Brasil é o segundo maior consumidor de streaming no mundo

Entre os 5 aplicativos de entretenimento mais buscados na PlayStore, os streamings de vídeo representam 80% do ranking

Postado em: 01-01-2022 às 15h00
Por: Alexandre Paes
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Entre os 5 aplicativos de entretenimento mais buscados na PlayStore, os streamings de vídeo representam 80% do ranking | Foto: reprodução

Não há dúvida no quanto os serviços de streaming aumentaram muito seus números durante a pandemia. Certamente, aumentou o tempo dispensado na frente da televisão e, consequentemente, a dedicação diária a plataformas de streaming. Dados levantados pela Finder apontam o Brasil como o 2º país que mais consomem streaming no mundo, com 64,58% da população assinando pelo menos um serviço do tipo. O país fica atrás somente da Nova Zelândia, que contabiliza 65,26%, e na frente da Irlanda com 63,19%.

O crescimento no 1º semestre de 2021 foi exponencial e expressivo. Na Play Store, por exemplo, no ranking dos 5 aplicativos mais buscados na categoria de entretenimento, 4 são de streaming de vídeo. Na Apple Store a estatística se repete. Os números representam uma alta de 300% em relação ao mesmo período de 2019.

O cenário de distanciamento social na pandemia também impulsionou a adesão do streaming entre os negócios, principalmente para transmissões ao vivo. De acordo com pesquisa do LinkedIn, cerca de 93% dos entrevistados acredita que os eventos online devem continuar no futuro. Para 79%, as atividades nesse formato trouxeram retornos maiores que o modelo presencial e 85% dos pesquisados pretendem organizar eventos híbridos no futuro.

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De modo geral, o termo “streaming” se refere à distribuição de conteúdo pela internet em que o usuário não precisa fazer o download para acessar o material. Entre as principais empresas do segmento estão a Netflix, Spotify, Youtube e Amazon Prime Video. Além de áudio e vídeo, atualmente existem serviços de streaming de conteúdos de texto, arquivos editáveis e jogos. 

Com o setor de serviços sendo o mais afetado, foram poucos os negócios que conseguiram expandir seu faturamento. A Zoeweb, uma plataforma de streaming goiana, aumentou em 500% sua atuação durante a pandemia, e a empresa permanece expandindo seu mercado e atendendo grandes conglomerados de mídia que buscam se inserir nessa nova era.

Samuel Victoy, CEO da empresa Zoeweb, afirma que a plataforma ja estava em ascensão mesmo antes da pandemia. “O distanciamento social apenas acelerou o processo. O streaming iria chegar à vida das pessoas mais cedo ou mais tarde. Os passos que demos nos últimos dois anos já tinham sido planejados de certa forma”, disse.

Além disso, Samuel reforça que o fortalecimento do negócio não foi tão simples quanto parece, e que o streaming já ultrapassa o alcance de veículos televisivos. “As pessoas não querem mais estar presas a um formato no qual deve-se esperar certo horário para ver um programa de televisão. A bola da vez é poder assistir determinado conteúdo quando e onde eu quiser. Hoje o grande lance é a interatividade”, argumentou. 

De acordo com pesquisa da Kantar IBOPE Media, 58% dos usuários de internet disseram que viram, acessaram e assistiram mais conteúdos através das plataformas de streaming pago durante os períodos de isolamento. A pesquisa apontou que o tempo em frente à televisão diminuiu 37 minutos diários, e cada indivíduo passou cerca de 1h49 por dia assistindo a conteúdos em plataformas de streaming.

Segundo a Tech Jury, 63% das pessoas com idade entre 18 e 34 anos assistem transmissões ao vivo regularmente. Nos últimos anos, a indústria de transmissão ao vivo cresceu 99% e a expectativa é que o mercado de streaming chegue a valer mais de US$247 bilhões em 2027. Com os dados apontando para um crescimento do setor, o CEO explica que a expansão da Zoeweb acontece também em aspectos internos do negócio.

Em 2021, a ZoeWeb começou com serviços de transmissão ao vivo para emissoras de TV e hoje atende clientes de diferentes setores em todo o Brasil. “Fizemos o congresso da UNIFESP durante dois anos consecutivos, com produção e transmissão ao vivo. Também estamos no 50+50, que é uma série de eventos do SEBRAE em comemoração aos seus 50 anos”, declara Samuel.

Para 2022, o CEO diz que o formato híbrido deve liderar o mercado. “Tudo que é acessado através do celular, por exemplo, já é considerado um formato de streaming. Seja por meio de aplicativos de música, vídeo, as plataformas de aulas online e reuniões que foram adaptadas durante a pandemia. O que vai ficar pra todos é o formato híbrido, que tem sido lapidado a todo momento”.

A expectativa é que para os próximos anos o streaming amplie seu mercado cada vez mais. “Estamos apostando em um futuro ainda mais inovador. O online tem um alcance muito maior de pessoas, e essa é a grande revolução que o streaming trouxe”, concluiu.

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