É tempo de arraiá

Bruna Policena 

Junho chegou, e as tão esperadas festas juninas acendem a fogueira do coração de quem gosta de manter a tradição. E a cidade está repleta de opções de festas para todos os gostos. Tem as tradicionais festas de paróquias, que começam logo após a missa, tem competições de quadrilhas profissionais, um forrózinho pé de serra para quem gosta de uma dança coladinha ou o agitado sertanejo universitário para quem gosta de rodopiar. Sem falar nas comidas típicas.

Para os amantes de canjica, paçoca, caldos e do famoso quentão, o goiano sabe bem cultivar o sabor das tradições. Algumas festas tradicionais, como da Paróquia São Pio X, do Setor Fama, reúnem católicos e amantes da festa com muita comida boa, gente animada, música e apresentação de quadrilhas no melhor estilo caipira. A Paróquia convida a comunidade para separar seu vestido, a camisa xadrez e se animar.

A Paróquia Nossa Senhora da Assunção, no bairro Itatiaia, também promove anualmente sua tradicional festa que reúne um público numeroso para assistir às apresentações de quadrilhas profissionais. A festa no estacionamento do Goiânia Shopping, feita pela Rosa Mística, também é outra muito esperada pelo público, e marcou muitas gerações com suas atrações tradicionais. 

Mas também tem as festas mais badaladas, como o Arraiá da Santa Ajuda, embalado neste ano pelo grupo Rastapé, autor de clássicos das festas juninas como Colo de Menina e Eu Só Quero Um Xodó. Santo Antônio, o casamenteiro, que se prepare, pois é na festa junina que muito romance começa, entre troca de recados no correio elegante e a famosa cadeia do amor. 

O shopping Estação Goiânia também está com programação especial. Neste sábado, ocorre a final do concurso de rainha junina. A programação do shopping para outros fins de semana inclui ensaios de quadrilhas profissionais, celebração de missa, apresentações musicais e food trucks. 

Por isso, neste ano, não se acanhe! Tire aquela roupa xadrez do armário, a calça ‘pegando marreco’, o vestido florido de chita, e vá dançar uma boa quadrilha improvisada. Exagere no rosado da bochecha, a ‘Maria Chiquinha’ no cabelo, a barba falsa de caneta e solte essa alma junina que há em você.  

Entrevista Grupo Rastapé 

Vocês começaram na década de 90. O que acham que mudou de la para cá no segmento musical? 

No fim do ano de 1999, nós começamos a dar os primeiros passos, fazendo os primeiros shows, e no ano seguinte gravamos nosso primeiro CD. O cenário musical mudou muito: os CDs estão praticamente extintos, as gravadoras perderam muito a força. Atualmente, os artistas trabalham mais com redes sociais, utilizando a internet como um meio principal para divulgação. Claro que a televisão e as rádios continuam tento um grande papel no trabalho dos artistas, porém hoje a acessibilidade às redes é maior.

Da nova geração do forró, quem vocês admiram?

Falamansa, Bicho de Pé, Forrocacana, os trios, aquele pessoal que fez parte desse movimento junto à Rastapé.

Vocês fazem muitos shows em festas juninas. Gostam da temática? 

Nós adoramos essa época de festa juninas, principalmente porque somos uma família de nordestinos, e tradicionalmente vivemos nessa época maravilhosa, quando aproveitávamos da colheita, festa da fartura, dos santos. Sempre foi muito importante essa reunião familiar e entre amigos, onde ficávamos ao redor da fogueira, com muita música, brincadeira e comidas típicas. Nesse período junino, nós trabalhamos muito, somos bastante cotados a fazer essa temática.

Nesses tantos anos de carreira, foram vários os sucessos, mas nos fale um pouco sobre a música de trabalho atual e os projetos para o futuro.

Nós estamos na turnê de comemoração dos 18 anos de carreira, e, para o próximo semestre, depois das festa juninas, lançaremos o nosso sétimo CD, que vem com a musica Olhos de Mel, que já está tocando nas rádios do Brasil, e mais algumas novidades, com músicas de autoria da banda. Além de outros projetos, estamos preparando um DVD cheio de novidade!

O que é o forró pé de serra e qual a grande diferença dele para o forró universitário?

O forro universitário sempre tocou o forró raiz, popularmente conhecido como forro pé de serra, forró simples, forró do povo! Era isso que as casas noturnas tocavam entre os anos 1999 e 2000, e os universitários estavam aderindo a essas tradições. Devido a isso, foi intitulado pelos próprios estudantes que, naquela época, divulgavam as festas nas faculdades, no famoso boca a boca.

Vocês também tocam músicas de outros artistas? 

Sim! É extremamente importante tocar as clássicas. O gênero do forro é muito rico, tem muita estrela, muito artista! Além de nosso próprio repertório, trazemos um vasto repertório popular, com Dominguinhos, Gonzaga, Alceu Valença, Zé Ramalho, Marines, Jackson do Pandeiro, Elba Ramalho, dentre tantos outros grandes artistas. Para nós é maravilhoso tocar as clássicas do forró, trazer para os tempos atuais. 

Como vocês fazem para escolher o repertório dos festejos juninos?

É bastante simples, pois escolhemos as músicas mais tocadas nas festas juninas, aquelas que crescemos ouvindo, que nos remete à nossa cultura, a essas festas lindas.

O que o público pode esperar do Arraiá Santa Ajuda?

Essa festa será imperdível! Queremos agradecer a toda produção do evento em trazer essa oportunidade para a banda Rastapé! Estamos superansiosos em fazer esse arraiá! Será uma noite com muita música e alegria. Desejamos paz, saúde e felicidade a todos, principalmente nessa noite maravilhosa! Vamos curtir com a banda Rastapé!