Chris Melo transporta leitores para o Brasil do século XIX
Em entrevista, a autora revela os bastidores de seu romance envolvente e histórico, mergulhando nos temas do amor, luta e superação
Por: Luana Avelar
Na literatura, onde páginas se transformam em janelas para outras épocas e histórias, a autora Chris Melo mergulha em um romance intenso e envolvente, ambientado durante um período marcante na história do Brasil: a chegada da corte portuguesa. Em uma entrevista ao Jornal O Hoje, Chris compartilha os bastidores de sua mais recente obra, ‘O Coração do Príncipe’, que promete transportar os leitores para uma jornada repleta de amor, luta e superação.
Ao questionarmos sobre a inspiração por trás da trama que envolve os protagonistas Amélia e Pedro, Chris revela: “Queríamos uma protagonista filha de um personagem real terrível da nossa história: Elias Antônio Lopes, o maior traficante de escravizados do Rio de Janeiro”. Amélia, filha de uma escravizada, cresce em meio a ideais abolicionistas, o que adiciona uma camada de complexidade à trama e às suas escolhas amorosas.
Para garantir a autenticidade e profundidade da narrativa, a autora imergiu em um extenso processo de pesquisa histórica. “Passei seis meses só me apropriando de tudo isso antes de começar a primeira linha”, compartilha.
Ao explorar o cenário da corte portuguesa no Brasil, ela adianta que os leitores encontrarão uma mescla de personagens reais e fictícios. Desde membros da família real até figuras menos conhecidas, como José de Seixas Magalhães, a trama é enriquecida por uma variedade de personalidades que contribuem para o desenrolar da história.
Apesar de se tratar de um romance de época, Chris optou por uma linguagem contemporânea, mantendo sua marca registrada no estilo narrativo. “Escrevo com dinamismo, sensibilidade e com toques de prosa poética”, descreve.
Escrever sobre um período marcante e muitas vezes sombrio da história brasileira não foi tarefa fácil para Chris. No entanto, ao colocar Amélia como protagonista, a autora conseguiu trazer um olhar sensível e reflexivo sobre a realidade da época, sem deixar de lado a complexidade dos acontecimentos históricos.
Um dos maiores desafios foi transformar figuras históricas conhecidas, como Pedro I, em personagens fictícios. “Ao terminar e perceber que consegui dar conta disso tudo, que o livro se conclui lindamente dentro de seu universo fictício, senti uma realização enorme”, conta.
Ao trazer temas como afeto, amor e autoconhecimento para o público jovem adulto, a autora busca oferecer uma narrativa que inspire reflexão e crescimento. “É importante entender quem somos, quem gostaríamos de ser e com quem queremos dividir nossa jornada”.
Chris destaca a importância de encontrar beleza e esperança mesmo em meio às adversidades. “Espero que eles (leitores) sintam coisas novas ou coisas que não sentem há muito tempo”, compartilha a autora, revelando a essência emocional por trás de sua obra.