A história da Viola Caipira retorna no Circo Lahetô em Goiânia

Para o grupo Caboclinho, a circulação é a continuidade de um trabalho interrompido pela pandemia em 2020

Postado em: 15-01-2024 às 10h10
Por: Luana Avelar
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Para o grupo Caboclinho, a circulação é a continuidade de um trabalho interrompido pela pandemia em 2020 | Foto: Divulgação/ Layza Vasconcelos

O grupo Caboclinho está em turnê com o aclamado musical ‘Viola Cabocla – A história da viola cantada e contada’, que chegará a Goiânia, no dia 1º de fevereiro, no Circo Lahetô, às 14h, com entrada gratuita. 

O elenco conta com Mestre Catupé, Adriana Caldas e Nilton Rodrigues. A circulação é patrocinada pela Equatorial Energia, com o apoio da Lei Goyazes, Secult e Governo do Estado de Goiás.

O repertório musical é composto por canções de domínio público e autorais, selecionadas especialmente para o espetáculo, por Catupé e Adriana Caldas. Além das toadas e folias de domínio público, para representar a riqueza de ritmos  que a viola caipira proporciona, forma inseridas músicas autorais como: Curumim (Cateretê), Lendas Reais (Chamamé), Pé de Papagaio (pagode), compostas pelo violeiro Catupé, além de Cidade Sonho (Guarânia) e Saudosa Ipameri (moda de viola), compostas por Adriana Caldas.

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Segundo Adriana Caldas, responsável pela produção do musical, o espetáculo teve grande receptividade junto ao público de uma maneira geral. A produtora tem certeza de que a circulação enriquecerá muito a cena goiana, principalmente pelo fato de levarmos o espetáculo para locais não convencionais, onde muitas vezes as pessoas não têm acesso a maior parte do que se produz, culturalmente falando. Além disso, enfatiza  que “durante o período de pré-produção, logo nos primeiros contatos estabelecidos com os locais, os administradores ficaram muito entusiasmados por terem sido contemplados e se colocaram de imediato à disposição, para preparar o ambiente a fim de receber o espetáculo. Isso nos motiva ainda mais”.

Para o grupo Caboclinho, “a circulação é uma forma de continuidade a um importante trabalho que foi drasticamente interrompido em 2020, pela pandemia de Covid 19. Essa retomanda mantém vivo um trabalho reconhecido pelo público”, completa. 

Viola cabocla e a pesquisa sobre a viola

Durante o período de isolamento social, devido à pandemia de Covid 19, o espetáculo ganhou uma versão no formato videoteatro, em 2021, com ampla reformulação do texto e substituição de boa parte do repertório musical, priorizando-se composições próprias e músicas de domínio público.

Segundo Nilton Rodrigues, o Viola Cabocla parece ter sido feito ‘por encomenda’ para o povo goiano. “Os diversos ritmos, os rasqueados, os floreios e os solos de viola fazem vibrar as fibras da alma do nosso povo, profundamente identificado com a música caipira de raiz. Ouso dizer que essa identificação é muito maior do que com os ritmos modernos da atualmente chamada “música sertaneja” e acredito que os arranjos e os floreios da viola irão despertar muitas memórias emotivas e fazer vibrar corações. Tem sido assim por onde temos representado e tenho certeza de que a fusão da linguagem musical e a linguagem teatral potencializará a identificação do público com o espetáculo”. Adriana Caldas completa: “a inspiração de fazer um espetáculo sobre a viola partiu de mim e do Catupé em 2011, quando participamos do espetáculo Goiânia, Goiânia, de Hugo Zorzetti, onde estabelecemos uma parceria profícua com Nilton Rodrigues, que dirigia o espetáculo na ocasião. De lá pra cá, entre pesquisas e conversas fomos dando forma ao espetáculo que temos hoje”.

O texto destaca a chegada da viola ao Brasil, trazida pelos jesuítas, como instrumento de aculturação e catequese. Sua sonoridade a fez cair nas graças do povo de tal modo que, hoje, é o mais popular instrumento de nossa cultura, com sua variedade de afinações, ritmos e estilos característicos das diversas regiões brasileiras.

SERVIÇO

Viola Cabocla: A história da viola cantada e contada

Quando: 1º de fevereiro 

Onde: Av. H, Parque da Criança,  Jardim Goiás – Goiânia 

Horário: 14h

Entrada gratuita 

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