‘A música como fio condutor para reeducação alimentar’

Iniciativa – que atende cerca de 300 crianças entre 8 a 10 anos de idade de escolas públicas das cidades do interior de Goiás – surgiu a partir de uma experiência pessoal

Postado em: 20-07-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Iniciativa – que atende cerca de 300 crianças entre 8 a 10 anos de idade de escolas públicas das cidades do interior de Goiás – surgiu a partir de uma experiência pessoal

CD do projeto Reeducarte incentiva qualidade de vida

GABRIELLA STARNECK*

Com o intuito de ensinar crianças sobre alimentação saudável, a arte educadora, pedagoga e cantora Rainy Ághata, idealizadora do projeto Reeducarte, gravou um CD que desperta nas crianças o interesse em ingerir alimentos saudáveis. A iniciativa – que atende cerca de 300 crianças entre 8 a 10 anos de idade de escolas públicas das cidades do interior de Goiás – surgiu a partir de uma experiência pessoal de Rainy.

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“A ideia de criar o Reeducarte surgiu da minha própria história, porque eu já pesei 140kg, e só foi através de muita força de vontade e reeducação alimentar que isso mudou na minha vida. A partir disso pensei: ‘Como pedagoga eu poderia passar isso para as crianças? Aí nasceu o projeto”, afirma a idealizadora do Reeducarte. Rainy ainda conta que, por meio de pesquisas, ela observou que o Estado tinha problemas com obesidade infantil, principalmente na Cidade de Goiás, o que a levou a investir ainda mais na ideia. 

Reeducarte

O projeto, que está em sua primeira edição e conta com o apoio do Fundo de Cultura do Estado de Goiás, contempla dez escolas públicas espalhadas por Goiás. O Reeducarte, que está em andamento desde o fim do ano passado, já passou por cidades como Itauçu, Itapuranga, Heitoraí, Faina, Cidade de Goiás e São Luís, e, entre os dias 23 e 27 de julho, se encerra nas cidades de Goianira e Caturaí. A ideia da iniciativa é despertar nas crianças a consciência da importância da boa alimentação e estimular a qualidade de vida. 

Para isso, Rainy utiliza uma abordagem transdisciplinar, que une música, teatro, patrimônio imaterial e dinâmicas psicopedagógicas, para prender a atenção dos pequeninos e tornar a proposta do projeto mais efetiva. “Nós usamos a música e o teatro, por exemplo, para abordar a temática central: reeducação alimentar. As canções estimulam as crianças a beberem água e a comerem verduras e frutas, por exemplo”, afirma a idealizadora do projeto.

Rainy ainda fala que, embora a temática central seja a reeducação alimentar, outras questões também são abordadas no Reeducarte. “Tratamos de outros assuntos como não desperdiçar alimentos, fazer reciclagem e também resgatamos as comidas típicas e como consumi-las de forma saudável. Por exemplo, a pamonha é típica, mas muito gordurosa, então abordamos essa receita de uma forma saudável”, afirma a educadora. O objetivo é que a próxima edição do projeto seja ampliada e contemple capitais do País. 

Disco

O CD infantojuvenil, que contém dez músicas voltadas para reeducação alimentar, foi produzido pela Cereja do Cerrado Produções, exclusivamente para as 300 crianças atendidas pelo projeto, não podendo ser comercializado. O álbum traz canções de vários ritmos, como afirma Rainy: “Tem rap que fala sobre a importância de não comer apenas guloseimas, mas também tem funk que estimula os pequenos a fazerem uma horta orgânica. E, embora eu seja cantora de MPB, tem músicas no ritmo forró, samba, funk, rap, frevo, entre outros”, afirma ela. 

Rainy ainda fala sobre a importância da música como ferramenta educacional: “A música é como fio condutor para abordar a reeducação alimentar, porque ela passa pelo nosso corpo, mas também pela nossa alma – isso faz com que a gente reflita, porque a letra estimula a questão interpretativa. Sem perceber, por meio da música a criança está cantando que gosta de algo que às vezes nem gosta, mas isso acaba sendo introduzido na dela”, finaliza a educadora. 

*Integrante do programa de estágio do jornal O HOJE sob orientação da editora Flávia Popov.

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