Aos amantes de orquídeas

Bruna Policena

Goiânia vai ser palco, mais uma vez, de beleza e delicadeza. Nos dias 30 de junho, 1º e 2 de julho, o Bosque dos Buritis, sede da Associação Goiana de Orquidófilos e do Orquidário Orlando Arruda, realizará sua XXIV Exposição Nacional de Orquídeas de Goiânia e o II Encontro dos Colecionadores das Cattleyas do Cerrado. A exposição presenteia os goianos e amantes de orquídeas de todo País e do mundo com variedade de orquídeas do Cerrado: uma verdadeira explosão de cores, formas, perfumes e tamanhos, com exuberância e imponência, ao mesmo tempo em que delicadeza e fragilidade caminham juntas.

A exposição chega ao seu 24º aniversário, e traz colecionadores e amantes dessa flor que fascina pessoas do mundo todo. Por ser Goiás considerado o local das mais belas Cattleyas, é de relevância cultural para os goianos o incentivo ao cultivo de espécies do Cerrado. Neste ano, o evento terá mais de 11 estandes de vendas, entre espécies e hibridas, desde orquídeas grandes até aquelas do tamanho da cabeça de fósforo. Cada expositor terá suas plantas expostas e julgadas em diversas categorias. 

São esperados mais de 100 mil visitantes, que serão brindados com cor, beleza, raridade, diversidade, exuberância e curiosidades. São três dias para se apaixonar e encher os olhos ate mesmo de quem não é amante destas beldades. A exposição apresentará mais de cinco mil orquídeas, de mais de 500 espécies,  que podem ser adquiridas a valores que variam de R$ 10 a R$ 15 mil – além de insumos, matérias para cultivos, diversos itens e novidades (vasos, etiquetas, cachepos, pendurico, etc.).

Exposição

O vice-presidente da Associação Goiana de Orquidófilos (AGO), Kennedy Henrique, explica que a exposição é alvo de interesse de colecionadores da espécie tanto do Brasil quanto do exterior – principalmente americanos e japoneses. A exposição é um intercâmbio entre cultivadores e colecionadores nacionais e internacionais. “Um evento grande para o meio orquidófilo, e durante esse período de 24 anos acreditamos que cada ano tem sido melhor. Temos alcançado um público maior, temos divulgado mais o que é o cultivo de orquídeas”.

A exposição tem o objetivo de permitir ao público conhecer essa infinidade de cores e formatos dessa planta e reunir seus diversos colecionadores brasileiros em um único momento. Kennedy ressalta: “Muitas vezes, as pessoas acham que orquídeas são somente aquelas que vemos nos shoppings, e aquilo ali na verdade é uma fração das orquídeas. São mais de 30 mil espécies, fora os híbridos referentes a cada uma. E, por meio desses 24 anos de exposição, mostramos ao público o que é o reino das orquídeas, o que são as espécies das orquídeas”.

A importância turística da exposição é de, primeiramente, apresentar a cidade. Muitas pessoas que visitam a exposição não conhecem Goiânia. A partir do ano passado, começou a ser feita a exposição no Bosque dos Buritis – pela localidade (no Centro da cidade) e pela beleza do parque. E tudo que é apresentado e produzido na exposição é publicado no site da Coordenadoria das Associações Orquidófilas do Brasil (Caob) – site de referência orquidófila no mundo inteiro. 

Inicialmente, eram poucos expositores. Havia muitas pessoas de São Paulo, que são mais ligadas culturalmente ao cultivo de orquídeas. “Cada ano que passa temos buscado convidar mais associações e divulgar, dentro do Estado, a relevância das espécies do Cerrado”, conta Keneddy, que completa: “A nossa maior conquista é unir todas as pessoas, com inúmeras diferenças, mas unidas pelo mesmo hobbie”.  Ele explica que, quando se trata de cuidado, independentemente da orquídea ser cara ou barata, o cuidado e a importância são os mesmos. 

‘Catteyas’

Para Kennedy, a exposição espera despertar, aos poucos, o interesse dos goianos pelo cultivo de orquídeas, e algumas das espécies mais procuradas no mundo todo são do Cerrado brasileiro: “A exposição tem focado, durante esses anos, na divulgação das orquídeas do Cerrado brasileiro, que são espécies nativas da nossa região, as Cattleyas, e colecionadas pelo mundo. Há muita procura em outros estados brasileiros – e em diferentes países – e que o próprio goiano não conhece, e, muitas vezes, não dá valor”. 

A quantidade de espécies do Cerrado que serão expostas é muito grande. Keneddy explica que “não saberia dizer quantas espécies de orquídeas do Cerrado são (isso ainda precisa ser estudado). A cada ano são descobertas novas orquídeas. Mas eu destacaria três, do gênero Cattleyas: Cattleya walkeriana, Cattleya mesquitae e Cattleya nobilior, que talvez seja um dos gêneros mais colecionáveis pelo mundo. São gêneros que agregam muito valor, pois são as plantas mais premiadas, por isso, muito procuradas pelo mundo inteiro. E, junto à exposição, ocorrerá o II Encontro Nacional de Colecionadores de Cattleyas do Cerrado. As Cattleyas são espécies bem interessantes, com perfumes muito particulares e um vegetativo bem robusto. 

Encontro de Colecionadores

Neste ano, haverá o II Encontro de Walkerianeiros, que vem expondo e vendendo suas Cattleyas. Desde mudas pequenas até o corte de plantas já premiadas, são as orquídeas que atraem o maior numero de estrangeiros por suas formas, seus perfumes e suas cores, e com valores acima de R$ 1 mil. 

“Quando se fala de valor, considera-se a raridade, a forma da planta, o tamanho da flor, cor, variação cromática que tem. E, quanto mais rara e maior ela for, maior valor ela terá. Colecionadores de todo o País buscam por elas, e com o passar do tempo, elas vão sendo mudadas geneticamente, e cruzando espécies, na tentativa de encontrar um melhoramento”, finaliza o vice-presidente.