‘Em Casa a Gente Conversa’: uma oportunidade de rir de si mesmo

Sabrina Moura

Os desafios depois do E Viveram Felizes para Sempre são os temas tratados por Juliana Knust e Cássio Reis na peça Em Casa a Gente Conversa, apresentada no sábado (22) e no domingo (23), no Teatro Sesi, em Goiânia. A comédia romântica conta aventuras e desencontros de um casal em processo de separação, que revê a sua própria história, durante os encontros, para definir detalhes do divórcio, criando sequências de momentos hilários.

Os protagonistas são Malu (Juliana) e Carlos Alberto (Cássio) que, aos olhos de muitas pessoas, formam um casal perfeito, daqueles de comercial de margarina. O que não se sabe é que, na vida real, eles enfrentam todas as alegrias e agruras de um jovem casal. “Essa é uma peça que brinca um pouco com a rotina de um casal que já está junto há sete anos, com um filho, e eu acho que é uma oportunidade de rir de si mesmo. Falamos de amor e todas as suas formas, na parceria, na individualidade, as certezas e incertezas de um casal. Apesar de todos os acontecimentos turbulentos que acontecem durante o espetáculo, estamos contando uma linda história de amor”, explica Juliana Knust.

Segundo Juliana, os relacionamentos nos dias atuais estão muito “descartáveis”, em que as pessoas cada vez mais estão menos pacientes umas com as outras, muito imediatistas e não dão nem tempo de os relacionamentos amadurecerem. “Hoje em dia, é necessário ter muito cuidado com as redes sociais, porque, ao mesmo tempo em que elas vieram para aproximar as pessoas que estão longe fisicamente, ela também pode ser uma cilada por afastar as pessoas questão muito próximas. É comum a gente sentar em um restaurante, por exemplo, e ver um casal que não troca meia dúzia de palavras, ficando cada um ali, no seu mundo virtual”, diz a atriz.

O espetáculo foi escrito por Fernando Duarte e Tatá Lopes. Fernando é autor dos espetáculos, Callas e Depois do Amor, ambos com direção da saudosa Marília Pêra, e Além do que os Nossos Olhos Registram, protagonizado por Priscila Fantin, Luiza Tomé e Silvia Pfeifer. A peça conta com a direção artística de Fernando Philbert, que assinou a direção dos espetáculos Em Nome do Jogo e O Escândalo de PhilipeDussaert, ambos com Marcos Caruso, e O Topo da Montanha, com Lázaro Ramos e Taís Araújo – dentre outros.

No decorrer do espetáculo, fala-se com muito bom humor sobre assuntos pertinentes a qualquer casal: almoço em família, Dia dos Namorados, vida sexual, TPM, cotidiano da casa, divisão de tarefas, brigas, balanço da relação e de amor. Através da ótica do humor, a peça mostra o abismo que separa o universo feminino do universo masculino– além de abordar questões universais do amor e como os sonhos se constroem e se desfazem ao longo da vida.

A intenção da trama, segundo a atriz, é mostrar que as pessoas precisam ser sinceras umas com as outras, mas principalmente com elas mesmas. “É preciso ser firme nas decisões, aceitar as próprias verdades e suas vontades. É importante aceitar os erros e aprender com eles. Amadurecer e refletir sempre”, finaliza Juliana Knust.

Sabrina Moura é integrante do programa de estágio do jornal O Hoje sob orientação da editora Flávia Popov