Caixa Cultural abre mostra de filmes de diretoras negras em Brasília

O objetivo é destacar a resistência dessas mulheres no mercado, já que não existe nenhum movimento de cineastas negras e cada uma trabalha suas próprias questões

Postado em: 05-07-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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O objetivo é destacar a resistência dessas mulheres no mercado, já que não existe nenhum movimento de cineastas negras e cada uma trabalha suas próprias questões

Até 11 de julho, a Caixa Cultural apresenta a mostra Diretoras Negras no Cinema Brasileiro. As sessões ocorrem no Teatro da Caixa, em Brasília. Serão exibidos 45 filmes, entre longas, médias e curtas-metragens, fazendo uma retrospectiva da produção cinematográfica feita por cineastas negras brasileiras. 

A mostra quer destacar a resistência dessas mulheres no mercado, já que não existe nenhum movimento de cineastas negras e cada uma trabalha suas próprias questões. Dentre elas, se destacam ElenLinth e KeylaSerruya (Amazonas), Larissa Fulana de Tal (Rio de Janeiro), Eliciane Nascimento (Brasília) e Renata Martins (São Paulo).

Dentre outros temas, os filmes de ficção e documentários que serão exibidos na mostra retratam aspectos do cinema negro brasileiro, o lugar da mulher negra na sociedade, a cura e o fortalecimento feminino, a luta das empregadas domésticas, a representação racial no universo infantil e a luta por moradia da América Latina.

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A programação ainda traz dois debates abertos ao público: um sobre as perspectivas e transformações da mulher negra no cinema nacional e outro sobre o percurso das diretoras negras no cinema brasileiro.

A mostra também terá uma sessão com audiodescrição e closed captions para portadores de necessidades especiais. O filme Leva será exibido, no domingo (9), às 17h30. 

O filme Amor Maldito, da pioneira Adélia Sampaio, será exibido em duas sessões. A cineasta começou no cinema, em 1969, aprendendo tudo na prática, como diretora de produção de diversos longas-metragens. Dirigiu vários curtas e, em 1984, tornou-se a primeira diretora afrodescendente a dirigir um longa-metragem no Brasil, o Amor Maldito.

“A ousadia do filme forçou Adélia Sampaio e sua equipe a trabalharem em regime de cooperativa. As salas de cinema (outras) não aceitaram exibir o filme, que foi proposto ser divulgado como filme pornô”, informou a Caixa Cultural.

A programação da mostra está disponível no site da Caixa Cultural e na página da mostra no Facebook.A entrada é gratuita, limitada à lotação do teatro.

Andreia Verdélio: Repórter da Agência Brasil 

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