Síndrome do olho seco atinge mais de 26% da população mundial

Irritação, coceira, vermelhidão e sensação de areia nos olhos são sintomas de quem sofre com a doença

Postado em: 30-08-2018 às 17h05
Por: Patrick Wallison
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Irritação, coceira, vermelhidão e sensação de areia nos olhos são sintomas de quem sofre com a doença

Uma das recomendações é piscar o olho de 15 a 20 vezes por minuto (Foto: Divulgação)

Da Redação

A síndrome do olho seco que afeta a superfície ocular, o filme lacrimal e tecidos oculares relacionados, atinge milhões de pessoas ao redor do mundo, chegando a 11% da população na faixa etária dos 30 anos 60 anos e a mais de 15% das pessoas com 65 anos ou mais. 

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Irritação, coceira, vermelhidão, fotofobia, sensação de areia nos olhos, desconforto após ver TV ou ter passado longo período em frente a um aparelho eletrônico são alguns dos sintomas de quem sofre com a síndrome do olho seco. 

Em época de clima seco a situação tende a piorar. Por conta da falta da chuva, o ar tende a ficar mais poluído, o que pode afetar os olhos. “Em casos moderados, são habituais as sensações de corpo estranho, prurido, queimação e hiperemia (congestão sanguínea) conjuntival moderada. Os sintomas pioram à tarde ou à noite, e são intensificados pelo vento, pela fumaça e pela leitura prolongada. E, quando se trata de um caso mais severo, ocorrem dor, fotofobia e incapacidade de produção lacrimal”, explica o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Ocular (SBCPO), doutor Roberto Limongi.

De acordo com o oftalmologista, a córnea não possui um tecido avascular, então é a lágrima que leva oxigênio para a córnea. “Quando a qualidade da lágrima não está ideal, a visão do paciente também não fica boa. Um embaçamento visual muitas vezes pode ser um problema relacionado à lágrima. Além disso, as pálpebras ajudam a distribuir a lágrima nos olhos, assim como ocorre em um pára-brisa de carro, se não estiver funcionando adequadamente, o vidro ficará embaçado. Portanto qualquer alteração no funcionamento adequado das pálpebras também pode piorar o quadro de olho seco”.

Ainda segundo o oftalmologista as mulheres são mais suscetíveis à síndrome do olho seco. “Isso ocorre porque o estrogênio, associado ao controle da ovulação e ao desenvolvimento de características femininas, é um dos responsáveis pela predisposição ao ressecamento de mucosas dos olhos, da boca e do órgão genital”, explica.

Tratamento

Uma das recomendações de acordo com o doutor Roberto Limongi é piscar de 15 a 20 vezes por minuto. “Na maioria dos casos, os sintomas podem ser controlados pela utilização de lágrimas artificiais e pomadas oftálmicas. Já nos mais severos, além dos agentes citados anteriormente, pode-se utilizar a oclusão dos pontos lacrimais. Esse procedimento pode ser realizado por cauterização, laser, suturas, plugs e recobrimento do ponto lacrimal com conjuntiva do mesmo olho. Também pode ser feito enxerto de glândulas lábias no fundo de saco conjuntival para melhora da lubrificação ocular”, completa.

Recomendações

Para se prevenir da síndrome do olho seco, o presidente da SBCPO recomenda evitar o vento, a exposição direta ao sol, correntes de ar geradas pelos ventiladores e por ar-condicionado.  Evitar períodos prolongados em ambientes secos como cozinhas e sauna seca, umedecer o ar das moradias com umidificadores, ou recipientes com água, piscar freqüentemente e não manter os olhos abertos por um tempo prolongado, por exemplo, durante o uso do computador e leituras, são algumas dicas que o doutor Limongi orienta.

 

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