450 anos de Claudio Monteverdi

Com iniciativa da Associação dos Amigos do Art Filme Festival de Asolo (AFA), Goiânia recebe, neste fim de semana, montagem da ópera ‘L’Orfeo’

Postado em: 31-03-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Com iniciativa da Associação dos Amigos do Art Filme Festival de Asolo (AFA), Goiânia recebe, neste fim de semana, montagem da ópera ‘L’Orfeo’

Natália Moura

A ópera é um gênero teatral que engloba a música, em uma composição de canto, orquestra e dramaturgia. Um espetáculo desse porte – completo – pode chegar até mais de seis  horas de duração. Neste fim de semana, Goiânia recebe montagem especial da ópera italiana L’Orfeo. A iniciativa da produção surgiu da Associação dos Amigos do Art Filme Festival de Asolo (AFA), entidade goiana criada para incentivar o intercâmbio cultural entre Brasil e Itália, principalmente, entre atrações goianas e aquele país europeu. De acordo com a produtora Letícia Rocha, a AFA foi criada por psicanalistas,  e a iniciativa de trazer a montagem de L’Orfeo para Goiânia foi da presidente da associação, a psicanalista Márcia Marina da Silva. 

L’Orfeu é a primeira atração da associação recém-criada. Além da AFA, a ópera conta com iniciativa do Centro Cultural Gradiva e será apresentada nos dias 1º e 2 de abril no Instituto Tecnológico de Goiás em Artes Basileu França. Tem  apoio do Programa Estadual de Incentivo à Cultura – Lei Goyazes, mecanismo de fomento do Governo de Goiás gerido pela Secretaria de Educação, Cultura e Esporte (Seduce). A escolha se deu em homenagem ao compositor Claudio Monteverdi, autor de L’Orfeu, que completa 450 anos neste ano.  O espetáculo reúne músicos, diretores e equipe técnica da Itália, da Argentina, de Cuba e do Brasil. 

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“O corpo da ópera é formado por vários artistas de diferentes países, como o maestro italiano Roberto Zarpellone, e vários outros músicos da Itália”, diz Letícia. Do Brasil, além do Estado de Goiás artistas de São Paulo, da Paraíba e de Brasília vieram, especialmente, para compor a orquestra do evento. No grupo de cantores, a maioria é jovem; são naturais de Goiânia e Brasília. “Nós quisemos fazer com cantores jovens que estão iniciando a carreira profissional, então fizemos uma audição para seleção desses cantores, e ficou muito interessante”, conta a produtora. A ópera também recebe encenação do barítono Mauro Borgioni  – considerado o número 1 do mundo no seu registro de voz para barroco – no papel de Orfeo. 

De acordo com a produtora, a equipe teve alguns problemas, porém todos foram fáceis de ser solucionados. “Os instrumentos é que, para a gente, foi mais complicado, porque não são todos os instrumentos que nós encontramos aqui em Goiânia”, conta Letícia. L’Orfeo, de Claudio Monteverdi, é muito antiga, e é a primeira obra a ser considerada uma ópera. Na obra, os instrumentos são muito fiéis ao seu tempo, o que é difícil de reproduzir em dias atuais. “Tivemos que trazer instrumentos de outras cidades, e alguns vieram até de fora do Brasil”, conta Letícia. O exemplo de instrumentos de fora são os cornetos, que vieram da Argentina, junto ao casal de músicos Gustavo Gabriel e Ludmila Krivich. 

E, como os músicos vieram de diversos lugares, foi criada, especialmente para essa montagem, uma orquestra intitulada Orquestra Sinfônica Claudio Monteverdi, de Goiás. Todo o trabalho de preparação para as apresentações está sendo realizado no Instituto Basileu França e conta com o reforço do ator e diretor Ivan Lima, responsável pela direção cênica da ópera. Também participa da montagem do espetáculo Weber Assis, regente do Coro da Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás, que será também o regente do coro. O maestro Roberto Zarpellone é o diretor artístico da Veneci Monteverdi Academy, situada em Veneza, uma das referências da música erudita barroca no mundo. Ele está envolvido com as comemorações dos 450 anos de nascimento do compositor que estão sendo organizadas na Itália, a partir de Veneza, Udine, Treviso, Aldo Adige, Asolo e Mantua, e que incluem também as apresentações em Goiás.

No elenco, estão ainda os músicos italianos Gianpiero Zanocco, no primeiro violino; Francesco Galligioni, no primeiro violoncelo; e Lorenzo Felder, como primeiro cravista. Na flauta doce, haverá ainda a participação do cubano Raul Zaballa Veliz. No rol de nomes brasileiros, estarão Beatriz Pavan (cravo II e órgão positivo); Jamara Campos (viola de braccio), Gabriel Álvares e Agueda Macias (viola de gamba); David Castelo (flauta doce). Dentre os cantores solistas, estão os brasileiros Rosedália de Oliveira (como ‘A Música’), Sara Veras (‘A Mensageira’), Fernanda Araújo (‘Eurídice’), Luísa Aguilar (‘Proserpina’), Marco Antônio Assunção (‘Caronte’), Gustavo Freccia (‘Plutão’), Daniel Feitosa (‘Apolo’), Amanda Araújo ( ‘Ninfa’). Como os ‘Pastores’, estão Erickson Nunes, Hudson Fonseca, Pedro Henrique Oliveira e João Pedro. A duração da Ópera é de duas horas e 50 minutos com intervalo de 20 minutos. 

SERVIÇO:

Ópera ‘L’Orfeo’

Quando: 1º e 2 de abril (sábado e domingo)

Horários: 20h (sábado) e 19h (domingo)

Onde: Instituto Tecnológico de Goiás em Artes Basileu França

Entrada: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia)

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