Saiba como tratar o mau hálito canino

Amanda Cunha

Se você tem um cachorro como animal de estimação, muito provavelmente já percebeu que o hálito deles tem um cheiro característico, e isso é normal. Mas, se o odor se tornar muito forte e desagradável, preste atenção, pois a saúde do seu pet pode estar precisando de um cuidado especial. Este é um assunto delicado, porque o mau hálito canino, também chamado de ‘halitose’, pode estar relacionado a uma série de doenças. Esse problema pode atingir todos os cães, independente de idade ou raça.

A principal causa do odor bucal nos cães é o tártaro nos dentes que, muitas vezes, passa despercebido pelos donos do animal. Segundo o médico veterinário Wanderson Ferreira, higiene é o método mais eficaz para evitar esse problema. “O tártaro é resultado do acúmulo de comida nos dentes dos animais e, da mesma forma que os humanos, os cães necessitam de escovação sempre depois de se alimentarem para não formar essa placa de bactérias. Não adianta querer escovar os dentes do cachorro uma vez por semana”, salienta ele.

O veterinário afirma que o mau hálito também pode estar associado a patologias gástricas e infecção gengival. Se não for tratado corretamente, o tártaro vai se desenvolvendo, se infiltrando pela gengiva, e pode acarretar problemas de saúde mais sérios ao cão – como infecção oral, problemas na válvula cardíaca e até meningite. Além disso, o tártaro pode absorver a parte óssea do dente a ponto de fazê-lo cair.

A halitose é mais comum em cachorros de porte pequeno – tais como shih-tzu, yorkshire e poodle. De acordo com Wanderson, as causas para essa constância não são conhecidas, mas é provável que esse inconveniente ocorra devido à formação da arcada dentária destes animais em específico, pois elas costumam ser assimétricas e ter má formação, e são muito comuns em raças de focinho curto. Isso pode, de alguma forma, facilitar o acúmulo de comida nos dentes do pet, causando o tártaro.

Cuidados

Além da escovação, o uso de creme, gel ou spray para higiene oral, ou aditivo de água que contenha clorexidina também auxilia nos cuidados com os dentes do seu bichinho. Entretanto o veterinário reitera que nenhum desses itens substitui a escovação. “Por mais que seja difícil, a melhor forma de acostumar o cão a escovar os dentes é fazer isso desde que ele é filhote. Elogiar o animal e tratar a escovação como uma recompensa após a refeição faz com que o animal aceite isso melhor”, comenta o especialista.

Quanto à alimentação, não é aconselhável alimentar o cachorro com a mesma comida que as pessoas comem, porque ela é mais úmida e tende a se concentrar mais na dentição canina. As rações para cães já são elaboradas para cuidar da higiene bucal do pet, especialmente as granuladas; já as que são embebidas em líquido atuam da mesma forma que a comida humana, e podem ser prejudiciais à manutenção da saúde bucal do cão.  

Outra forma de prevenção é a limpeza nos dentes do cão, mas este é um processo nada simples. O veterinário explica que o tártaro leva de um a dois anos para ser formado, logo recomenda-se que a limpeza dentária seja feita a cada dois anos. “É preciso aplicar anestesia para realizar esse procedimento, pois nem sempre os cães se sentem confortáveis com isso”, explica. Caso o hálito do seu pet esteja com um odor muito forte, consulte o veterinário antes de realizar qualquer tratamento.