Gatinhos são carinhosos sim!

Ao contrário do que se pensa, felinos também podem demonstrar afeto, mas com seu jeito, tempo e espaço

Postado em: 26-01-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Ao contrário do que se pensa, felinos também podem demonstrar afeto, mas com seu jeito, tempo e espaço

Elisama Ximenes

Natália Montalvão chega à sua casa e uma das primeiras coisas que faz é conversar com sua ‘roomate’. Pergunta como foi seu dia, se ela está bem e outras coisas rotineiras. Não haveria nada de inusitado nisso caso a interlocutora dessa conversa não fosse uma gatinha  –  o bicho mesmo. Essa é uma das formas que ela encontra de retribuir o carinho que recebe de Capitu. Isso mesmo. Ao contrário do que diz a falácia, gatos podem, sim, ser bem carinhosos e têm diferentes meios de demonstrar seu afeto. Para entender como isso funciona, a especialista em comportamento animal Carolina Rocha, CEO da Pet Anjo, explica como os bichanos mostram que amam os tutores.

Desmontando o estigma de que gatos não são afetuosos, Carolina explica que, na verdade, “é muito difícil o gato não demonstrar nenhum dos sinais de manifestação de afeto”. Quando o pet for menos frequente nessas manifestações significa que há algo de errado. “Pode estar faltando enriquecimento ambiental para o animal; ele pode estar doente, passando por alguma mudança ambiental, ou mesmo de pessoas, de espaço, temperatura, entre outros”, explica. A estudante de Jornalismo Natália conta que, na verdade, considera Capitu uma gatinha carinhosa, mas que tem seus momentos. “Uma coisa que eu aprendi com gatos é que cada um tem sua própria personalidade, o carinho é na hora que ela quer”, relata. Quando não há essa demonstração, Carolina explica que pode ser por um stress gerado pelos motivos já apresentados ou por tédio, falta do que fazer. “Os gatos precisam de muita atenção”, reforça.

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No caso de quem não sente o mesmo retorno relatado por Natália, a especialista aconselha que, antes de tudo, o gato ganhe espaço. “As pessoas tendem a ir para cima do animal para pedir carinho, para pegar nele, tentar pegar o animal quando ele está escondido e, na verdade, é o oposto que temos que fazer”, explica. Segundo Caroline, o gato que tem que ser o agente e ir até o tutor. Por isso é necessário dar espaço para o pet e deixar que ele vá até a pessoa, sem tentar forçar isso. “Outra coisa é não apertar o animal. Temos essa tendência humana de abraçar, mas isso é muito intrusivo para eles, eles não se sentem bem”, lembra. Natália conta que costuma abraçar Capitu, mas só quando a gata lhe dá espaço e, mesmo assim, não fica muito tempo; passa um pouco, ela começa a morder o braço da dona ou arranhar. Uma dica para que se crie um relacionamento com eles é dar vagarosas piscadinhas de olho devagar. “Eles têm esse comportamento como uma linguagem de bem-estar, e a gente pode replicar isso”, aconselha Caroline.

Para retribuir, o principal é dar atenção para o animal. Carinhos no rosto e nas laterais do rosto são essenciais e agradam muito os bichanos. Além da orelha e do focinho, os gatos também gostam muito de receber carinho no fim das costas,  conforme explica a especialista. “Mas nunca vá com muita vontade, nunca aperte ou tente pegar o animal, nem mexer na barriga deles, porque eles, realmente, não gostam muito disso”, lembra. Segundo Caroline, alguns gatos tendem a pedir carinho com miados, e isso pode irritar muito. Para não reforçar esse comportamento, basta não reagir de imediato aos miados. O ronronar, por exemplo, pode ter inúmeros significados. “Um é amigabilidade, mostrar que quer se aproximar, pode ser também um meio de se acalmar; o animal pode estar querendo ficar mais calmo, e isso pode ser notado se o pet está mais isolado e tenta sair de perto das pessoas”, explica. Dependendo dos sinais, o ronronar pode ser, também, um meio de dizer que está com fome. 

Por fim, as demonstrações de afeto podem envolver o encostar de testa. “Este gesto é demonstrado para os tutores muito amados, quando o gatinho olhar para você, ele abaixará a cabeça e encostará na sua testa, queixo ou bochechas”, explica. Eles podem, também, passar as bochechas ou entornar a pontinha da cauda  –  que é quase um termômetro do humor dos gatos. Como já dito, piscadas suaves, ronronar e contato visual são sinais de carinho também. Além disso deitar no colo é uma das demonstrações. “A Capitu ama deitar comigo. Quando eu chego em casa, ela sempre me recebe com muitos miados, cheirinhos e faz aquela massagem de gato também”, conta Natália. Ainda, por mais inusitado que pareça, trazer  ratos, pássaros e insetos mortos também é uma forma de mostrar que eles gostam do dono. “Para ele, é um sinal de confiança e amizade”, explica Caroline. 

 

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