“Livro didático é instrumento de construção do cidadão”

Coordenadora do FNDE enaltece o material

Postado em: 02-03-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa

Andreia Verdélio,

Repórter da Agência Brasil

‘O livro didático faz parte da vida de todos nós. Quando pensamos em aprendizado, sempre vem à memória uma página ou a figura de um livro. Ele constrói o cidadão. Que a gente ensine as novas gerações a respeitar o livro didático como instrumento de crescimento”. O pedido é da coordenadora de Habilitação e Registro do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Nadja Cezar Ianzer, para o Dia Nacional do Livro Didático, celebrado em 27 de fevereiro. 

Continua após a publicidade

A autarquia investiu para este ano R$ 1,3 bilhão para distribuir 157 milhões de exemplares para 32 milhões de alunos dos anos finais do ensino fundamental (sexto ao nono ano) – além de repor e complementar exemplares para os anos iniciais e para o ensino médio. A previsão para 2018 é de R$ 1,9 bilhão em investimentos.

O FNDE é responsável pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) que tem como principal objetivo a distribuição de coleções de livros didáticos aos alunos da educação básica. O fundo disponibiliza ainda acervos de obras literárias, obras complementares e obras em versões acessíveis (áudio, Braille e MecDaisy). O PNDL tem mais de 30 anos, mas a distribuição de livros no Brasil já ocorre há mais de 80 anos. “E vem se aperfeiçoando”, disse Nadja.

A coordenadora explicou que o programa influencia o mercado editorial na busca pela qualidade física e pedagógica dos livros didáticos. “A avaliação pedagógica é gerida pelo Ministério da Educação (MEC), que permite que as obras tenham todo o conteúdo aprovado e de acordo com as diretrizes educacionais nacionais”, disse, explicando que o PNLD também respeita a autonomia pedagógica das escolas.

Após a seleção dos títulos inscritos pelas editoras, o MEC elabora o Guia do Livro Didático, que é disponibilizado às escolas participantes. “Então quem escolhe é o professor, que conhece suas necessidades locais e escolhe o material que mais se adequa às suas turmas e sua realidade”, disse Nadja. Ela ressaltou, entretanto, que o MEC preza pela isonomia dos estudantes, que têm acesso aos conteúdos com a mesma qualidade. “Diante da diversidade e condições, permitimos que todo o professor tenha acesso aos recursos pedagógicos mínimos. Têm muitas escolas que só tem o livro didático”, disse à Agência Brasil.

A previsão para publicação do Guia do Livro Didático é em junho de 2017. 

Digitalização

A coordenadora do FNDE afirmou que o livro didático não é pensado apenas para conteúdo pedagógico, mas a fomenta aprendizagem, induz o desenvolvimento da escrita e da leitura e democratiza o acesso à informação e cultura. “Ele é pensado para difundir uma cultura nacional, trazer aspectos não só educativos, mas sociais, entendendo que o livro é o objeto de maior força pedagógica”, disse.

Segundo Nadja, os livros didáticos trazem instrumentos digitais para serem inseridos, mas não devem ser substituídos. Ela conta, inclusive, que escolas que se apropriaram de novas tecnologias e se digitalizaram estão retornando à utilização do livro didático, pois houve um retrocesso no aproveitamento dos conteúdos pelos alunos. “Muitas vezes, eles (livros digitais) não estão formatados do jeito que mais alcança as crianças, talvez o instrumento em si não seja capaz de fazer as crianças aprenderem ou o professor não tenha o domínio. O livro já tem esse modelo mental”, destacou.

Veja Também