, então, na fase do amor eterno, de acordo com ele, o amor que é vivenciado todos os dias”, conta. 

Para Dias, o maior desafio foi respeitar o texto de Shakespeare e encontrar nele conexões para fazer essa releitura da obra. Para isso, o diretor e os atores colocaram na criação suas próprias experiências trazendo o texto para conflitos do nosso mundo atual. Ao todo, o elenco possui 14 jovens atores. Nos figurinos e no cenário, isso também foi feito. “Nossa motivação principal era que houvesse uma conexão do mundo clássico elizabetano com o mundo contemporâneo; a gente queria que os dois tempos se encontrassem”, afirma o diretor. No cenário, existe um ‘altar’ representando as três fases do amor cortado por um rio vermelho. Os figurinos possuem referências elizabetanas, porém são fabricados em tecidos mais ‘modernos’. 

As referências musicais no espetáculo vão do heavy metal até o sertanejo; o fio condutor são as músicas da banda inglesa Queen. Mas o principal elemento condutor em toda a peça é que “precisamos de mais amor no mundo”. “Nós vivemos tempos de muito ódio, de muita repressão. Em que tudo saiu do armário. O ódio saiu do armário, o racismo saiu do armário, o machismo, a xenofobia, todos saíram do armário”, conta Dias, que espera que o espetáculo se conecte com a platéia e provoque sentimentos bons e atitudes boas em todos que o assistiram. “Que as pessoas saiam dali querendo dar aquele abraço de amor, querendo se sentir amadas, e querendo expressar sua afeição”, finaliza. 

O projeto conta com o apoio da Maristo Agência de Negócios, de Richardson Umbelino – Fotografia e Design, e com o apoio institucional da Prefeitura de Goiânia, por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura.  O espetáculo E[cs]xtas[y]e – Uma História de Romeu e Julieta será apresentado, no Teatro Sesc Centro, nos dias 17, 18, 19, 23, 24, 25, 26, 30 e 31 de janeiro. 

SERVIÇO

Estreia do espetáculo E[cs]xtas[y]e – Uma História de Romeu e Julieta

Quando: Hoje (17) às 20h

Onde: Teatro Sesc Centro

Entrada: R$ 7 (comerciários e dependentes ou conveniados co careteira Sesc); R$ 20  (inteira) e R$ 10 (meia-entrada)

Vendas na bilheteria ou no site  https://www.bilheteriadigital. com/ teatrosesccentro