Brasil passa a integrar grupo de elite da União Matemática Internacional

Além do Brasil, mais dez países integram a elite da matemática mundial: Alemanha, Canadá, China, Estados Unidos, França, Israel, Itália, Japão, Reino Unido e Rússia

Postado em: 27-01-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Além do Brasil, mais dez países integram a elite da matemática mundial: Alemanha, Canadá, China, Estados Unidos, França, Israel, Itália, Japão, Reino Unido e Rússia

Ana Cristina Campos

Repórter da Agência Brasil

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A União Matemática Internacional (IMU, na sigla em inglês) aprovou a entrada do Brasil no Grupo 5, que reúne as nações mais desenvolvidas em pesquisa matemática. Além do Brasil, mais dez países integram a elite da matemática mundial: Alemanha, Canadá, China, Estados Unidos, França, Israel, Itália, Japão, Reino Unido e Rússia.

A candidatura do Brasil para fazer parte do topo do ranking foi apresentada no ano passado pelo Impa e pela Sociedade Brasileira de Matemática (SBM) ao organismo que congrega as sociedades matemáticas de países de todo o mundo. Atualmente, 76 nações são membros da IMU, criada em 1920 para promover a cooperação internacional em matemática.

A mudança de classificação dos países é decidida pela IMU após recomendação do comitê executivo. São analisadas informações como a quantidade e a qualidade de programas de pós-graduação e sua distribuição territorial, o total de publicações científicas divulgadas em periódicos importantes e os nomes de destaque na área.

Os países são divididos em cinco categorias por ordem de excelência na lista criada pela União Matemática Internacional. O Brasil ingressou na IMU em 1954 como membro do Grupo 1. Foi promovido ao Grupo 2 em 1978; ao Grupo 3, em 1981; e ao Grupo 4 em 2005.

Segundo o Impa, em 2006, após ter ingressado no Grupo 4, as publicações científicas do Brasil em matemática representavam 1,53% da produção matemática mundial (1.043 papers). Uma década depois, a produção chegou a 2,35% (2.076 papers).

Pesquisa

Para o diretor do Impa, Marcelo Viana, a promoção ao Grupo 5 representa um reconhecimento da qualidade da pesquisa matemática feita no país. “Significa que o conjunto dos países reconheceu o Brasil como uma potência mundial na área de pesquisa matemática”, disse Viana. “É uma conquista coletiva e resultado de uma combinação de fatores e de trabalho de gerações de matemáticos ao longo desses 60 anos”.

Ele também lembrou que essa conquista não teria sido possível sem o apoio governamental com recursos para a pesquisa e a ciência. “Apoio esse que a gente espera que continue”, completou Viana.

O presidente da SBM, Paulo Piccione, destacou a importância das olimpíadas de matemática para a popularização da disciplina no país. “Temos milhões de alunos das escolas no país participando das olimpíadas. Essa difusão geográfica [das olimpíadas] impressionou muito os que avaliaram [IMU]”, disse Piccione. “O Brasil é o único país do Hemisfério Sul que está no Grupo 5”, acrescentou.

A entrada no Grupo 5 ocorre no ano em que o Brasil sediará, em agosto, o Congresso Internacional de Matemáticos, o mais importante encontro mundial da área, que será realizado pela primeira vez no Hemisfério Sul. Na edição de 2014, Artur Avila, pesquisador do Impa, foi o primeiro brasileiro a receber a Medalha Fields, considerada o Nobel da matemática. 

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