Turnê de 10 anos do espetáculo ‘Doidas e Santas’
Cissa Guimarães, Giuseppe Oristanio e Josie Antello estrelam o tour comemorativo, que passa pela capital neste final de semana, no Teatro Madre Esperança Garrido
Por: Letícia Renata
![Imagem Ilustrando a Notícia: Turnê de 10 anos do espetáculo ‘Doidas e Santas’](https://ohoje.com/public/imagens/fotos/amp/2024/06/13-MATERIA-1-CREDITOS-Nana-Moraes-1024x768.jpg)
A comédia que já conquistou mais de 500 mil pessoas pelo Brasil, ‘Doidas e Santas’, estrelada por Cissa Guimarães, Giuseppe Oristanio e Josie Antello desembarca no Teatro Madre Esperança Garrido neste final de semana, em três sessões, nesta sexta-feira (7) e sábado (8), às 21h e no domingo (9), às 17h.
O projeto teatral idealizado por Cissa, dirigido por Ernesto Piccolo, com texto de Regiana Antonini, que toma como base as crônicas publicadas por Martha Medeiros no livro ‘Doidas e Santas’, de 2008 e conta a história de Beatriz (Cissa Guimarães), uma psicanalista em crise no casamento, voltou a rodar o país em turnê em que comemora os dez anos de espetáculo.
“É uma alegria, assim, inimaginável, porque eu gostaria que isso fosse mais comum no teatro brasileiro, que a gente pudesse ficar numa temporada longa. Eu já fiz de quatro a cinco turnês nacionais e uma turnê internacional. E aconteceram as coisas mais loucas. Pessoas que voltam, que já viram o espetáculo quatro, cinco vezes, casais que estavam à beira de uma separação, que depois que viram a peça repensaram a separação, voltaram a ficar juntos. Mulheres que vão assistir e depois levam a mãe para assistir, porque a personagem da mãe é muito importante”, revela Cissa Guimarães.
Ela compartilha, reflete, chora e ri em uma comédia inteligente e suave. Seu desabafo vai conquistando o público e Cissa domina a cena e surpreende a cada instante com uma personagem bem elaborada e amarrada.
“É muito possível que você se divirta se você se emocione, 1h30 sem parar porque você vai dar ótimas gargalhadas, vai refletir e vai se emocionar muito. É uma peça que toca a todos, em todas as idades, homens, mulheres, é pertinente na vida de todos nós. Então todo mundo é tocado, em algum momento, por ‘Doidas e Santas’, destaca.
Giuseppe Oristanio brilha como Orlando, o marido turrão e machista, que não tolera a ideia da separação e vive regado a futebol e cerveja. Sem recorrer a estereótipos, o ator torna o personagem crível e é possível ver a identificação de muitos casais na plateia. Ele vai se alterando até o fim da peça, mas sem perder a essência truculenta.
Completando o elenco, temos a tríade de personagens que simboliza ‘as mulheres da vida’ de Beatriz (irmã, mãe e filha) vividas pela atriz Josie Antello. Ela, que tem um reconhecido trabalho de humor, fez um trabalho de construção diferente dos outros atores e busca mais referências em ‘tipos’. O talento da atriz provoca muitas gargalhadas com um simples olhar ou balançar de pés.
“No decorrer da montagem, o público experimenta alegrias, desilusões, anseios da vida urbana, o prazer cotidiano, as relações amorosas e o poder transformador da coragem e do afeto”, afirma o diretor Ernesto Piccolo, que trabalha conceitos como a quarta parede, por meio do qual a plateia é inserida no espetáculo, participa de cada um dos dilemas e sofre junto de Beatriz.
Os ingressos para assistir a apresentação em Goiânia podem ser adquiridos no site (sympla.com). A turnê já esteve em Belo Horizonte e Brasília e depois de Goiânia segue por mais nove cidades: Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Niterói, Belém, Fortaleza, João Pessoa, Natal e Recife.
Humor e reflexão
Cissa sempre desejou levar à cena um trabalho que expressasse as inquietações da mulher moderna. Quando completou 50 anos decidiu dividir com o público os dilemas e as dificuldades para equilibrar a vida conjugal, maternidade, realização profissional e pressão estética.
O livro de Martha Medeiros é uma coletânea de crônicas independentes que serviu de base para Regiana Antonini construir uma trama bem-humorada com um toque de histórias pessoais da dramaturgia, traduzindo o desejo de Cissa. A trajetória dessa mulher moderna cria uma identificação imediata com o público. Por meio dela a plateia vira cúmplice e confidente dos anseios, desejos, dúvidas e amores de Beatriz.
Para corroborar com isso, o conceito de iluminação utiliza-se das cores como elemento marcante nas transições de emoção durante o espetáculo. O cenário de Sérgio Marimba ambienta uma casa na qual as mudanças de objetos cênicos que acontecem durante a peça refletem no arco dramático de cada personagem. O figurino, de Marília Carneiro e Helena Araújo, trabalha respeitando a cartela de cores de cada personagem e criando signos que representam as suas sensações e personalidades.
“O público goiano já assistiu esse espetáculo, acho que gostou tanto que a gente está voltando. É uma cidade que prestigia cultura prestigia o teatro por isso mesmo a gente está voltando com que as pessoas veem mais de uma vez então oportunidade para quem não viu assistir quem já viu assistir mais uma vez”, finaliza Cissa.