Gabi Matos: das pistas goianas para o Festival Turá

Artista paraense com influências goianas leva suas pesquisas sobre a música regional brasileira a um dos principais festivais do país

Postado em: 28-06-2024 às 08h00
Por: Luana Avelar
Imagem Ilustrando a Notícia: Gabi Matos: das pistas goianas para o Festival Turá
Com sua paixão pela pesquisa e sua luta pela valorização da mulher na cena musical, ela tem se destacado como uma importante voz no cenário cultural do país | Foto: Arquivo Pessoal

Nascida no Pará, mas com raízes em Goiás, Gabi Matos é uma DJ e produtora de eventos que vem se destacando no cenário musical desde 2017. Apaixonada pela música regional brasileira, especialmente do Norte e do Centro-Oeste, ela é pesquisadora e defensora da valorização da mulher na música.

“Eu comecei em 2017 como Produtora de Eventos e como DJ ao mesmo tempo. Eu já fazia esse tipo de trabalho na faculdade porque eu organizava com o centro acadêmico as festas do curso de arquitetura e urbanismo na UEG e quis migrar pra um ambiente mais profissional, mais alterativo e sem estar ligado à faculdade. Acho que trabalhar com festas, com música sempre foi um sonho porque sempre foi um espaço que eu gostei como consumidora, mas eu queria fazer mais, queria me movimentar na hora dos eventos e trabalhar. E teve um momento da minha vida que eu percebi que era possível viver desse sonho, ser profissional e produzir eventos de qualidade e da forma que eu achava legal! Então eu já comecei a trabalhar com 2 projetos, que era produzir uma festa paraense em Goiânia (a antiga festa Pai d’Égua) e produzir uma festa voltada ao público feminino e LGBTQIA+ de carnaval, o antigo Bloco das Sereias.  Nos dois eventos eu atuava como produtora e DJ”, comenta Gabi em entrevista ao jornal O Hoje. 

Atuando principalmente em Goiânia, Belém e São Paulo, a artista já se apresentou em diversos festivais e eventos de renome nacional, como o Festival Bananada, o Circuito Mangueirosa e o Festival Obalalá. Sua discografia abrange uma variedade de estilos, como guitarrada, cumbia, samba, nova MPB, baião, groove, piseiro, brega, reggae, dub, pop, reggaeton, forró, lambada, coco e carimbó.

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Sobre a conexão entre o Pará e Goiás em sua música, Gabi afirma: “Eu gosto de pensar que eu toco e pesquiso atualmente música tropical brasileira com foco na cultura nortista. Acho que a conexão que tenho entre o Pará e Goiás reflete justamente a diversidade musical que eu escuto, que eu pesquiso e apresento nos meus sets. A música paraense é minha maior referência e talvez o que me fez ficar conhecida em Goiás, mas a minha pesquisa e trabalho reflete muito além da música paraense”.

Algumas de suas experiências mais marcantes incluem o convite para o Festival Prosa Sonora em 2020, o Festival Criolina de Brasília em 2022 e sua participação na Casa Farm em Belém do Pará em 2023, durante o Círio de Nazaré. Ela também destaca suas apresentações na Xêpa, festa das suas amigas bregueiras, no Rio de Janeiro.

Neste domingo (30), Gabi se apresenta no Festival Turá que acontece em São Paulo, sendo a única residente do Centro-Oeste no evento. “Eu fui convidada pra tocar no festival pela curadoria do evento, a T4F. E foi um convite por parte da pesquisa de curadoria do evento, por terem conhecido meu material e se interessaram por mim. Acho que meu trabalho tem tudo a ver com o festival e todo mundo pode esperar muita entrega, muita música brasileira, bandas paraenses, goianas, tropicais e quem sabe até um reggae maranhense! Minha história é brasileira miscigenada e isso reflete no meu trabalho!”

Ela ressalta a importância da diversidade musical em eventos como o Festival Turá: “Acho que a diversidade de perceber a Música Popular Brasileira como uma fusão de muitos estilos musicais de diferentes lugares e agregando toda a complexidade da nossa música é fundamental para as pessoas respeitarem e entenderem a nossa própria história. O Brasil é um país extremamente diverso e isso reflete na nossa musicalidade. Se aqui temos algo tão único, tão múltiplo, porquê não trazer isso para os lines dos festivais, né?! Acho que lines assim são quase uma aula de história e representatividade sobre o que é a MPB atualmente”.

Para o futuro, Gabi planeja se dedicar a estudos e produções próprias, além de manter sua atuação em projetos importantes, como a festa Piranhão, o coletivo Selvática e o Baile Felina. Sua missão é continuar pesquisando, divulgando e valorizando a riqueza da música regional brasileira.

“Meus planos agora são quietar um pouco para estudar e produzir. Logo mais pretendo começar a lançar algumas produções minhas e já estou estudando isso há algum tempo e criando coragem para entrar nesse novo momento como DJ e Produtora Musical. Mas também tenho alguns projetos em vista para voltar à Belém em breve e fazer algumas participações em eventos lá e tenho também algumas datas e projetos em vista em Goiânia. E tenho a Piranhão (festa e pesquisa de música bregueira em Goiânia), a Selvática (coletivo e festa de DJs mulheres em Goiânia) e o Baile Felina (coletivo e festa de DJs mulheres em Belém) que sempre estou envolvida nas produções e são projetos extremamente importantes pra mim e em eterno crescimento e evolução”, comenta. 

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