Doença atinge 5,8% dos brasileiros

Grande parcela da população que quer emagrecer apresenta um determinado grau de depressão

Postado em: 11-07-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Grande parcela da população que quer emagrecer apresenta um determinado grau de depressão

Bruna Policena

A insatisfação com o próprio corpo e a busca pelas medidas perfeitas podem ser impulsionadores de uma possível depressão – ou causas da mesma. A busca pelo emagrecimento rápido, inconsequente, leva muitos homens e mulheres a fazerem dietas erradas e sem orientação profissional. O desânimo para a prática de exercícios físicos pode ser consequência de uma depressão alimentada por essa insatisfação com o físico e problemas na auto-estima. 

“Você emagreceu!” é automaticamente interpretado como elogio. “Você engordou” é algo que ninguém aceita bem. Quantas mulheres entram em depressão por não estarem bem consigo mesmas, com o corpo? A sociedade dita um padrão que muitas não conseguem atingir, e, quando isso ocorre, muitas acabam entrando em depressão. Magreza não é sinal de saúde. Cerca de 95% dos pacientes com anorexia são mulheres, sendo que a doença é tratada como epidemia em alguns países. 

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São elas que convivem com essa neurose diariamente. As cobranças sociais para se adequar a um manequim 36 são incessantes. Experimentam dietas malucas, morrem de culpa por comer doces, correm para a academia para entrar ‘em forma’ o mais rápido possível, tomam remédios para emagrecer, não vão à praia e, sim, entram em depressão. Essa é uma doença que atinge cerca de 5,8% dos brasileiros – segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

“Não é pecado procurar ajuda, procurar melhorar o corpo, mas que seja de forma saudável, que seja pensando na saúde mental em primeiro lugar”. Assim define um dos proprietários do Clube Crossfight, Leonardo Lívio, que lida diariamente com todos os tipos de mulheres. “A depressão é algo sério. Eu vejo muitas mulheres – e até mesmo homens – que não estão felizes com o próprio corpo. O que deveria ser um bom sinal para se preocuparem com a saúde e praticarem exercícios físicos pode ser um pesadelo se a pessoa não for no limite dela”, esclarece Leonardo.

O que o instrutor e ex-lutador de MMA ressalta que não adianta entrar em uma academia, hoje, pensando nos resultados para o dia seguinte. “Não é assim que funciona. Primeiro a pessoa terá que tratar do psicológico se ela estiver muito acima ou abaixo do peso. Eu trabalho muito isso em minhas academias, é algo bem personalizado; são pessoas, ali, não clientes. Cuido de cada um, e acredito que isso ajuda não só para entrarem em forma, mas também gostarem de si como são”, afirma ele.

Leonardo acredita que pessoas deprimidas querem emagrecer, mas sempre acham que não conseguem. “São várias as desculpas que já ouvi, que o corpo dói ao fazerem exercícios físicos, que não tem tempo, etc. Quando é assim, o melhor é procurar um médico, fazer um exercício que goste e que se adapte, comer de forma saudável. São alguns passos para sair de um estado inerte”, acredita ele.

O importante é procurar ajuda, seja ela vinda de um nutricionista, um preparador físico ou um psicólogo. A busca pelo corpo saudável precisa ser consequência de uma mente equilibrada e satisfeita com si mesma. Com a saúde em primeiro lugar. O emagrecimento será decorrência de alimentação saudável e prática de exercícios que melhor agradar a pessoa – para que não seja um sacrifício –, uma rotina necessária e gostosa. 

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