Grupos do MS propõem releitura de espaços esquecidos da cidade

Bruna Policena

Goiânia, Aparecida de Goiânia e Anápolis estão na agenda de dois grupos de dança de Campo Grande (MS), o Conectivo Corpomancia e a Cia. Dançurbana. A proposta é interagir com o público por meio de intervenções-surpresa nas ruas, apresentar espetáculos e exibir vídeos em espaços esquecidos das cidades; promover releituras e ocupar esses espaços para relembrar sua relevância histórica. As intervenções já começaram em Goiânia, e, nesta quinta-feira (8), o grupo Conectivo apresenta o espetáculo Sem Cerimônia, na antiga Estação Ferroviária de Goiânia, às 19h30.  

O primeiro é uma intervenção urbana do grupo Conectivo Corpomancia, com ocupação e exibição de videodança, além de intervenções-surpresa em meio à cidade. As atividades começaram na última segunda-feira (5), mas as interações e as apresentações continuam. Os locais não são revelados pela produção, justamente para criar expectativa e impacto. A única intervenção com horário e local marcados é a que eles chamam de Ação Cerimoniosa, hoje, na antiga Estação Ferroviária.

Segundo Franciella Cavalheri, integrante e intérprete-criadora do grupo, na antiga Estação Ferroviária é esperada uma releitura do espaço, a partir das cenas do Me=Morar, em forma de dança, ao vivo, e na relação com a obra audiovisual, que será projetada em diferentes espaços da estação. A Ação Cerimoniosa do Conectivo Corpomancia dá passagem para a Dançurbana que, por sua vez, tem um trabalho dimensionado para o palco italiano.    

Corpomancia

O conectivo Corpomancia é um eixo de processos colaborativos situado em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, que integra artistas da dança com formações diferentes e atuações profissionais também diversas com o objetivo de pesquisar, produzir e criar dança contemporânea em sua relação com diferentes suportes: jogo, espetáculo, performance, videodança, videoinstalação e mídias digitais. Desde sua criação, o coletivo elabora produtos a partir da reflexão de conceitos que desestabilizam o hábito de produção de dança da região e usa da mediação das tecnologias para criar e divulgar seus trabalhos.

‘Sem Cerimônia’

Sem Cerimônia: em Residência é um trabalho contemplado pelo Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna 2015. Segundo os autores da obra, as intervenções têm o objetivo de provocar um ruído no cotidiano urbano e chamar atenção para as questões do corpo na rua. Durante a Ação Cerimoniosa na antiga Estação Ferroviária, o público de Goiânia assistirá ao videodança Me=Morar: O Corpo Em Casa, que foi produzido a partir do espetáculo Me=Morar. A videodança explora a questão da memória trazendo à tona sensações despertadas pela casa antiga, daí a escolha da Estação para a exibição do material, um lugar histórico da cidade e que tem similaridade com o local onde o vídeo foi gravado.

Dançurbana

A Dançurbana, por sua vez, tem uma trajetória de 15 anoscom espetáculos que partem das danças urbanas e seus mais diversos estilos para criar uma linguagem própria. O grupo traz a Anápolis e Goiânia o espetáculo Fluzz, que será apresentado, respectivamente, na sexta-feira (9), no Teatro Municipal de Anápolis, e, no domingo (11), no Teatro Goiânia. Ambas as apresentações são gratuitas. 

Este espetáculo foi criado por meio da Lei Rouanet e sua circulação conta com o patrocínio de O Boticário na Dança, Eletrobras Furnas e Digix. A  Dançurbana foi a primeira companhia de dança sul-mato-grossense a conquistar o edital de O Boticário na Dança, e, neste ano, conta com este patrocínio pela segunda vez. Celebrando 15 anos de estrada, A Cia. Dançurbana circula pelo Centro-Oeste com o espetáculo Fluzz, criado em 2016, viabilizado pela Lei Rouanet.

‘Fluzz’

Fluzz é um espetáculo de dança em que o corpo é o grande comunicador entre pessoas. Sem direção, ele segue o fluxo do próprio caminho. Em cena, seis intérpretes-criadores utilizam técnicas de danças urbanas, dança contemporânea e improvisação para tecer uma rede de conexões. 

“O público pode esperar um espetáculo que permeia várias camadas relacionadas ao corpo e as tecnologias. E de como elas reverberam em nós, criando sátiras, provocando reflexões sobre como somos dependentes de alguns recursos tecnológicos. Dentro de uma dramaturgia em blocos, o trabalho trata de assuntos do nosso cotidiano, situações que vivenciamos em algum momento de nossa vida”, explica o diretor do Dançurbana, Marcos Mattos.

SERVIÇO:

Conectivo Corpomancia apresenta 

‘Sem Cerimônia’

Quando: 8 de junho

Onde: antiga Estação Ferroviária de Goiânia (Praça do Trabalhador, Centro)

Horário: 19h30

Grupo Dançurbana apresenta 

‘Fluzz’

Goiânia

Quando: 11 de junho

Onde: Teatro Goiânia

Horário: 20h

Anápolis

Quando: 9 de junho

Onde: Teatro Municipal de Anápolis

Horário: 20h

Entrada: todas atividades são gratuitas