Zé Pereira lança disco independente com ajuda de financiamento coletivo

Paulistanos usam Catarse, plataforma de crownfunding, para dar vida ao primeiro CD

Postado em: 09-11-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Paulistanos usam Catarse, plataforma de crownfunding, para dar vida ao primeiro CD

Bruna Policena*

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O primeiro disco da trajetória da Zé Pereira é homônimo e independente. Gravado no Veredas Estúdio, tal feito foi conquistado com a ajuda de amigos e fãs que financiaram o trabalho de Felipe de Paula (voz e guitarra), Lucas Pierri (baixo) e Felippe Rodrigues (bateria e percussão) por meio da Catarse, famosa plataforma on-line direcionada para crownfunding. Ou seja, as pessoas que acreditam no projeto doam quantias de diferentes valores, recebem recompensas e ainda ajudam artistas da cena independente a realizarem seus sonhos. 

Com produção de Zé Pereira, Rafael Posnik e Iran Ribas, que também assina a mix e a master, o álbum conta com participações especiais de Gustavo Borges, Maiana Monteiro, Luri Mantoani, Fernando Foca, Norma Odara e Marina Melo. A estética é definida como ‘tropical urbano’, e, o som, como pop-latino-experimental que, basicamente, quer dizer “a junção de nuances de ritmos quentes do Norte e Nordeste somada à temática árida da capital paulista”. 

“Esse é um álbum contemplativo e solar que retrata o cotidiano de personagens de uma grande cidade como São Paulo. As canções falam de quereres, movimentos, das dificuldades de ser, de estar e de viver em uma metrópole. E talvez a mensagem principal seja a de que questionar os problemas seja inevitável quando se mora em uma grande cidade”, explica o vocalista Felipe de Paula.

Banda

Zé Pereira é um trio de canção pop-latino-experimental de São Paulo. A banda se destaca por suas composições autorais e influências, que misturam os ritmos quentes do Norte e do Nordeste com a temática árida da capital paulista. Tudo isso somado com os pontuais arranjos de vozes, criativos solos de guitarra e os inesperados breques. Os graves brincam com os contrapontos das bases e com as pulsantes viradas de bateria. Provocação, renúncia e contemplação são matérias-primas  para o repertório do Zé Pereira.

Com a intenção de explorar seus trabalhos autorais e trazer novas adaptações para músicas já conhecidas pelo público, Zé Pereira é um projeto idealizado por Felipe de Paula e Felippe Rodrigues, ambos acompanhados pelo instrumentista Lucas Pierri. O repertório é formado por canções que mesclam ritmos bem brasileiros como samba, brega, axé e bossa. As letras revelam o potencial de criação do trio, onde o social, o sentimental e o conceitual ganham espaço. É a musica popular na sua essência mais pura. É o pulsar do coração na lotação, no tambor, nas manifestações e na rede.

Álbum

O disco composto por dez faixas é iniciado com Belo Belo, melodia poética que percorre o campo da sensualidade e exalta os quereres; no fim, criam um universo próprio, de experimentações e texturas. Outra que se destaca é Pulso, inspirada em gírias rápidas do Baiana System; destaca locais clássicos de São Paulo, como a Rua Augusta, Avenida  Paulista e seus habitantes. Já Voador traz o swing do axé para contar a história de um catador de produtos recicláveis; é uma canção forte que sintetiza tudo o que a Zé Pereira é. Não por menos, foi escolhida para encerrar o disco.

Para essa criação, os paulistanos juntaram suas principais referências que vão do tropicalismo à lira paulistana. O atual momento da música brasileira  também é um fator inspirador para o trio, que bebe da fonte de artistas como Liniker, MetáMetá, Lucas Santtana, Dona Onete, Curumim e Siba. 

Inspirado pela estética da xilogravura, a ilustração da capa do trabalho, criada por Kiko Dinucci, emite exatamente a mensagem que os integrantes da Zé queriam passar desde o início: discurso do tropical concreto. “As ‘xilos’ falam dos personagens e da metrópole, enquanto a escolha das formas geométricas e as cores criam uma atmosfera mais atual e atenta ao som”, explica Felipe. Os músicos se apresentaram em um show de lançamento do último trabalho, no dia 4 de novembro, na Associação Cultural Cecília (SP), e já contam com outros compromissos na agenda, como apresentações no Teatro da Rotina, (São Paulo-SP), em breve.

*Integrante do programa de estágio do jornal O HOJE sob orientação 

da editora Flávia Popov 

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