Arte pelas ruas
Oficinas artísticas, apresentações teatrais, musicais e circenses fazem parte da 14ª edição do Festival Galhofada, de 5 a 7 de maio, em Goiânia
Por: Sheyla Sousa
LUDMILLA LOBO
Começa hoje (5) a 14ª Edição do Festival Galhofada, que leva cultura – por meio da arte – para as ruas do Setor Pedro Ludovico. A abertura do evento é às 17h, e a programação continua até a noite de domingo (7). O evento é gratuito e aberto a toda comunidade. Como nas edições passadas do Galhofada, o público pode participar de oficinas artísticas e prestigiar apresentações teatrais, musicais e circenses.
O nome do festival vem do local onde as apresentações são realizadas. O canteiro central da Alameda Henrique Silva do Setor Pedro Ludovico é conhecido pela comunidade do bairro como “Ilha da Galhofa”, que dá origem à galhofada. No dicionário, o termo é definido como “brincadeira ou demonstração barulhenta de alegria”, que são características marcantes do evento. O Galhofada foi criado em 2004 pelo produtor cultural Marcos Lotufo, que já atuava no setor como parte da equipe da Oficina Cultural Geppeto. O espaço Geppeto traz aos moradores da região o acesso à cultura por meio de oficinas, exibições de filmes, cursos de teatro, assim como palestras sobre assuntos de interesse da comunidade.
Segundo a organização do Festival Galhofada, a participação dos moradores da região é fundamental para a execução do evento. Muitos estão envolvidos não só como espectadores, mas como voluntários. Uma das produtoras do evento, Fernanda Pimenta fala sobre essa participação: “Alguns moradores no ajudam na produção, até mesmo no preparo do almoço, que vamos realizar no sábado. Nosso mestre cuca é um morador que nos ajuda de forma voluntária. Existem várias frentes da comunidade que apoiam o Galhofada”.
Todo o festival é feito com um orçamento levantado de forma independente. Os recursos necessários para a produção e realização do evento vieram de rifas, doações de comerciantes da região e parcerias com artistas goianos. Na edição deste ano, os organizadores do Galhofada utilizaram a plataforma na internet www.vakinha.com.br para arrecadar fundos para custear alguns gastos do projeto, como iluminação, som e materiais para a divulgação.
De acordo com Fernanda, o orçamento reduzido é um dos principais problemas enfrentados pela equipe de organização do festival – além da dificuldade burocrática para realizar um evento na rua e aberto ao público. “São vários documentos que precisam ser autorizados. É um processo que demanda muito tempo e acaba desgastando os produtores que trabalham voluntariamente”, explica a produtora, que fala sobre o apoio financeiro de empresas parceiras: “Algumas empresas nos ajudam a comprar materiais utilizados durante o festival. Nesta edição, por exemplo, temos uma empresa que está nos ajudando a comprar as tintas que os artistas plásticos irão utilizar para pintar os murais”.
Cerca de 300 pessoas, entre atores, músicos, produtores e técnicos, estão envolvidos nesta edição do Galhofada. Todos oferecem o seu trabalho, voluntariamente, e trabalham com muita alegria para a realização do festival. Várias instituições e projetos se tornaram parceiros do festival de rua, como o Sesi, o Circo Laheto e o Festival Internacional do Boneco. Segundo a organização, algumas tentativas já foram feitas para levar festivais semelhantes às ruas de outros bairros de Goiânia, no entanto não obtiveram tanto êxito quanto o Galhofada, que é realizado no Setor Pedro Ludovico.
A edição deste ano promete ser ainda mais completa por conta do formato do evento, que volta a ter três dias de duração. O cronograma do festival conta com oficinas de circo, oficinas de maquiagem, teatro, apresentações de músicos locais, além de diversos outros momentos.
Fernanda, que é uma das artistas que vão se apresentar durante o Galhofada, enfatiza a variedade de atrações. “Teremos várias apresentações, exibições de curtas, performances, oficinas, além do cortejo que fazemos no sábado à tarde, em que os artistas realizam uma passeata pelo Setor Pedro. O Galhofada é uma forma de comemorar a arte e a vida em comunidade”, finaliza a produtora.
Programação do Festival Galhofada 2017:
Sexta-feira (5/5)
17h – Indelicada Cia. Teatral: O Príncipe
18h – José Artur Campos: Mimo
18h30 – Raquel Rosa: Aurora (fragmentos)
19h – Andarina das Linhas: Maria Fernanda
19h10 – Cineminha
19h30 – Milla Tuli (voz e violão)
20h – Voz, violão e contrabaixo (Luiza Camilo)
20h30 – Banda Actemia
Sábado (6/5)
Oficinas (das 9h às 12h)
Meu Corpo Minhas Regras – Anistia Internacional (acima de 14 anos)
Oficina de Teatro com os professores Roberto Júnio e João Ferreira
Oficina de Maquiagem de Caracterização com a professora Sandra Camargo e o professor Leonardo Leônidas
Oficina Laboratório de Criação com José Artur Campos (Salão)
Oficina do Lahetô (Ilha da Galhofa)
Patricia Ordaz – Oficina de voz
Oficina de Brinquedos – Seu Divino
Oficinas diversas (das 14h às 16h)
16h – Concentração para o Cortejo
Feitoria de algodão doce e bichinhos de balão tripa distribuído aos presentes
17h – Início do Cortejo Anfitrião: Abílio Carrascal
Artistas confirmados: Coró de Pau; Cia de Teatro Nu Escuro; Circo Laheto; Teatro Que Roda; Hélio Maria Auxiliadora; Ninho Cultural, Teatro que roda
18h – Cena: O amor Que Cura, com Silvana Figueredo, Jordânia Rodrigues e Raemisciler Cruz
18h30 – Cena: A Lição do Palhaço, com Roberto Júnio, João Ferreira, Leonardo Leônidas e Sandra Camargo
19h – Grupo Contemporâneo de dança
19h – Assombração Esqueteria Macacos (Oficina Cultural Geppetto)
19h15 – Bielito – O Excêntrico
19h45 – Sonora Colore
20h15 – Ninho Cultural: Maracatu
Domingo (7/5)
9h – Pintura dos muros
9h – Oficina de Sling
9h30 – Dança mamães e bebês
10h – Teatro Destinatário – Contação de histórias
10h30 – Thiago Verano toca com os alunos
11h – O Dia da Caça
Theatro Arte e Fogo (45min)
16h – Pequenas Caixas, com Lúcia Rosa
17h – Nem Um, Nem Outro (Zabriskie)
17h – Vanessa Voskelis
17h15 – Fridas – Grupo Contemporâneo de dança
17h30 – Adriel: show de MPB e reggae
18h – Dillo: banda de rock de Brasília
19h – Assombração: Esqueteria Macacos (Oficina Cultural Geppetto)
19h – Danilo Verano
19h30 – Vida Secas
20h – Débora de Sá – Balangandans