Dança, dores e violências se destacam no primeiro trabalho da Q.I Cia de Dança

O espetáculo foi concebido pelas bailarinas Bruna Nunis e Emily Naitê

Postado em: 09-05-2023 às 08h55
Por: Lanna Oliveira
Imagem Ilustrando a Notícia: Dança, dores e violências se destacam no primeiro trabalho da Q.I Cia de Dança
O espetáculo foi concebido pelas bailarinas Bruna Nunis e Emily Naitê | Foto: Divulgação

Dores e violências vividas e silenciadas por mulheres ganham voz e movimento no primeiro trabalho da Q.I Cia de Dança. O espetáculo de dança contemporânea ‘As mulheres tristes que ninguém vê’ terá a sua estreia na próxima sexta-feira (12) no Teatro do Centro Cultural UFG, às 20h. Às 18h30 haverá ainda uma sessão exclusiva para estudantes de Educação de Jovens e Adultos.

O ingresso é a doação de alimentos, roupas ou itens de higiene pessoal, que serão direcionados para mulheres em situação de vulnerabilidade. Esse trabalho conta com o apoio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura da Prefeitura de Goiânia.

O espetáculo foi concebido pelas bailarinas Bruna Nunis e Emily Naitê que compartilham, com outras tantas mulheres, o silenciamento, o cerceamento de direitos impostos sobre os corpos femininos, o machismo estrutural e a violência emocional e física.

Continua após a publicidade

O público poderá assistir a um trabalho visceral na medida em que se volta à reflexão da violência contra mulheres. O projeto tem parceria com o disque denúncia 180 e conta com o apoio da vereadora Ava Santiago, da Ouvidoria da Mulher e do bloco ‘Não é não’.

Da dor, a dança

A Q.I Cia de Dança foi fundada em 2020 nasceu da união dos trabalhos das bailarinas Bruna Nunis e de Emily Naitê e de suas vontades de falar sobre o feminino. O elenco deste espetáculo ainda conta com Ingrid Costa. “As mulheres tristes que ninguém vê” nasce de vivências pessoais, atravessadas por dores e abusos, e também da arte. Bruna Nunis comenta que, além de bailarinas, ela e Naitê também escrevem e as crônicas e poemas inspiraram a construção do espetáculo. 

Emily Naitê compartilha que o poema que dá nome ao espetáculo, escrito por ela, foi o pontapé para a criação desta montagem. “Ele nos uniu para que a gente pudesse falar tudo o que vivemos. Foi então que descobrimos o quanto tínhamos para contar. Eu nasci de uma violência e quando ainda adolescente fui exposta a violência. O que me mobilizou foi perceber que, além de mim, várias mulheres também eram violentadas a cada segundo”, compartilha a bailarina Emily Naitê.

Veja Também