Sexta edição do Mercado de Àkesán celebra a cultura afro-brasileira em Goiânia

Evento no Orum Aiyê Quilombo Cultural destaca exposição de Rafaela Rocha e feira de produtos afro goianos

Postado em: 25-07-2024 às 06h30
Por: Luana Avelar
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Com curadoria de Raquel Rocha, a coleção busca transcender emoções e expressar a afro religiosidade dos Orixás no Brasil e em Goiânia como uma forma de arte e ato político, enfrentando a intolerância e preconceito contra pessoas negras e de terreiro | Foto: Divulgação

Neste sábado (27), a partir das 16h, o Orum Aiyê Quilombo Cultural abrirá suas portas para a sexta edição do Mercado de Àkesán, um evento que celebra a cultura afro-brasileira e a produção artística negra. A principal atração deste ano é a exposição ‘Aláfia – No trançar da ancestralidade’, da artista visual Rafaela Rocha, que ficará em exibição até 17 de agosto. A abertura contará com a apresentação musical de Milca Francielle, às 19h, e uma ‘Feira Preta’ com produtos de artistas negros goianos, como cachaças artesanais, quadros, moda afro, literatura e gastronomia.

Localizado no Residencial Nossa Morada, na região Norte de Goiânia, o Orum Aiyê Quilombo Cultural é um espaço dedicado à resistência afrocentrada, promovendo ações antirracistas e afirmativas que empoderam a produção artística preta. Fundado por Raquel Rocha e Marcelo Marques, o quilombo atua em diversas frentes, incluindo artes visuais, circo, teatro e educação.

A exposição é uma série artística da criadora Rafaela Rocha, inspirada na cultura afro-brasileira, especialmente o Candomblé e os Orixás. As técnicas utilizadas nas obras incluem macramê, bordado e outros métodos de trançado, feitos com materiais naturais como búzios, conchas, pedras, sementes, barbante ecológico, miçangas e sisal. Cada obra tem o intuito de transmitir referências de fé, ancestralidade, oralidade, saberes e cultura popular, presentes em nosso cotidiano e representativos da cultura negra.

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Com curadoria de Raquel Rocha, a coleção busca transcender emoções e expressar a afro religiosidade dos Orixás no Brasil e em Goiânia como uma forma de arte e ato político, enfrentando a intolerância e preconceito contra pessoas negras e de terreiro. O termo ‘Aláfia’ significa ‘caminhos abertos’ em iorubá, e a exposição pretende abrir diálogos e sensibilizar o público sobre a importância da preservação e valorização das tradições afro-brasileiras.

O Mercado de Àkesán foi idealizado por Raquel Rocha e Marcelo Marques com o propósito de gerar mais possibilidades de renda para afroempreendedores, contribuir para a valorização da produção artística em Goiás e potencializar trocas culturais trazendo artistas de outros estados e nacionalidades. “Vale lembrar que a cultura dos povos negros tem sido histórica e sistematicamente negada pelas estruturas racistas que são hegemônicas nos locais de poder. Com isso, o Mercado de Àkesán visa subverter essa ordem pensando por um viés afirmativo, no qual o protagonismo negro é o foco”, afirma Raquel Rocha. Ela complementa: “Trazer talentos reconhecidos para nosso quilombo cultural alicerça a nossa luta antirracista e colabora para a promoção da arte preta. Ao mesmo tempo, fortalece a construção de novas subjetividades para as demais pessoas negras que frequentam o Orum Aiyê”.

O nome do mercado faz referência a um cargo de Exú na Nigéria, que é o senhor do movimento, dos encontros e das encruzilhadas. Segundo Raquel Rocha, “O evento traz as intersecções de diversas práticas culturais. Além das atrações artísticas, a Feira Preta, que nesta edição acontece de forma reduzida, mas não menos atraente, tem o propósito de proporcionar acesso a produtos diferenciados, feitos por mãos pretas, e que nem sempre estão disponíveis nos ambientes de comércio mais comuns”.

Serviço

Sexta edição do Mercado de Àkesán | Exposição ‘Aláfia – No trançar da ancestralidade’

Quando: Sábado (27)

Onde: Rua 10, Residencial Nossa Morada – Goiânia

Horário: 16h

Entrada gratuita 

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