Audiovisual brasileiro garante presença em festivais internacionais

Para 2018, por exemplo, apenas a segunda medida, aprovada pelo Comitê Gestor do Fundo Setorial do Audiovisual, destinará R$ 800 mil para representantes de produtoras independentes brasileiras

Postado em: 25-01-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Para 2018, por exemplo, apenas a segunda medida, aprovada pelo Comitê Gestor do Fundo Setorial do Audiovisual, destinará R$ 800 mil para representantes de produtoras independentes brasileiras

A participação brasileira em festivais e eventos focados em realizadores do setor audiovisual está garantida. Neste mês de janeiro, a Agência Nacional do Cinema (Ancine), entidade vinculada ao Ministério da Cultura (MinC), confirmou a continuação do Programa de Apoio à Participação Brasileira em Festivais, Laboratórios e Workshops Internacionais e da Ação de Apoio à Participação Brasileira em Eventos de Mercado e Rodadas de Negócios Internacionais. 

Para 2018, por exemplo, apenas a segunda medida, aprovada pelo Comitê Gestor do Fundo Setorial do Audiovisual, destinará R$ 800 mil para representantes de produtoras independentes brasileiras. A ideia é viabilizar a presença nacional em eventos de mercado e encontros de negócios – ao todo, serão 29 ações contempladas.

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Cineasta com mais de dez longas produzidos, Lúcia Murat é presença constante nas mostras, competitivas ou não, dos festivais. Por meio dos eventos, Murat levou seus filmes a diversos países. “Somente por meio do programa participei, em média, de 15 festivais. O mais interessante é que ele permite a ida do diretor, do produtor ou de algum dos atores do filme à mostra. Ou seja, o filme contemplado pelo programa estará sempre representado e isso é muito importante”, disse.

Presente em mostra competitiva (categoria ficção), o longa Praça Paris recebeu o Prêmio Dom Quixote, entregue pela Federación Internacional de Cineclubes, que acontece dentro do Festival de Cinema de Havana – ocorrido no final do ano passado.  “O prêmio foi uma surpresa e teve muito significado porque foi uma escolha dos cineclubes cubanos”, destacou Murat.

Em 2017, a cineasta Daniela Thomas participou de dois festivais internacionais por meio de programa da Ancine, um na Alemanha e o outro em Cuba. Em ambos, a cineasta apresentou ao público seu primeiro filme solo: Vazante. No Festival Internacional de Cinema de Berlim, o filme era um dos dois longas brasileiros da mostra Panorama, que reunia produções de países como França, Espanha, África do Sul, Butão e Quirguistão. Vazante, que aborda as relações de raça e de gênero no Brasil Colonial, estreou em novembro do ano passado.

Para Daniela, o programa traz inúmeras vantagens, especialmente para os cineastas que como ela se dedicam à realização de filmes autorais. “Esse tipo de auxílio é fundamental para a viabilização da carreira do filme. Permite que eu, como diretora, por exemplo, possa ir aos festivais, encontre o público, dê entrevistas, etc”, pontuou.

A aproximação com o público é outro ponto ressaltado por Daniela ao analisar a importância do incentivo para os realizadores de cinema mais independente. “A palavra mercado não se aplica ao meu trabalho, já que faço um cinema de reflexão, de expressão artística, diferente daquele cinema comercial que se curte aos fins de semana. E as pessoas que assistem meus filmes estão nos festivais. Ou seja, a Ancine nos ajuda não somente a realizar o filme, como possibilita que ele encontre seu público”, disse.

Apoios

Os apoios concedidos pela Ancine se diferenciam em função da categoria em que se encontra o festival e vão desde o apoio financeiro para a promoção do filme à concessão de cópia legendada e envio da cópia ao festival. Somente em 2017, foram investidos aproximadamente R$ 635 mil para a viabilização da presença de obras brasileiras em um total de 73 eventos internacionais. (Ascom/ MinC) 

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