“Como seria o mundo sem internet? Será que sobreviveríamos?”

Espetáculo ‘Vida Útil’ continua em cartaz nesta sexta e sábado

Postado em: 22-02-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Espetáculo ‘Vida Útil’ continua em cartaz nesta sexta e sábado

SABRINA MOURA*

Continua nesta sexta-feira (22) e sábado (23), as apresentações do espetáculo ‘Vida Útil’, que tiveram início na última quinta-feira (21), no Teatro Goiânia Ouro. O projeto é produzido por oito alunos de produção cênica do ItegoBasileu França e faz parte do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).

Segundo o diretor Edson Fernandes, o espetáculo surgiu a partir da necessidade que ele percebeu dos seus alunos e das pessoas em volta que estavam muito conectadas com as redes sociais e muitas vezes deixando de lado asrelações pessoais. “Essa necessidade de falar sobre o temafez com que eu disse ao meu amigoPablo Diego – um autor muito talentoso – para que escrevesse essa comédia que se tratade uma reflexão sobre a nossa vida e de como anda o mundo atual”, explica ele.

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Em cena a reflexão de como anda a sociedade e como os meios de comunicação interferem na rotina. “É muito claro e evidente que a máquina tem um papel muito importante na nossa vida, na nossa família, às vezes até primordial. Muitas vezes as pessoas criam uma dependência em relação aos meios digitais, redes sociais onde acabam deixando de lado as relações humanas. Falar e refletir sobre isso é importante para que a gente possa buscar mudanças”, revela Edson.

‘Vida Útil’ é um espetáculo que apresenta histórias de personagens que se perderam através da internet, do avanço tecnológico e busca trazer uma reflexão sobre o assunto. “Na primeira cena falamos da pedofilia na internet e como as crianças e adolescentes são vulneráveis à exposição na mídia. Na história dois falamos sobre a questão das pessoas que buscam relacionamentos na internet sem critérios e como elas usam de fakenews para se promover. A história três fala sobre a questão da não comunicação, quando estamos conversando com as pessoas, ou elas falam conosco, nós não estamos ouvindo por estar no celular. A cena quatro fala da questão da família e a interferência da mídia nas relações sociais dentro de casa, sua influência no diálogo, na convivência e no respeito um pelo outro. A quinta história conta a questão do uso exagerado da tecnologia. A pessoa já está viciada e não consegue realizar outras atividades, como se fosse uma dependência química. Na última cena é realizada uma reflexão sobre o que aconteceria no mundo se nós tivéssemos apenas cinco minutos para resolver as nossas coisas com as pessoas, como seria o mundo sem internet, será que sobreviveríamos?”, questiona o diretor.

Edson explica que não é contra a tecnologia e utiliza todas elas. “Tudo aquilo que é exagerado se perde o controle. O espetáculo busca a reflexão de que é necessário ter um equilíbrio para que não se perca a humanidade, chegando a se torna robôs teleguiados por botões, cliques e fakenews. Trabalhamos isso de uma forma leve e tranquila para o público de todas as idades”, conta ele.

Para trabalhar essa questãode real e virtual em cena estãoprojeções que auxiliam nas histórias. “A ideia do cenário – como também sou psicólogo – foi trabalhada sob a questão da teoria do comportamento de Skinner. Ele fez um experimento no qual colocava ratinhos dentro deuma caixa branca e ia dando estímulos a ele. Ao ouvir um barulho ele sabia que ali tinha água para elebeber. Associei isso ao espetáculo. O cenário é todo branco como se fosse uma caixa, onde ospersonagens estão todos presos ali condicionados pelos likes das redes sociais, elogios no facebook e pelo whatsapp que está tocando. Os estímulos dos personagens é essa resposta da rede social”, finaliza Edson.

*Integrante do programa de estágio do jornal O HOJE sob orientação da editora Flávia Popov

SERVIÇO

Davi Sabbag no RTT

Quando: 21 de fevereiro (quinta-feira)

Horário: A partir das 20:00 horas

Valor: promocional a partir de $15 pelo site da Sympla

 

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