Empresas brasileiras se destacam com games no mercado internacional

Brasil ocupa o 13° lugar no ranking de países que mais geraram receita no setor, com estimativa de US$ 1,3 bilhão para este ano

Postado em: 26-12-2017 às 09h50
Por: Victor Pimenta
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Brasil ocupa o 13° lugar no ranking de países que mais geraram receita no setor, com estimativa de US$ 1,3 bilhão para este ano

Responsável por movimentar bilhões no mundo, a produção de
games começa a se estruturar e cresce a passo seguro no Brasil. Dados do Global
Games Market Report 2017, da Newzoo, empresa que realiza pesquisas sobre a
indústria de games, mostram que o Brasil ocupa o 13° lugar no ranking de países
que mais geraram receita no setor, com estimativa de US$ 1,3 bilhão para este
ano. No mundo, é esperado que o mercado movimente US$ 108,9 bilhões em 2017.

De olho no potencial desse filão, a Agência Brasileira de
Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil) firmou parceria com a
Associação Brasileira das Empresas Desenvolvedoras de Games (Abragames). As
duas entidades criaram o projeto Brazilian Game Developers, com o objetivo de
desenvolver e promover a indústria local de games no exterior.

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“Em 2013 a Apex começou a parceria com esse setor. Aconteceu
um mapeamento estratégico dos pólos criadores de games no país. Foi quando a
gente começou a entender quem eram as empresas, onde elas estavam”, relata
Mariana Gomes, gestora de Projetos da Apex Brasil.

Segundo dados da agência de fomento, em 2015 os estúdios
brasileiros desenvolvedores de games que recebem assistência do projeto
fecharam US$ 11 milhões em negócios internacionais. Em 2016 esse número
aumentou para US$ 17,4 milhões, um incremento de 58%. Os resultados de 2017
ainda estão sendo consolidados e só serão divulgados em março de 2018.

Editais

Mariana Gomes afirma que a expectativa é que a cifra deste
ano supere os resultados do anterior. Ela vê 2017 como “o ano dos games
brasileiros”. “Muito do que aconteceu de 2013 até aqui foi produção e
desenvolvimento de jogos. A gente está entrando agora na fase de lançamento
deles”, explica. Mariana informa que, também neste ano, a Agência Nacional do
Cinema (Ancine) lançou dois editais totalizando R$ 20 milhões em recursos para
empresas criadoras de games.

“O primeiro edital [da Ancine] totalizou R$ 10 milhões apoiou
25 jogos em três categorias diferentes: ao custo de R$ 250 mil, R$ 500 mil e R$
1 milhão para serem desenvolvidos. Com o outro edital que está rodando, no
mesmo valor, vêm mais 25 jogos nessas três categorias”,
destacou.

Games

O Brasil não tem estúdios com orçamento e estrutura para
produzir os chamados games Triple A, categoria utilizada para se referir aos
jogos com muito dinheiro envolvido na produção e que se tornam grandes
sucessos. Segundo Mariana Gomes, os jogos brasileiros se enquadram na
classificação indie games, com recursos mais modestos para o desenvolvimento.

Ainda assim, de acordo com ela, os games do Brasil têm tido
um bom desempenho. “A gente tem alguns exemplos clássicos de cases de sucesso
internacional. Um estúdio de Porto Alegre, o Aquiris Game Studio, lançou o
Horizon Chase, um jogo de corrida de carros vintage [antigos]. Outro jogo
deles, chamado Ballistic Overkill, é um jogo em primeira pessoa online”, cita.

Há também os jogos educacionais, como o Enem Game.
Desenvolvido pela empresa capixaba Mito Games, o jogo funciona fornecendo
recompensas aos jogadores que acertarem perguntas sobre o conteúdo do Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem). Marcelo Herzog, sócio-fundador e diretor
administrativo da empresa, explica que o projeto foi apresentado pela primeira
vez a uma incubadora de empresas visando o mercado nacional. O modelo, no
entanto, já despertou o interesse de investidores no exterior.

“Demorou a dar rentabilidade. Começou com uma versão
gratuita, que a gente monetizava através de publicidade. Então a gente
desenvolveu a versão premium, que hoje a gente vende para as escolas. Todos os
alunos do ensino médio têm a versão premium e a escola tem um painel administrativo
de onde consegue extrair dados sobre o desempenho no jogo”, explica Herzog.

Segundo ele, o objetivo dos desenvolvedores é que o jogo
educacional não fique restrito ao Enem. “Independentemente de existir ou não
uma prova de acesso, o Enem Game é uma boa ferramenta de estudo. Agora para o
ano que vem, durante o período de férias, a gente vai focar no desenvolvimento
da versão para o ensino fundamental. Mais para o futuro, a gente pensa em
inserir conteúdo para concursos”, informa.

Fonte: Agência Brasil. (Foto: Reprodução/Innovare Pesquisa)

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