Um olhar para os ‘Dias Vazios’

O filme é dirigido por Robney Bruno, e faz parta de mostra ‘O amor, a morte e as paixões’, no Lumière

Postado em: 27-02-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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O filme é dirigido por Robney Bruno, e faz parta de mostra ‘O amor, a morte e as paixões’, no Lumière

Guilherme Melo* 

Como livre adaptação do romance Hoje Está Um Dia Morto, do autor goiano André De Leones, o filme Dias Vazios estreia, nesta quarta-feira (27), na mostra O amor, a morte e as paixões. A história gira em torno de Jean e Fabiana, um casal de namorados que cursa o último ano do ensino médio, em uma pequena cidade do interior, e vive um dilema: deixar a cidade em rumo ao um novo destino ou ficar e continuar a história de seus pais. Jean resolve pôr um fim à própria vida, e Fabiana desaparece. Dois anos depois, Daniel e Alanis, um outro casal de jovens namorados, procura entender o motivo do suicídio de Jean e qual foi o destino de Fabiana. Para eles, essa busca se transforma numa chance de reinventar suas vidas. 

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O roteiro foi escrito ao longo de oito anos, pelo próprio diretor Robney Bruno, que gravou as cenas no interior de Goiás. “O filme lança um olhar sobre jovens que vivem em pequenas cidades onde não há perspectivas de vida. Se fizermos uma viagem de carro pelo interior do Brasil, podemos perceber várias corruptelas à margem das rodovias que, apesar do progresso, parecem ter parado no tempo”, revela o diretor. 

‘Dias Vazios’ foi rodado inteiramente na cidade de Silvânia, em Goiás, onde se passa a história original do livro, com uma pequena inserção de uma cena na praia que foi filmada no Paraná. “Escolhi filmar na mesma cidade onde se passa o livro por acreditar que a atmosfera do local poderia de alguma maneira impregnar cada fotograma do filme. Antes de iniciar os testes de elenco, cheguei a morar em Silvânia por 2 meses, fotografei suas ruas e casas, e conversei com jovens que tinham o perfil dos personagens”, explica Robney.

A cidade de Silvânia, que está na tela, diz muito mais ao sentimento sensorial dos personagens do que a realidade encontrada. O autor revela que esse foi o sentido que quis dar ao filme. “O diabinho no meu ombro vivia dizendo que ninguém ia entender aquela história, mas o do outro lado dizia para ir em frente, que era importante também mostrar esse sentimento de vazio que fazem alguns jovens desistirem pelo caminho”, ele complementa. 

*Integrante do programa de estágio do jornal O HOJE sob orientação de Flávia Popov.

 

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