André Prando lança ‘Iririu’

Em seu terceiro álbum, o cantor capixaba explora uma diversidade de gêneros musicais e reflete sobre suas experiências pessoais e profissionais, consolidando-se como um artista multifacetado e maduro

Postado em: 24-07-2024 às 02h00
Por: Luana Avelar
Imagem Ilustrando a Notícia: André Prando lança ‘Iririu’
Com ‘Iririu’, André Prando convida os ouvintes a embarcarem em uma jornada musical que reflete sua identidade única e sua eterna busca por autoconhecimento. | Foto: Divulgação

André Prando, cantor e compositor capixaba, retorna ao cenário musical com seu terceiro álbum de estúdio, ‘Iririu’. Lançado no dia 12 de julho de 2024, o álbum marca uma nova fase na carreira do artista, trazendo sonoridades variadas e explorando novos ritmos que refletem a maturidade e a evolução de Prando como músico e pessoa.

Prando começou sua carreira musical aos 17 anos em Vitória, Espírito Santo, embora suas primeiras composições datem de quando tinha apenas 13 anos. Suas influências são tão variadas quanto sua música. Ele menciona ídolos como Milton Nascimento, Alceu Valença, Raul Seixas, Sérgio Sampaio, Belchior, Tom Zé, Os Mutantes, Os Beatles, John Frusciante, David Bowie e Queen. Além da música, Prando é inspirado pelo cinema e pela literatura, citando nomes como Alejandro Jodorowsky, David Lynch, Carlos Castaneda, Aldous Huxley e George Orwell. “A contracultura, o estranho, a subversão, a utopia, a psicodelia, o sonho… sempre foram materiais valiosos que me servem de combustível”, revela.

O artista descreve seu processo de composição como ‘lindamente caótico’. Ele compõe com pouca frequência, anotando ideias e frases interessantes no dia a dia, para depois desenvolvê-las em casa, geralmente de madrugada. “O momento de compor mesmo, geralmente é em casa, de madrugada, com meus dicionários, violão no colo e desenvolvendo algumas dessas ideias. Não costumo sentar pra compor do zero por exercício ou sem intenção. Por isso componho pouco, geralmente já é bem focado em alguma ideia”, comenta.

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Ele também descreve a evolução de sua música como um reflexo de seu próprio crescimento pessoal. “Sinto que minha obra amadurece junto comigo. As histórias das composições são as histórias que vivencio (ou crio), as referências, a estética, tudo passa pela metamorfose natural que eu passo como pessoa”, afirma. E enxerga o início de sua carreira com um ar de subversão rebelde e sincero nas experimentações, características naturais de um jovem de 20 anos. Hoje, aos 34, sente-se um subversivo mais sóbrio, mais elaborado, com uma comunicação e uma leitura de si mesmo e do mundo mais maduras. Esse amadurecimento é palpável em ‘Iririu’, um álbum que expressa a complexidade e a pluralidade do artista.

“Ter lançado esse terceiro álbum, tão complexo e satisfatório, de forma totalmente independente, tem me deixado muito feliz, acho uma grande conquista”, afirma o cantor. ‘Iririu’ é uma celebração das raízes e das vivências de Prando. O nome do álbum, segundo ele, é uma palavra mágica do Brasil, misteriosa em sua origem e vitoriosa pela forma viva que fluiu. “É um cumprimento, um salve inebriante, um grato axé”, explica Prando na introdução do álbum.

Com uma produção musical assinada por André Prando e Rodolfo Simor, o disco foi gravado entre 2023 e 2024 nos estúdios Funky Pirata e Bravo LAB. As faixas do álbum passeiam por diferentes gêneros musicais, como reggae, baião, tango, pop, blues, congo e rock, mostrando a versatilidade de Prando como artista.

O álbum começa com a faixa-título ‘Iririu’, seguida por ‘Zum Zum Zum’, que conta com a participação de Juliana Linhares. Ambas as músicas foram lançadas como singles e deram o tom da pluralidade presente no álbum. ‘Kaluanã, o grande guerreiro’, a terceira faixa, é uma homenagem ao filho de um casal de amigos de Prando. A música reflete sobre o processo de aprendizado na infância e na vida adulta, inspirada na obra do escritor Ailton Krenak.

‘Voltinha de bike’ é uma faixa marcada pelo afrobeat e um toque de reggae, homenageando a experiência de andar de bicicleta e os estudos do cientista Albert Hoffmann. ‘Patuá’, uma das faixas mais introspectivas do álbum, fala sobre a vida na estrada e as experiências adquiridas pelo artista em suas viagens. No final desta canção, Prando faz uma releitura dos primeiros versos de ‘Nuvem passageira’, de Hermes Aquino, com a participação de Chico Chico, filho de Cássia Eller.

‘Dharma’, a música mais longa do álbum, é uma composição de Prando com o artista Luizga. A faixa conta com um arranjo complexo, incluindo um quarteto de cordas, cítara, shruti box e um coro formado por amigos e familiares de Prando. A música reflete o conceito hindú de dharma, com referências à música oriental e a George Harrison.

A última faixa do álbum, ‘Muita coisa’, encerra o disco com reflexões sobre a iminência de algo grandioso. A balada transita entre a sutileza e a intensidade, características que permeiam todo o álbum. Com este trabalho, André Prando reafirma sua identidade artística e sua capacidade de se reinventar, explorando novas sonoridades e abordagens em sua música.

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