‘Mídia em Foco’ reflete sobre a crítica televisiva nesta segunda

Qual é o papel da crítica televisiva hoje? Esse é o mote do programa Mídia em Foco que a TV Brasil exibe nesta segunda (9), às 22h45. Para traçar um panorama sobre a análise das produções feitas para TV, o programa apresentado por Paula Abritta recebe o crítico Maurício Stycer, o jornalista José Armando Vannucci e a professora de comunicação Clarice Greco.

No campo audiovisual, a crítica de cinema é a mais antiga e a que goza de mais prestígio. Apesar disso, a crítica televisiva também tem grande influência tanto sobre o público como sobre os produtores.

O advento da internet ampliou o alcance da crítica audiovisual e também a quantidade de críticos. Enquanto as mídias sociais permitem que qualquer pessoa faça observações sobre filmes e programas de televisão, como novelas e séries, grandes portais como UOL mantêm uma estrutura parecida com a dos jornais impressos reservando espaço para críticos renomados de TV.

Depoimentos dos convidados

Especialista na crítica de televisão, Maurício Stycer escreve para o portal UOL. O jornalista explica a lógica de suas análises. “Para qualquer programa que eu critique, o ponto de partida é saber a proposta do programa e a partir daí analisar se está cumprindo o que se propõe. Não parto do que acho dele independente de qualquer coisa. A segunda questão: a proposta é interessante, válida? A atração pode se propor a algo absurdo, que não seja interessante”, pondera.

O também jornalista José Armando Vannucci corrobora com a ideia de se entender o objetivo das produções e aceitar opiniões que não sejam semelhantes a visão profissional dele. “Quem faz crítica de TV, primeiro, tem que respeitar e compreender o veículo. O bom crítico também reconhece que o olhar dele não é absoluto”, define.

Clarice Greco classifica a crítica em três perspectivas. “O papel da crítica é validar ou até mesmo divulgar uma obra. No caso da televisão, eu divido entre crítica especializada, realizada por jornalistas que escrevem sobre isso; e acadêmica, com pesquisadores que estudam o tema. Mas eu também penso que existe uma crítica popular feita pelos telespectadores”, destaca a professora de comunicação.

É sob esse prisma da audiência que Maurício Stycer diz buscar pautar a sua crítica. “Tento me colocar no posição do espectador e imaginar que uma parcela do público pode estar gostando muito de algo que eu não estou gostando. A minha tarefa é tentar entender porque ele está gostando e dizer o que acho ruim naquele produto”, avalia.

José Armando Vannucci levanta aspectos sobre a função social do crítico. “O grande papel do crítico, o que dá prazer pra gente, é tocar o espectador; mostrar para ele o que é a televisão e o que é aquela obra. Se você conseguir fazer com que o público compreenda isso e vá além daquele produto de entretenimento e compreenda os bastidores, a fotografia, a intenção, o objetivo daquela obra, é sensacional. Para mim vale muito mais o reconhecimento do telespectador do que o do autor e ator”.

Sobre o futuro da televisão, a pesquisadora Clarice Greco aposta na constante adaptação do veículo. “A televisão vai se transformar, está se transformando, já se transformou. Não vai morrer tão cedo”, comenta a docente.

Perspectiva histórica

Discernir, separar, julgar. O termo crítica vem do grego kritikê e tem diversos significados. Uma de suas definições é a análise feita com maior ou menor profundidade de qualquer produção intelectual.

The Listener foi um dos primeiros veículos a dar espaço para a crítica televisiva. A publicação britânica surgiu em 1929 com foco no rádio. A partir da década de 1930 começou a publicar análises sobre programas de TV.

No Brasil, as primeiras críticas sobre televisão datam de 1949 no Jornal de Letras. Nos primórdios da TV, alguns críticos tinham o objetivo de alçá-la ao status de oitava arte.

SERVIÇO

‘Mídia em Foco’

Quando: segunda-feira (9), às 22h45, e de domingo (15) para segunda-feira (16) à 0h30

Onde: TV Brasil