Jovens em conflito com a lei participam de oficinas de arte

A oficina iniciou no dia 3 de outubro e integra as atividades recreativas aliadas à promoção cultural

Postado em: 23-10-2018 às 15h00
Por: Fernanda Martins
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A oficina iniciou no dia 3 de outubro e integra as atividades recreativas aliadas à promoção cultural

Da Redação

Pelo menos sete jovens que cumprem medidas de internação no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) de Anápolis estão participando semanalmente da oficina de pintura em tela, sob orientação da professora de artes e história Adna Gomes. A oficina iniciou no dia 3 de outubro e integra as atividades recreativas aliadas à promoção cultural. A medida faz parte das melhorias previstas no Case, projetadas pelo governo de Goiás. As oficinas ocorrem semanalmente como parte da atividade recreativa, cultural e educacional. 

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De acordo com o titular da Secretaria Cidadã, Murilo Mendonça, o Case de Anápolis, que é gerido por uma organização social desde agosto passado, passou por uma melhora exponencial, o que deve melhorar o índice de ressocialização entre os jovens que passam por lá. “É muito gratificante ver as mudanças pelas quais o socioeducativo está passando. O que estamos realizando, sob a orientação do governador José Eliton, iremos aplicar nas demais unidades [do socioedutcativo]”, adiantou. 

O adolescente que cumpre medida socioeducativa na unidade, Paulo*, apoiou a iniciativa e disse que a atividade proporciona um momento de relaxamento e distração. “A gente ficava muito tempo dentro do alojamento e sempre queremos sair, respirar um ar puro e aprender alguma coisa nova”, relatou. 

Ao explicar sobre a pintura que estava desenvolvendo durante a oficina, Paulo chamou a atenção da educadora e dos participantes. “Estou pintando a história da minha vida e meu desejo para o futuro. Desde a escolha ruim que fiz lá atrás até o destino que eu quero chegar um dia, me tornar um agrônomo e mudar minha história. A cor preta representa meu passado escuro e ruim, a vermelha o amor e a cor verde que me traz a esperança e onde quero chegar”, contou emocionado. 

A professora Adna Gomes explicou que a arte permite aos socioeducandos um momento de reflexão e de alívio das tensões, além de proporcionar o desenvolvimento de novas habilidades. “Percebo que eles gostam muito, estão sempre ansiosos para a próxima oficina. Muitos querem levar os quadros para os alojamentos para continuar a pintura. É um instante único para eles porque aqui estão vivendo a prática da arte e, posso garantir, temos muitos artistas aqui dentro”, enfatizou. 

Ricardo* é um exemplo de quem já apresentou aptidão para as artes. Desde o início do mês ele está caprichando na tela que mostra uma mulher de costas e disse que quer mostrar o trabalho para a família. “Pintei o que me veio na cabeça primeiro, vou ter uma explicação sobre ela quando eu terminar e quando isso acontecer quero mostrar logo para os meus pais o que eu fiz aqui dentro”, disse. 

*Nomes fictícios em obediência ao Estatuto da Criança e do Adolescente

 

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