Sheena Rock Festival

Sheena Ye lança, neste sábado, seu primeiro álbum, ‘Seu Tempo Acabou’, no Centro Cultural Martim Cererê

Postado em: 08-07-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Sheena Rock Festival
Sheena Ye lança, neste sábado, seu primeiro álbum, ‘Seu Tempo Acabou’, no Centro Cultural Martim Cererê

Bruna Policena 

Em tempos turbulentos para o rock, ainda há quem tenha a audácia de caminhar sobre este terreno pedregoso. Mas, para a Sheena Ye, fazer rock’n roll não é ousadia. Fazer rock’n roll é um reflexo da cena roqueira goiana, que segue seu curso. A banda lança o primeiro álbum, Seu Tempo Acabou, neste sábado (8), no Centro Cultural Martim Cererê, no Sheena Rock Festival. O evento também terá shows das bandas convidadas Chef Wong’s, Lattere, La Morsa, Señores e Tempo Plástico (MG).  

Gravado no estúdio Rocklab Produções Fonográficas, em Goiânia, o disco foi mixado, masterizado e produzido pelo premiado Gustavo Vazquez. Lançamento da Monstro Discos, as 11 músicas que compõem o álbum relatam dilemas cotidianos. Seu Tempo Acabou tem participação especial de Gustavo Vazquez, na guitarra, e de Luiz Gustavo Medeiros, no vocal de apoio. O designer Paulo Rocker – também vocalista e baixista da banda Gramofocas – é o autor da identidade visual do disco.

Continua após a publicidade

Além de preparar o lançamento, Mário Nacife (vocal e baixo), Douglas Dieck (guitarra/vocais de apoio) e Vinicius Bernardes (bateria) estão empacotando os instrumentos para invadir o palco mais próximo da sua casa. E, a partir de hoje, a Sheenatour vai passar por 12 cidades, de três estados, com um repertório impactante para quem é amante de rock. 

A banda

“Rock, rock pesado, rock paulera, stoner tupiniquim ou punk metal”. Seja qual for o termo que possa traduzir o som da Sheena Ye, há de se concordar que se trata de uma banda autêntica e cheia de caráter. Após lançar o primeiro trabalho físico, também pela Monstro Discos – um EP com quatro músicas que revelam um som cru, mas com guitarras trabalhadas, refrões poderosos e letras em português –, a banda, que surgiu em 2013,  deu as caras na movimentada cena goianiense. A Sheena Ye fez shows de abertura para bandas importantes nos cenários nacional e internacional – como Cachorro Grande, Matanza, CPM 22, Velhas Virgens, Radio Moscow e Kadavar.

A banda define seu som como um rock, sem rótulos, com muitas influencias, produzindo músicas autorais e cantadas em português. “Fica difícil definir e seguir uma direção, uma vertente só, então costumo falar fazemos rock, e brincamos com tudo, desde surf music até o metal, o blues. Muita coisa nos influencia, então basicamente nosso som é rock, cantado em português com influências de rock and roll”, conta o vocalista Mario Nacife. 

Inicialmente, foi uma ideia do Mario, que queria montar uma banda que cantasse em português e que tivesse um som que ainda não era executado pelas outras bandas da cidade. O vocalista já frequentava a cena de rock goiano, conhecia e gostava de várias bandas da cidade, “mas via necessidade de montar essa banda com outra proposta, cantando em português e fazendo um rock mais sem rótulo”, explica ele. 

Com quatro anos de estrada, a banda e som foram amadurecendo ao longo do tempo. “A sonoridade foi fluindo com o tempo”, conta Mario. Eles começaram com o vocalista chamando alguns amigos, e com isso conseguiram montar a banda, cuja sonoridade foi ganhando força. “Eu conheci o Vinicius e o Douglas no colégio. A gente já tinha tocado algumas vezes juntos e, quando eu montei a banda, eles já estavam envolvidos em outros projetos”. No início, a banda tinha outra formação, e, conforme o tempo foi passando, surgiu a oportunidade, surgiu o convite de trabalharem juntos.  

Shena Ye se inspira em muita coisa, muita banda, que transita em muitas vertentes musicais. E o seu som é fruto desse trânsito, produzindo um som autoral, sem rótulos, mas com uma identidade artística que chamou a atenção da cena musical. “As inspirações, penso eu, que são os objetivos. A gente quer se divertir e fazer um bom som, porque fazer um show é muito gratificante, e fazer um bom show é melhor ainda. Então queremos tocar no máximo de lugares possível, rodar na estrada, e gravar álbuns. O que nos motiva a tocar é ouvir outras bandas que a gente vê na cena goiana, e vê que tem espaço para tocar”, explica o vocalista Mario. 

O som de uma banda amadurece conforme ela vai tocando, principalmente se tiver a experiência de tocar fora da cidade natal. Mario explica que,  “quando uma banda vai tocar em outro lugar, não conhece ninguém além dos seus parceiros de banda. Isso aproxima bastante os integrantes, e amadurece não só o som como a gente mesmo”.  

No ano passado, em março em 2016, a banda já havia lançado um material, um EP com quatro músicas. No segundo semestre do mesmo ano, eles  viram a necessidade de lançar um álbum cheio, com 11 músicas, todas autorais. Então o processo para começar a compor e a produzir essas músicas foi desde sentar com o violão e pensar em alguma coisa até o trabalho dentro do estúdio. Nesse processo de criação, cada integrante quis aflorar um pouco da sua influência na música, e Mario conta que, das 11 músicas feitas, “nove foram compostas depois de maio do ano passado, e estão muito frescas na nossa mente; com isso foi muito mais  fácil mexer nelas, e trabalhá-las em estúdio”.  

Para lançar um álbum completo, com músicas autorais, a cidade natal dos meninos foi escolhida para o primeiro show da turnê. E, ao questionar a importância de apresentar esse trabalho justamente em Goiânia, Mario explica que é primordial. “Nosso trabalho foi muito bem-recebido na nossa cidade, e temos uma intimidade com o público daqui, que não temos em nenhum outro lugar; a gente se sente em casa. Então não tinha outro lugar para lançar esse álbum, senão na nossa cidade. A importância de lançar aqui é mostrar a força da música independente goiana, do rock goiano, que, muitas vezes, não é reconhecido”.  

A expectativa para uma turnê sempre é grande: tocar fora de casa e mostrar seu som para pessoas que, se não conhecem, vão passar a conhecer. “Pessoas que você nunca imaginaria que iriam escutar seu som estão ali, escutando, gostando, e procuram saber mais, compram camisetas, CDs, adesivos da banda”, conta Mario. 

A turnê faz acontecer a banda, faz ela ser conhecida. “Para essa turnê, temos uma expectativa muito boa, e, independente de haver cinco ou 400 pessoas no show, esperamos dar o melhor de nós, e o show vai ser feito da mesma forma”, completa o vocalista, com muito carinho por esse show de lançamento.

SERVIÇO:

Sheena Rock Festival – lançamento do disco ‘Seu Tempo’ Acabou’, de Sheena Ye

Quando: 8 de julho (sábado)

Onde: Centro Cultural Martim Cererê

Horário: 18h

Quanto: Entrada gratuita

Veja Também