Movimento vegetariano como ato de defesa dos animais

Apesar de muitos ainda enxergarem o vegetarianismo como dieta alimentar, ele vai muito além disso, é um movimento ativista, que tem como pauta a luta por libertação animal. Quem está no movimento enxerga uma forma de protesto pelos animais que são utilizados e mortos na indústria diariamente, uma forma de fazer algo por eles. 

Danielly, estudante de publicidade, cresceu sendo ovolactovegetariana, e nunca comeu nenhum tipo de carne. Em maio de 2016 ela passou a ser vegana. “Veganismo para mim é viver na medida do possível e praticável sem exploração animal. Um posicionamento político, ético e necessário para o planeta, a saúde humana e o bem-estar animal”, diz.

A cada ano a causa vem ganhando mais força, segundo a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), são cerca de 30 milhões de vegetarianos e 7 milhões de veganos no país. Segundo o IBOPE, em 2018, cerca de 16% da população do país se declarava vegetariana, número 75% maior que em 2012, onde apenas 9,5% dos brasileiros se identificam como vegetarianos.

O professor de geografia, Rafael Ribeiro, diz que um amigo próximo o influenciou a abandonar o consumo de carne, e que a princípio foi difícil. “No início eu ainda senti muita falta de carne, principalmente assada que é algo que eu amava. Mas depois de alguns meses sendo vegetariano eu passei a nem sentir tanta falta assim”, explica.

Rafael diz também que quer se tornar vegano, porém, por amar queijo é mais complicado. “Queijo é meu alimento favorito, então para que eu faça a transição para o veganismo é algo muito mais complicado. É algo que eu quero, com toda a certeza. Para mim, abandonar o consumo de animais é algo que está nos horizontes, mas por ora ainda um pouco longe”, complementa.

Veganismo, é livre de qualquer consumação animal, podendo ser alimentação, vestuário, espetáculos ou qualquer atividade de que envolva sofrimento animal. Toda alimentação envolve muitas proteínas, a exemplo de frutas e legumes com alto teor proteico, sendo a soja a principal.

Motivação

Segundo Rafael, seu principal objetivo futuro é se tornar vegano para ser mais ativo na causa de proteção animal. “Eu vejo indústrias, frigoríficos e fazendas tratando animais como um produto e com torturas. Isso é algo que me machuca muito. Hoje eu sei que faço parte e incentivo um problema gigantesco, e para manter minha consciência tranquila sei que preciso parar. Acredito que quando eu conseguir me tornar vegano isso possa me deixar mais tranquilo como ser humano”, completa.

Segundo a SVB, por ano, 70 bilhões de animais terrestres são mortos para consumo humano. Apenas pela pecuária brasileira, 181 animais são mortos por segundo, 24 horas por dia. 

Outro problema causado pelo consumo de animais é em relação ao bem-estar humano. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 70% das doenças modernas são de origem animal e grande parte delas ligadas à pecuária. Além de que 14.5% das emissões mundiais de gases do efeito estufa são causados também pela pecuária.