Maurício Meirelles apresenta stand-up ‘Perdendo Amigos’ neste sábado, em Goiânia

A apresentação será esta noite no Teatro Madre Esperança Garrido, no setor Central

Postado em: 11-02-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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A apresentação será esta noite no Teatro Madre Esperança Garrido, no setor Central

Elisama Ximenes

Maurício Meirelles é um comediante que preza pela ‘irreverência na medida certa’ em seus stand-ups. De acordo com o Dicionário Online de Português, irreverência é um substantivo feminino que quer dizer “ausência de reverência”, “falta de respeito” ou “desacato”. Além disso, em uma sociedade em que os questionamentos com relação a certas posturas consideradas preconceituosas não têm parado, Maurício se sustenta em um humor que chama de “politicamente incorreto”. Só assistindo ao seu espetáculo para saber com que medida o artista reforça esses termos para fazer as pessoas rirem. Na noite deste sábado (11), o humorista se apresenta no Teatro Madre Esperança Garrido. Para Goiânia, ele traz o stand-up comedy Perdendo Amigos. 

Antes da entrevista concedida ao Essência, Meirelles se adiantou em dizer que, no espetáculo, ele fala sobre corrupção, religião, casamento gay, maus-tratos aos animais – dentre outros temas alvos de polêmicas. “Certamente, vou desfazer a amizade com alguns amigos ao longo do show. Só minha mãe continuará me amando”, caçoa. Daí, portanto, o título do stand-up. Além disso, ele leva para o palco o quadro Webbullying, que apresenta no programa Pânico na Band. Nesse momento, ele realiza um trote virtual com alguém da plateia, invadindo seu Twitter, Facebook e Instagram. Em entrevista ao Essência, Maurico explica um pouco mais sobre a base ideológica de seu espetáculo e o que preparou para a apresentação em Goiânia. 

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Entrevista: Maurício Meirelles 

O que já te fez perder amigos?

Só o dinheiro, que emprestei e não me devolveram, aí fiz questão de perder esses amigos. Mas nunca por conta de uma piada. Sou muito tranquilo e valorizo muito as minhas amizades, a maioria é de longa data. Não perco amigos, nem a piada!

O que é politicamente incorreto para você?

O politicamente incorreto é fundamental para o humor. Está tudo muito chato, muito coxinha. Vivemos em uma democracia, é verdade, mas tem muita gente emitindo opinião que nem sabe direito o que significa, que quer compartilhar qualquer polêmica sem entender as coisas, principalmente nas redes sociais. Ainda aproveitam da internet para esconderem a identidade e serem agressivas, chamar a atenção. Não sei! Então isso faz a gente repensar três vezes antes de dar alguma opinião, mas não vou nunca deixar de ser quem eu sou para agradar a maioria. Prefiro ser de verdade e acredito que meu público consegue ver isso.  

Você se considera polêmico? Por quê?

Não sou polêmico, eu faço humor. No meu espetáculo, eu falo sobre assuntos polêmicos como corrupção, religião, casamento gay, maus-tratos aos animais – dentre tantos outros. Mas as pessoas gostam, elas se identificam com esses temas. Não faço texto para ser polêmico, faço textos que tenho vontade e que gosto.

O que você fala no stand-up coincide com seus posicionamentos reais?

O texto do meu show reflete a minha opinião, sim. Mas claro que existe uma conotação de humor para cada tema. Falar de política pode ser muito chato para algumas pessoas, mas quando isso é falado em forma de piada o assunto fica leve. 

Existe uma lei (Lei 6401/13) que torna o ‘cyberbullying’ alvo de combate legal. Você tem um programa e, inclusive, um momento no show chamado de Webbullying, que pode ser confundido com o ‘cyberbullying’. Explique-nos, então, qual a diferença entre eles.

A Lei referente ao cyberbullying pune quem intimida, agride, causa dor ou sofrimento, angústia ou humilhação à vítima, deprecia, incita a violência, adultera fotos e dados pessoais com o intuito de criar meios de constrangimento psicossocial. O Webbullying está muito longe de ser algo semelhante a isso. Primeiro e mais importante: não existe vítima, e sim participante. As pessoas se oferecem para participar e sobem ao palco, nos meus shows,  cientes do conteúdo da brincadeira. Não obrigo ninguém a subir no palco, as pessoas conhecem a brincadeira, entendem e querem participar. A intenção é apenas rir, se divertir, sem prejudicar ninguém. Minha única função no quadro é divertir a plateia, e o participante vem junto.  

Como você acha que o humor interfere na realidade?

O humor faz bem para a saúde! Rir nos faz refletir sobre as situações, a vida, nos acalma! É um santo remédio, como dizia a minha avó (risos).

Neste mês, tem o Dia do Comediante. Por que você escolheu essa profissão e qual a importância dela para a sociedade – a seu ver?

Eu era redator publicitário de agência, ou seja, era um ‘Zé Graça’ frustrado. Resolvi arriscar, em 2006, alguns textos de stand-up. Um pessoal gostou, e aí virei colunista semanal de humor em um portal. Quando eu descobri que era possível levar as minhas ideias para o palco, resolvi largar minha profissão e fazer isso para a vida toda. Acho importante. O Brasil está com uma excelente safra de comediantes, que levam um pouco de humor para um povo que está cansado de tanta notícia ruim.

Quais comediantes são suas maiores referências?

Eu realmente amo comédia e stand-up. Eu passo madrugadas assistindo a stand-ups internacionais para estudar e aprender mesmo. Eu adoro o Louis CK, Bill Burr, Jim Jefferies, Jerry Seifield, Ylvis, que também é maravilhoso! Assisto a tudo isso para poder me diferenciar e sempre pensar coisas novas. 

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