“Cultura terá de rever prioridades”, diz ministro

O ministro da Cultura, Roberto Freire, disse enxergar na atual crise econômica uma oportunidade

Postado em: 12-04-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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O ministro da Cultura, Roberto Freire, disse enxergar na atual crise econômica uma oportunidade

O ministro da Cultura, Roberto Freire, disse enxergar na atual crise econômica uma oportunidade para que a pasta defina prioridades e promova acertos na elaboração e na condução de políticas públicas para o setor. Esse “ajuste de foco” deve, segundo o ministro, resultar em mais atenção às atividades-fim da pasta – ou seja, a promoção da criação artístico-cultural e a proteção do patrimônio histórico – em detrimento do que Freire classificou como atividade-meio, ativista.

“Durante muito tempo, o Ministério da Cultura se preocupou com a atividade-meio, que era mobilizadora, ativista e significava uma integração muito forte com a política e com o poder e, muitas vezes, se esqueceu de sua atividade fundamental. Temos exemplos disso espalhados por todo o Brasil, como as bibliotecas e os teatros fechados”, comentou Freire durante a cerimônia de abertura do 3º Encontro Brasileiro das Cidades Históricas, Turísticas e Patrimônio Mundial, realizado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), em Brasília.

Segundo Freire, será preciso ajustar as contas do ministério para fazer frente ao contingenciamento de cerca de 40% do orçamento anual inicialmente previsto para a pasta – consequência do corte de R$ 42,1 bi no Orçamento-Geral da União, anunciado pelo Poder Executivo no fim de março. Freire, no entanto, garantiu que ações que forem consideradas prioritárias serão mantidas.

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“Já estamos fazendo as adequações necessárias. Muitos dos projetos e convênios existentes não são prioritários em um momento de crise como este. Vamos ter que fazer ajustes, levando em consideração as prioridades, entre elas, a preservação do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional)”, destacou Freire, sem citar exemplos de projetos e convênios que podem ser cancelados ou interrompidos.

Freire destacou que a atual crise econômica é das maiores da história do país e defendeu a iniciativa do governo federal de encampar projetos polêmicos que considera necessários, como a reforma da Previdência Social.

“Esse governo é profundamente reformista. Enfrentamos processos difíceis para qualquer governo a fim de preparar, na crise, o Brasil do futuro”, acrescentou Freire.

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