Programa ‘Mídia em Foco’ discute o acervo e a memória nacionais

O programa Mídia em Foco de segunda-feira (26) vai abordar a preservação do acervo e da memória nacionais. Três especialistas no tema

Postado em: 26-11-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Programa ‘Mídia em Foco’ discute o acervo e a memória nacionais

O programa Mídia em Foco de segunda-feira (26) vai abordar a preservação do acervo e da memória nacionais. Três especialistas no tema são entrevistados e falam sobre os desafios da conservação de patrimônios históricos, filmes, documentos e obras em geral. Mídia em Foco vai ao ar às 22h45, na TV Brasil. 

A recente tragédia do incêndio que destruiu o Museu Nacional no Rio de Janeiro reacendeu a discussão sobre a importância da conservação de nosso patrimônio histórico. Apesar da perda inestimável de 90% do acervo físico, registros digitais audiovisuais como de Luzia, o fóssil humano mais antigo das Américas, ajudam a preservar nossa memória.

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Para Elmo Francfort, diretor do projeto Memória da Mídia, os desafios da conservação de patrimônios históricos são muitos. Em sua avaliação, é salutar conscientizar e envolver a população nessa preservação. Nesse sentido, ele destaca o papel das exposições como forma de congregar os arquivos de memória e, assim, difundi-los, criando também novas narrativas e apontamentos.

“Quando você tem uma exposição, o mais interessante é que você estimula também o público, de modo geral, a conhecer mais isso e visitar. E tem a questão da experiência, que é algo que não tem preço. É viver um tempo que você não viveu. Procurar a episteme, o espírito da época. Esse tipo de coisa faz com que as pessoas também queiram se interessar por essa preservação”, defende Elmo.

O pesquisador acrescenta que esse tipo de contato e vivência com a acervos e memória provocam no público reflexões sobre a sociedade atual. “O maior desafio para se preservar a memória audiovisual e a memória da mídia como um todo é você unir as pessoas que fazem parte desse complexo, observa Elmo.

Técnica de Acervo da Cinemateca Brasileira, Olga Futemma argumenta que “o desenvolvimento da tecnologia e o desenvolvimento do digital evidentemente impactou na vida, nas tarefas e na própria missão da Cinemateca”. Já Teder Morás, preservacionista e responsável pelo Centro de Documentação e Gestão da Informação do SBT, diz que não existe uma preocupação no País na preservação da memória. “A gente atribui isso aos grandes servidores que podem ou não existirem amanhã”, afirma Teder.

A palavra acervo vem do latim acervus e significa coleção, conjunto. Os documentos, livros e outras obras trazidos com a vinda da família real portuguesa ao Brasil no início do século 19 constituíram um dos primeiros acervos do país. De lá pra cá as formas de se conservar a memória cultural evoluíram. O surgimento do audiovisual e as técnicas de digitalização trouxeram soluções e desafios a esse cenário.

A preservação de obras audiovisuais é uma preocupação que tem sido demonstrada desde os primórdios da sétima arte. O cinegrafista polonês Boleslaw Matuszewski já defendia no final do século 19 a conservação dos filmes como documentos tão importantes quanto livros e fotos. Nos anos 40, o historiador Paulo Emílio se torna um dos pioneiros na cultura de preservação audiovisual no Brasil e o principal responsável pelo projeto que daria origem à Cinemateca Brasileira. Hoje, a Cinemateca possui um dos maiores acervos audiovisuais da América Latina.

SERVIÇO 

‘Mídia em Foco’: segunda-feira (26), às 22h45, na TV Brasil  

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