Onde o mar de areia se encontra com dunas azuis

Natal (RN) chama para um mergulho nas águas, nos ventos e no brilho solar dos baixos trópicos

Postado em: 29-01-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Natal (RN) chama para um mergulho nas águas, nos ventos e no brilho solar dos baixos trópicos

GUSTAVO MOTTA*

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Um dos destinos mais procurados do país oferece passeios de buggy por praias extensas, contato com vilas de pescadores, natureza preservada, sol em quase todos os dias do ano, e uma vida noturna agitada! Natal ganha o mundo – é a cidade brasileira mais próxima da África e da Europa. Fundada no século 16, a localidade encanta pelas construções históricas, como o Forte dos Reis Magos, ou pelas charmosas praias urbanas, como a famosa Ponta Negra. Ao norte, ganham destaque as dunas de Genipabu, e a sul, o vilarejo de Pipa, cercado de falésias.

A cidade tem um clima tropical quente e úmido, com muito sol e temperaturas elevadas ao longo do ano. As máximas costumam variar entre 27 e 30 graus, enquanto que as mínimas costumam ficar entre 20 e 24. Entre setembro e janeiro ocorre a estação seca, enquanto que entre fevereiro e agosto, o tempo se destaca pela quantidade de chuvas. Os meses mais chuvosos vão de abril a julho, mas geralmente, as chuvas são passageiras e logo substituídas pelo tempo ensolarado. Por ano, Natal recebe cerca de 1.450 mm de precipitação, e uma média de 81 dias completamente ensolarados.

A cidade cresceu entre o mar, rios (na foz do Potengi) e uma paisagem que se alterna entre o verde da vegetação litorânea, e o branco de dunas deslumbrantes – que permitem até um passeio de dromedário à moda árabe. O Parque Estadual das Dunas cerca a cidade, e preserva o aspecto natural da região. Algumas dunas ultrapassam os 10 metros de altura! As opções de deslumbramento, diversão e descanso são tantas que o Essência separou alguns lugares que são parada obrigatória para turistas.

Forte dos Reis Magos

A fortaleza histórica foi fundada em 25 de dezembro de 1599, cercada de água por todos os lados (maré alta) e com um estreito acesso ao continente, sendo o marco zero da cidade. A construção, em formato de estrela quando vista de cima, foi iniciada em 6 de janeiro de 1598 (Dia de Reis), com pedras gigantes trazidas de Portugal – por isso o nome da edificação. O local foi invadido pelos holandeses em 1633, e anos mais tarde, os lusitanos conseguiram retomar o controle da região.

Arquitetura centenária, canhões antigos direcionados ao mar, alojamentos e uma pequena capela permitem ao turista voltar no tempo e vivenciar um pouco a história da região – destaque para o piso na fortaleza que ainda é o original, preservado há mais de 400 anos. Além disso, a vista para o mar é de tirar o fôlego! O acesso ao forte custa R$ 3 por pessoa, e o espaço fica aberto à visitação das 8 às 16h30.

Morro do Careca

Cartão-postal de Natal, o morro fica na Praia de Ponta Negra, sendo parada obrigatória para qualquer turista. O lugar era aberto para visitação, mas hoje está fechado ao público. Apesar disso, a bela vista pode ser apreciada à distância. Trata-se de uma duna com 107 metros de altura, que recebeu esse nome devido à faixa de areia que atravessa a vegetação do morro – de modo que, visto de longe, a formação lembra muito a careca de uma pessoa. O morro foi a principal atração na região sul da cidade até a década de 1990 e, por muito tempo, o ponto favorito para os casais apreciarem o pôr-do-sol.

A preservação da restinga foi o principal motivo para interdição do morro. Outro motivo foi a movimentação da areia que forma a duna, tanto que a prefeitura chegou a temer a possibilidade do Careca desaparecer. Com o aluguel de lancha ou outras embarcações é possível ver à distância, na área protegida, lindas praias desertas que ficam atrás do morro, sendo que a Praia das Tartarugas é a única que tem condições de ser visitada.

Ponta Negra

Para quem deseja diversão e variedade de programas, o local badalado é a praia da Ponta Negra, que abriga o Morro do Careca. Na faixa de areia, barraquinhas por toda a sua extensão oferecem alimentos e serviços variados. Artesanatos diversos, ambulantes e quiosques enriquecem a paisagem. Além disso, muitas empresas de turismo oferecem passeios de buggy, lanchas, ou veículos 4X4. A praia é muito popular e, por isso, dependendo da época do ano, a movimentação local pode ser intensificada.

Cuidados com a maré alta devem ser tomados, mas quando isso acontece, o mar chega até as barraquinhas – o que possibilita sentir a água batendo nos pés sem precisar levantar da cadeira! Na orla, a avenida Roberto Freire abriga uma variedade de hotéis, bares e restaurantes. Boates e casas de show também embalam a paisagem. Destaque para a Peppers Hall, uma combinação de boate, restaurante e bar – que prioriza a música eletrônica. A casa Rastapé é o local ideal para uma noite de forró, com muita sanfona nordestina; e a Curva dos Ventos é um espaço místico e agradável para curtir shows e aproveitar o cardápio local.

Decky, Botequim tá na Hora, e Só mais Uma, são alguns dos principais bares da badalada noite natalense. A rua Erivan França, no bairro que recebe o nome da praia, reúne galerias de arte e pequenos centros de comércio. O Shopping de Artesanato Vilarte possui um ambiente agradável, reunindo diversos serviços e atividades de lazer, além de objetos de arte que servem de lembrança para uma viagem inesquecível! O Mercado de Artesanato de Ponta Negra também possui produtos de alta qualidade, e abriga 33 estandes, em uma estrutura mais simples.

Genipabu

A paisagem natural chama a atenção pela presença das dunas que cercam a área verde, constituindo um oásis brasileiro. O deserto cerca a praia e lagoas de água doce, tornando o local, um dos mais exóticos e atrativos no Rio Grande do Norte. O mar e a lagoa são perfeitos para o banho tranquilo, mais distante do agito na capital – sendo assim, a localidade faz um contraponto à badalação da Ponta Negra.

As areias brancas são ideais para roteiros de buggy, e a paisagem desértica chama a atenção com os tradicionais passeios de dromedário. As dunas são conhecidas nacionalmente, e já serviram de pano de fundo para a realização de novelas famosas, como Tieta do Agreste (1989), O Clone (2001) e Flor do Caribe (2013). Na região surgiu a famosa expressão “Com ou sem emoção?”, sempre perguntada pelos motoristas de buggy aos turistas que se aventuram em passeios sobre quatro rodas. A praia fica a 25 Km da capital e, além do aspecto de oásis, se destaca pela preservação da fauna e flora de Mata Atlântica.

Para quem pretende ficar mais tempo nesse lugar paradisíaco, a estrutura para receber visitantes na região não deixa a desejar! Hotéis e pousadas, com propostas que cabem em todos os bolsos, podem ser encontrados em Genipabu. O aluguel de casas de veraneio é outra ótima opção. Bares e restaurantes também compõem a paisagem, com destaque para o Bar 21 – espaço charmoso que oferece pratos especializados na gastronomia local.

Pipa

Considerado o principal balneário na região sul do Rio Grande do Norte, a Praia da Pipa é local de encontro de turistas do Brasil e do mundo. Gente jovem, bonita, e que gosta de se divertir – essa é a definição do público que vai à Pipa, a 85 Km da capital. Em outras partes da faixa de areia, é possível descansar sob o sol. A união de dunas e falésias, e um imenso conjunto de verde sobre as formações rochosas, compõem a paisagem encantadora. A vila de tradicionais pescadores adiciona algum encantamento à simplicidade e charme da região.

O carnaval é extremamente popular, e se aproxima, prometendo muitas festas e badalação! Para quem ainda não sabe onde vai passar a próxima virada de ano, o réveillon na Praia da Pipa é outro destaque, que vem atraindo cada vez mais turistas de todo o País. A brisa é ideal para a prática do surf, e nos arredores da praia, barraquinhas e espaços de artesanato chamam a atenção dos visitantes.

Rio Potengi

O nome original da língua tupi significa ‘água de camarão’ e identifica o rio, ao redor do qual foi erguida a capital do Rio Grande do Norte. A nascente do rio se encontra na cidade de Cerro Corá, com foz na capital. É às margens do rio que se encontra o Forte dos Reis Magos, e o Prédio de Arcos (uma base militar erguida na década de 1940). O turista pode passear pelo curso do rio, dentro de Natal, em uma embarcação conhecida como ‘Chama Maré’, com capacidade para até 60 pessoas, além dos tripulantes. Os passeios são aulas de história, e passam por importantes monumentos da cidade.

As viagens são gratuitas e o ‘Chama Maré’ realiza de três a quatro viagens por dia, com um agendamento prévio pelo telefone (84) 3206-2439. Pontes históricas como a chamada ‘Ponte Velha’ e a moderna Newton Navarro podem ser vistas pela embarcação, sendo que essa última surpreende pelo visual – são 1,8 km de extensão, e 500 metros sustentados apenas por cabos de aço. Aliás, que passa pela ponte não consegue ficar desatento à bela paisagem panorâmica da cidade.

História

O município possui uma população de 877 mil habitantes, mas quando a cidade surgiu, em 1599, não se poderia imaginar a importância que teria na história. Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a proximidade com a Europa incluiu Natal na rota de aviões para o principal front de batalha. Antes, a região presenciou a chegada de portugueses, franceses e holandeses, mas o crescimento populacional aconteceu apenas no século passado. Atualmente, existem 30 bens materiais tomados no Rio Grande do Norte, sendo que o Centro Histórico da capital foi tombado em 2010 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Destaque para a arquitetura que varia do colonial ao contemporâneo, com a maioria dos prédios erguida no século 20, com exceção de igrejas do século 18 e alguns monumentos do século posterior. Um acervo de arte sacra também integra o patrimônio nacional. O Centro Histórico conserva prédios que valem a pena ser visitados, com destaque para o Teatro Alberto Maranhão, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, e a Igreja de Santo Antônio.

*Integrante do programa de estágio do jornal O HOJE sob orientação da editora Flávia Popov 

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