Para tomar bons drinks

Com olhares voltados para Natal e Ano Novo especialistas dão dicas para selecionar bebidas de acordo com proximidade ao paladar, valores e combinação com sabores

Postado em: 20-12-2017 às 17h00
Por: Guilherme Araújo
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Com olhares voltados para Natal e Ano Novo especialistas dão dicas para selecionar bebidas de acordo com proximidade ao paladar, valores e combinação com sabores

Guilherme Araujo**

Muitas histórias de amor marcaram a história mundial. Em se
tratando de Portugal, um país abundantemente rico em heranças culturais, não
poderia ser diferente. Com espaço de destaque, o amor proibido de Pedro e Inês,
no século XIII se tornou tradição nas rodas de conversa, tal qual um bom vinho,
figurinha carimbada nas mesas de Norte a Sul do ocidente nas festas de fim de
ano.

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A professora Andreia Sales é uma dessas pessoas que não abre
mão. Natural de Porto Alegre e vivendo em Goiânia há 3 anos, diz adorar toda a
fase de preparativos. É justamente neste momento que além de cuidar da montagem
da árvore de Natal, da acomodação dos convidados e do que será servido aos
parentes que vem do Sul, é que ela se atenta para o que beber.

“Tenho convicção de que o vinho é a bebida mais importante
desta época. Tão importante quanto a champagne, porquê tem papel fundamental no
acompanhamento às carnes, que costumam ser o prato principal”, explica. Mesmo
se considerando uma leiga no assunto, ela busca se informar para que nada saia
errado no dia da festa.

Diariamente lidando com questões relacionadas a esta
especificidade da gastronomia, o maître Valdimir Pinheiro, responsável por
comandar um tradicional restaurante português em Goiânia, afirma que tanto em
outros períodos do ano quanto próximo ao Natal, alguns dos tipos de vinho mais
queridos pelo público são os alentejanos: “A gente trabalha muito com o
Chaminé, um vinho que tem corte de 4 uvas, uma aroma muito macio e combina
tanto com carnes vermelhas quanto com cortes de peixe, como o Bacalhau. Para os
pratos servidos no Natal, cai muito bem”, explica.

Em busca de satisfazer todos os paladares, para saber como
combinar o vinho certo com o paladar, Valdimir diz ser algo relativo: “Tudo
depende do paladar da pessoa. Se você quer Carmeneri, um vinho encorpado. Não
existe bem uma especificação de agregação. O ideal é conhecer o seu paladar.

Para quem se aventura na culinária, algumas dicas são
infalíveis para que não haja erros na hora de escolher o acompanhamento.  De acordo com Valdimir, o ideal é começar por
vinhos mais leves, como os chilenos. “O Merlo é um exemplo, podendo ser servido
com a comida, ou ainda como parte da receita de um molho, por ser aveludado,
frutado e com um sabor que lembra mirtilho”. Outro tipo bastante conhecido é o Sabernet
Sauvignon, produzido com uvas da região de Bordeaux, no Sudoeste da França,
deixando na boca a presença de café, chocolate, e de frutas como amora, ameixa,
cereja madura: “Este é um tipo mais macio, mais redondo. Daí o gosto”.

Dicas

De acordo com a sommelière Joana Neuding, alguns detalhes
básicos podem ajudar quem é leigo no assunto a escolher adequadamente a bebida.
Entre as principais dicas estão escolher a garrafa pelo tipo de rolha, que é a
responsável por proteger o vinho da ação e agentes externos, evitando que o
mesmo pegue algum tipo de mal cheiro, perca suas propriedades ou ainda,
estrague.Conheça algumas especificidades:

Rolha de cortiça

Geralmente elas são usadas em vinhos de guarda pois evita
que o oxigênio entre em contato com o líquido, possibilitando que a bebida dure
por longos anos;

Rolha sintética

São confiáveis porque seu uso não provoca contaminação no
vinho por TCA –  tricloroanisol (TCA),
substância que pode causar mau cheiro. Contudo, como sua vedação completa não é
comprovada, são utilizadas em vinhos jovens.

Rolha de aglomerado de cortiça

Como são mais frágeis, são geralmente usadas em vinho mais
jovens

Tampa de rosca

Como sua eficiência a longo prazo também não é comprovada em
vinhos de guarda, a “screwcap” – hoje mais utilizada em vinhos do Brasil, EUA,
Chile, Austrália, Nova Zelândia e Argentina – também em vinhos jovens. Ela é
uma tampa metálica de rosquear e possui, na parte interna, um plástico que
limita o contato do oxigênio com o vinho.

Rolha de vidro

Tendência crescente na utilização de vinhos jovens, rolhas
de vidro evitam interferências no aroma do vinho pois possuem excelente
vedação. Ela possui um anel de silicone que impede que o oxigênio e o vinho
entrem em contato, evitando contaminação por TCA.

Harmonia

Conhecer os tipos de uva dos quais a bebida é feita também é
outra alternativa que diminui as chances de erro na hora da combinação. Mesmo
contando com uma pluralidade de frutas, em seus múltiplos sabores e aromas,
algumas

“Uma curiosidade muito bacana, e que poucos sabem, é que a
vinhos brancos, por exemplo, podem ser feitos tanto com uvas brancas como com
tintas, pq a polpa de toda uva é branca, o que da cor ao vinho é a casca
tinta”, conta Neuding.

Na hora de decidir com que pratos combinar, a dica para
saladas é abrir uma garrafa de Sauvignon Blanc ou Espumante. Já receitas que
levam massas, peixes e aves (como frango, peru, tender, clássicos do Natal), o
ideal é levar à mesa vinhos como Chardonnay, Viogner ou Espumante.

Já massas acompanhadas ao molho vermelho, carne suína ou de
cordeiro, PinotNoir, Sangiovese ou um tinto que não passe por madeira são a
bebida ideal. As sobremesas casam perfeitamente com vinhos do Porto ou um
Espumante. Para não ter erro, a regra básica é simples: Vinhos tintos combinam
bem com carnes vermelhas e massas; brancos vão bem com carnes brancas e peixes,
mas tudo pode mudar de acordo com o molho e tipo de preparo de cada prato.

Onde comprar

Na mesma semana em que uma pesquisa da Fundação Getúlio
Vargas mostrou que os itens que comporão a mesa da Ceia de Natal do brasileiro
ficaram 7,68% mais baratos, em um comparativo com o ano passado, um ponto
colocado em evidência é a conta.

De acordo com especialistas, para servir um vinho bom e
agradável não é preciso fugir do orçamento. Sob esta perspectiva, empresas têm
investido no comércio online de bebidas, onde os preços são mais agradáveis e onde
garrafas de vinhos europeus podem sair por até R$ 19,90. Com uma extensa gama
de opções de rótulos com excelente custo benefício no mercado, a dica é
experimentar opções antes da data – tática que a esta altura do campeonato,
ainda se aplica ao ano novo. A 4 dias do Natal, a dica que se sobressai agora é
relaxar e aproveitar os bons drinks que a data oferece.

** Guilherme Araujo é integrante do programa de estágio do Jornal OHoje.com, sob supervisão de Naiara Gonçalves

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