Anderson Richards lança CD solo

Bruna Policena*

Vocalista da banda Mr. Gyn, Anderson Richards lança, hoje (17), seu primeiro CD solo, Eu Pra Mim, no Teatro Sesi. Na maioria das 13 faixas do disco estão músicas inéditas do cantor e compositor e algumas releituras de autores consagrados, que inspiram seu trabalho, como Fábio Júnior, Almir Sater e Renato Teixeira e Titãs. Anderson continua sua trajetória de mais de 20 anos com a Banda Mr. Gyn, aproveitando este momento mais maduro de sua carreira para dar vida a um projeto pessoal, com abordagem mais intimista, ‘voz e violão’, apresentando canções que contam sobre suas vivências, o amor e a família. O CD poderá ser adquirido no saguão do teatro ao preço de R$ 10 – e pela internet (Spotify, Deezer, Itunes, Google Music, sites).

Autor de canções que embalaram gerações, o artista goiano Anderson Richards, já contou muitas histórias de amor, da procura da pessoa certa e das desventuras dos relacionamentos. Saindo das canções mais dançantes de pop rock do Mr. Gyn, o compositor construiu um disco de mesma temática, com uma musicalidade mais calma e um formato que organiza e integra essas histórias de amor. Assim como a vida do próprio Anderson – que agora é casado, pai, tem muitas vivências e experiências para compartilhar com o público, já fã do seu trabalho e da banda. Segundo ele, a ideia de gravar um disco solo surgiu ao receber convites para apresentações acústicas. 

Projeto

O disco acústico tem produção e arranjos assinados pelo parceiro Leandro Carvalho. Antes de se dedicar à carreira, Anderson gostava de cantar O Que é Que Há, de Fábio Jr., por isso regravou a canção que interpretou pela primeira vez, num karaokê, aos 16 anos. 

“Em um projeto de trabalho solo, sempre há alguma coisa que não se encaixa no projeto da sua banda, e que teria que ter um projeto seu para você poder fazê-lo. Assim como foi com O Que é que Há e Tocando em Frente, por exemplo, que são duas releituras que não caberiam no projeto, no dia a dia da Mr. Gyn”, explica o vocalista. Nestes espaços em que a banda não caberia se apresentar – pelo tamanho da equipe e da estrutura dos lugares – ainda sim alcançariam um público adulto que cresceu ouvindo Mr. Gyn e que gostariam de ver shows intimistas que relembrassem clássicos da banda. 

“Os convites para este formato de show já vinham sendo feitos há dois anos, e gravar o disco foi algo quase que natural”, conta o vocalista. E, como sempre, teve como projeto principal de vida ter a sua família e seguir o exemplo de seus pais: músicas com temas relacionados à busca pelo grande amor (alegrias e decepções não poderiam faltar). Sonhando e Me Pedindo Pra Viver fala da perda do pai, em 1998. E a poesia de Tocando em Frente, clássico de Almir Sater e Renato Teixeira, se encaixa perfeitamente nesse momento vivido e superado. 

Maturidade

Anderson Richards Mendanha Santana, goianiense, nascido em 19 de janeiro de 1976, teve no pai a referência musical, que misturava as essências da música caipira a clássicos internacionais de sua geração – como Simon and Garfunkel e Toto. Formou-se em Engenharia Civil pela UFG, em 1997, mas decidiu-se focar no projeto da música, iniciando a Mr. Gyn. A banda já narrou muitas histórias de desencontros amorosos de uma forma festiva, dançante. E, aos 36 anos, Anderson casou-se, encontrou então a mulher da sua vida, com quem construiria a história de amor que buscava as canções. 

Quando formou a sonhada família, com a esposa e enteada, celebrou com a inédita canção Dois (Leandro Carvalho), lançada em maio passado nas rádios de Goiás. Pra Sempre, composta para sua esposa, Você Me Deixou Assim, música escrita para o filho, e a releitura de Família, do Titãs, completam o álbum, que traz outras músicas também importantes. A faixa que dá nome ao CD, Eu Pra Mim, resume o Anderson Richards em sua trajetória até aqui. “Eu acho que cada etapa da vida tem suas benesses e suas dificuldades, e me sinto maduro com as experiências que já tive, realizado com a formação da minha família; era um sonho antigo, e demorei conquistar”. 

‘Eu Pra Mim’

Para o público fã, Anderson explica: “O que muda essencialmente é o roteiro, que se deu para isso, especificando o enredo, com sonoridade, acústica bem intimista: não tem guitarras, não tem bateria; o disco é todo light. A forma de cantar segue uma temática, e obviamente o disco tem muito do Mr. Gyn, até porque todos os integrantes têm uma identidade em torno da família, relacionamentos, romantismo”. Então vão mudar um pouquinho a sonoridade, a atenção à letra, e, ainda sim, realçar músicas do Mr. Gyn que, até então, não haviam sido ouvidas com tanta atenção pelo próprio público. 

“Neste disco, especificamente, eu priorizei as letras, claro que de todas as músicas – especialmente as que a gente compôs são muito importantes para mim –, mas até as releituras que procurei gravar completam a ideia do disco”. Tocando em Frente, que vem logo após Sonhando, sempre foi um mantra para o vocalista. “Essa canção do Almir Sater mostra uma ligação com o mundo caipira, que eu sempre tive, e muita gente não conhecia. Titãs que é uma banda que tive oportunidade de conhecer pessoalmente, e é perfeita, especialmente para mim, e eu acabei inserindo uns trechos na letra que completam essa ideia. Então acho que a importância é compartilhar, que muita gente possa ouvir”, diz o goiano.

E para que um trabalho autoral proposto como este toque as pessoas, assim como as letras, as vivências do auto, é preciso compartilhar, como Andersom ressalva. “O grande detalhe é que você quer compartilhar experiências, e elas só vão ser compartilhadas se chegarem às pessoas, através das letras, e no caso das músicas com a melodia e a poesia, com essa declaração que é cada uma dessas músicas”. 

Em um momento maduro de sua vida, o vocalista sente muita satisfação em poder desenvolver um projeto autoral, caminhando em conjunto com a banda e os fãs de tantos anos. “Fico feliz de ter essa geração, que cresceu ouvindo nosso trabalho, que existe há 20 anos, e ter oportunidade de lançar carreira paralela, solo, que se completa e se integra”.

Com Eu Pra Mim, Anderson Richards diz que conseguiu  seguir seus conceitos e caminhar com sua verdade para se sentir em ‘paz’, grato à música por tudo o que viveu e aprendeu, esperando que algumas pessoas possam se encontrar em algum momento e música dessa história tão comum e fascinante contada e cantada neste CD. “Acho que este disco tem vários momentos, e eu espero que muita gente possa se procurar, sentir essa vibração, e entender esse disco, como cada música, um capítulo dessa historinha”, conclui Anderson.

*Integrante do programa de estágio do jornal O HOJE 

sob orientação da editora Flávia Popov