Novembro azul: câncer de próstata pode causar infertilidade

O câncer de próstata deve atingir 68 brasileiros em 2018, segundo dados do Instituto nacional do Câncer (Inca). De acordo com o

Postado em: 06-11-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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O câncer de próstata deve atingir 68 brasileiros em 2018, segundo dados do Instituto nacional do Câncer (Inca). De acordo com o urologista Joseph Monteiro, a doença pode levar à infertilidade, porque, de acordo com o urologista Joseph Monteiro,  ela mesma e os tratamentos possíveis – como radioterapia, hormonioterapia e ou quimioterapia – afetam a função da glândula masculina responsável por produzir compostos importantes do líquido seminal que nutre os espermatozoides.

Além disso, a depender do caso, o médico especialista pode indicar a retirada cirúrgica da glândula. “Sem a próstata, a produção do líquido seminal é afetada, ou seja, o homem fica infértil. Em casos em que não é preciso retirar a glândula, o tratamento pode eliminar a produção dos espermatozoides”, explica Joseph Monteiro, certificado em reprodução assistida pela Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA).

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O médico afirma que, em ambos os casos, as técnicas de reprodução assistida podem permitir que o homem que deseja ser pai tenha a sua fertilidade preservada. “Uma possibilidade é congelar o sêmen, em uma clínica de reprodução, antes da radioterapia. Nos casos cirúrgicos, além da possibilidade do congelamento antes da cirurgia ainda é possível obter posteriormente os espermatozoides diretamente do testículo para o processo de fertilização in vitro, no qual o óvulo é fecundado no laboratório e o embrião é transferido para o útero”, exemplifica o urologista.

A doença

O câncer de próstata é o segundo tumor mais frequente em homens no Brasil, ficando atrás apenas dos tumores de pele. Apesar de ser uma doença mais frequente após os 65 anos de idade, os casos a partir dos 50 anos de idade têm sido mais frequente. “Acredita-se que o diagnóstico precoce seja dado devido à modernização dos equipamentos que realizam o exame e também por conta da das campanhas de conscientização do risco do câncer prostático, como a campanha Novembro Azul. Dessa forma, é possível detectar a doença em pacientes que ainda desejam ter filhos e que eles tomem conhecimento dos tratamentos por meio da reprodução assistida”, reforça.

Em sua fase inicial, quando o tratamento curativo é possível, o câncer de próstata é uma doença silenciosa, praticamente sem sintomas. Com seu avanço, podem surgir dificuldade em urinar, perda do controle urinário, vontade frequente de urinar, principalmente à noite, sangramento ao urinar ou ao ejacular. Em casos mais avançados, podem surgir sinais como a obstrução do aparelho urinário, dores abdominais, perda de peso e apetite, anemia, cansaço e dores ósseas.

Diagnóstico 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a detecção precoce de um câncer compreende duas diferentes estratégias: uma destinada ao diagnóstico em pessoas que apresentam sinais iniciais da doença (diagnóstico precoce) e outra voltada para pessoas sem nenhum sintoma e aparentemente saudáveis (rastreamento). “Homens com histórico familiar de câncer de próstata ou negros (em que a doença costuma ser mais agressiva) devem procurar um urologista após os 45 anos. Para os demais, a idade inicial é 50 anos. Nessa fase, é possível suspeitar da doença por meio de exames de sangue (dosagem de PSA), toque retal e confirmar seu diagnóstico por biópsia, quando indicado”, conclui. 

 

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